Protesto contra cortes na educação reúne milhares na ilha
Manifestantes saíram pelas ruas de São Luís em defesa da educação e contra a política de contingenciamento de recursos para universidades e institutos federais.
São Luís foi uma das 121 cidades do Brasil que participou nesta quinta-feira (30) dos protestos em defesa da educação. 21 estados e do Distrito Federal. A concentração foi na Praça Deodoro de onde os manifestantes saíram em passeata pelas ruas do Centro. Com cartazes em punho e com dizeres de protestos, os manifestantes percorreram a Rua Rio Branco, Praça Gonçalves Dias, Praça Maria Aragão, em direção ao Centro Histórico de São Luís onde o protesto terminou. A manifestação também viralizou pelas redes sociais onde internautas postaram a sua participação..
A manifestação reuniu estudantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e Universidade Federal do Maranhão (Uema), mas o movimento ganhou o apoio de professores e profissionais da área de educação, além de representantes sindicais e de alguns partidos políticos.
Para Milena Santos, universitária e estudante de Filosofia esta foi a maneira mais legitima que estudantes e professores encontraram para garantir seus direitos. “Este contingenciamento de 30% dos recursos que o governo federal determinou para as universidades e instituições federais é um absurdo. Queremos uma educação de qualidade para todos!”, disse a universitária.
Já o universitário Flávio Saraiva, lembrou que a reitora Nair Portela, já adiantou que sem esses recursos a UFMA pode fechar suas portas no segundo semestre “As atividades podem ser encerradas em setembro, nós estamos aqui lutando não só pelas universidades, mas pelos IFMA, pela educação básica e por tudo que este governo está tentando tirar dos estudantes”, disse o estudante.
O governador Flávio Dino (PC do B) usou as redes sociais e postou fotos da manifestação na capital maranhense. “Em São Luís, muita gente compareceu à passeata em defesa da Educação. Espero que o Governo Federal convide entidades do segmento para um amplo diálogo em favor dessa importante causa patriótica: proteger nosso sistema de educação, ciência e tecnologia”, escreveu o governador.
Os primeiros atos pela educação no governo de Jair Bolsonaro ocorreram em 15 de maio. Nesta quinta-feira, parte dos manifestantes também protestava contra a reforma da Previdência. Este é o segundo dia de protestos pelo país contra os cortes anunciados pelo governo federal para o setor. O primeiro aconteceu há 15 dias. Os atos seguiram pacíficos por todo o percurso na ilha. Protestos também foram registrados em Imperatriz e Balsas onde tem um Campus da UFMA.
Entenda os cortes na educação
Em decreto de março que bloqueou R$ 29 bilhões do Orçamento 2019, o governo federal contingenciou R$ 5,8 bilhões da educação
Desse valor, R$ 1,704 bilhão recai sobre o ensino superior federal
Em maio, a Capes suspendeu a concessão de bolsas de mestrado e doutorado
Os cortes e a suspensão motivaram os protestos de 15 de maio
Após os atos, o governo disse que liberaria mais recursos para a educação, mas manteve o corte já anunciado em março
Ainda nesta quinta-feira, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos recomendou que o governo reveja os bloqueios.