Aniversário

O Imparcial: Nossa história é a sua história

O grupo O Imparcial completa 93 anos de história

No dia primeiro de maio de 1926, o empresário de exportação no centro de São Luís, João Pires Ferreira decidiu, com espírito empreendedor, carregado de ousadia e vontade de demarcar espaço social, transformou em editora de jornal, uma gráfica que dividia a propriedade com o irmão José Pires. Nascia a primeira edição de O Imparcial. J. Pires, como ficou conhecido, quebrou um paradigma de então: levar às ruas de São Luís e do Maranhão, um jornal sem comando político-partidário. Ele enxergou no digladio político entre os folhetins de então, pertencentes a governistas e oposicionistas, o espaço para o jornalismo apartidário capaz de dar à informação, o equilíbrio que a eternizou como substrato da natureza humana.

Na década de 20, o Maranhão possuía 874 mil habitantes, com 52 mil em São Luís, sendo então um estado em expansão de sua atividade agrícola centrada na produção de algodão, mandioca, arroz e o início do ciclo do Babaçu. Com a decadência da produção de borracha no Amazonas, no pós-guerra, o Maranhão virou eldorado para as correntes migratórias procedentes do Norte e do Nordeste, a maioria tangida pela seca. Foi nesse cenário de economia crescente que os jornais ganhavam relevância social e política, sendo ainda instrumento de fomento à literatura, cujo ambiente viviam em intensa efervescência.

No fim da década de 20, o rádio passou a concorrer como meio de comunicação de massa, com os jornais. Porém sem impactar a tradição do jornal em seu meio. Afinal, a história do Maranhão foi marcada por conflitos políticos e sociais, onde as oligarquias políticas se sucediam, sempre usando os jornais, depois o rádio e na década de 60 a televisão, como instrumentos de atiçamento das disputas pelo poder. Já O Imparcial, está chegando a quase um século de aprendizado, de renovação, de enfrentamento de crises, de adversidades sociais e políticas dentro e fora do Maranhão, com a mesma linha editorial de nascimento. Foram inúmeras situações adversas em que o matutino venceu os desafios tanto empresariais quanto tecnológicos.

O Imparcial vivenciou e marcou sua trajetória como um veículo de informação categorizada na realidade aos fatos, no respeito à qualidade dos conteúdos que publica, tendo a liberdade como trincheira e o leitor como alvo do trabalho jornalístico – para todos nós, um sacerdócio. Já se passaram uma guerra mundial, vários movimentos nacionais, com golpes e ditaduras e oligarquias que se sucederam e se renovaram, e o jornal carregando a bandeira de se por ao lado dos que clamam por direitos e igualdade.

Tudo isso, porém, inserido num contexto histórico. A partir da década de 90, com o computador substituindo a velha máquina datilográfica, deu-se o grande salto na Redação, com desdobramentos para outros setores do jornal, tais como a impressão que, já na década de 70 havia trocado a impressora plana pelo sistema de impressão ofset. Do computador para o tablet foi um pulo, sendo, no entanto, o mais espetacular a substituição do tablet pelo smartphone. Esse salto tecnológico, no entanto, teve seu lado negativo, pois os jornais viram seu público subir de faixa etária, enquanto perde o interesse da juventude. Hoje, porém, até o computador de mesa está sofrendo o desprezo da juventude, que resolve sua vida social, profissional e estudantil dedilhando o celular.

A relevância do jornalismo impresso paira hoje em seu histórico de credibilidade e lealdade do leitor formador de opinião. Nesse burburinho do mundo cada vez mais digital, o jornal impresso continua interessante e crucial para o mercado publicitário. Especialistas brasileiros e internacionais são unânimes ao ressaltar a credibilidade e o público selecionado, como fator que fazem com que o meio continue relevante. Não é à toa que a mídia impressa ainda abocanha parcela significativa dos investimentos em publicidade – não sendo maior o impacto, em razão da crise econômica globalizada.

Para Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), a tendência é que o investimento no meio continue crescendo nos próximos anos, principalmente por causa da credibilidade. “O que mais atrai é a credibilidade do veículo. É o reconhecimento de que o jornal continua pautando outros meios como a TV, chegando até às conversas no Twitter e Facebook”, afirma Luiz Lara.

Além do mais, o jornal impresso é o sustentáculo da liberdade de imprensa e da força da opinião pública na solução de seus percalços. Tal faixa de leitor acredita no bom e velho jornalismo como fiador da democracia, da quebra de monopólios e da manutenção da lucidez no estado de todas as coisas! Inclusive nos embates políticos, onde as redes sociais acabam sendo a fortaleza das fake News – nefastas ao jornalismo de verdade.

Portanto, olhando-se por esse diapasão, os jornais impressos não podem mesmo acabar no Maranhão, no Brasil e no mundo. É como nessa mídia poderosa que os jornalistas encontram a energia para continuar, enfrentando as adversidades da era digital, se reinventando a cada dia, fazendo a defesa da informação e da imprensa como sustentação das liberdades democráticas. É o farol do amanhã que não deve apagar nunca, carregado por cada leitor consciente, apontando rumos, defendendo causas justas e lutando por uma sociedade de valores iguais para todos.

Quem viveu 93 anos num inarredável processo dinâmico de transformação, como O Imparcial, obviamente que não vai esmorecer diante dessa onda de redes sociais e comunicação digital. Os impressos são os verdadeiros rascunhos da história, desde quando a história ainda não era contada como se conta nos dias de hoje. O resto está provado. É descrença, gosto duvidoso, credibilidade maculada e ensaios de panfletagem. O bom jornalismo é o alimento do espírito e a força que move a democracia.

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