ÁGUAS DE MARÇO

Chuvas deste fim de semana desabrigaram 380 pessoas em São Luís

Segundo a prefeitura, o volume da água ultrapassou o esperado e passou de meio metro de altura. Sá Viana e Sacavém foram os que mais sofreram com as tempestades de ontem (24)

São Luís no último final de semana. Foto: Divulgação

As crescentes chuvas na cidade têm deixado moradores em sinal de alerta. Somente neste final de semana, 110 famílias –  o correspondente a 380 pessoas – foram desabrigadas devido a alagamentos e deslizamentos causados pelo volume de água além do esperado em São Luís. No total, foram 163 famílias forçadas a sair de suas casas neste mês de março.

As informações foram compartilhadas pela Prefeitura de São Luís na manhã desta segunda-feira (25), no Palácio La Ravardière. A água acumulada na ilha no último final de semana, sábado e domingo, foi de 217 milímetros, tendo seu pico no domingo, com 160 milímetros. A previsão para este mês era de 438 milímetros, mas até ontem (domingo) já havia chovido 582, mais de meio metro – 32% acima do previsto.

No domingo, a Defesa Civil recebeu 15 ocorrências de deslizamento de áreas; 10 ocorrências de inundações; além de quedas de árvores na Cohama, Centro, Africanos, Coroadinho e Cohatrac. Na rua Jacinto Maia, no Centro Histórico, houve desabamento de casarões e, na Praça Pedro II, o reboco da parede de um outro imóvel tombado se quebrou.

Os dois principais bairros atingidos neste final de semana foram o Sacavém e o Sá Viana, de onde foram retiradas 85 e 25 famílias, respectivamente. A Prefeitura afirma que criará uma força-tarefa para as emergências registradas, mas que a prioridade é atender as pessoas atingidas. Estão sendo providenciadas alimentação e roupas para os desabrigados, além de acolhimento. Há duas semanas, 53 famílias evadiram a Rua João Paulo II, no bairro do Anjo da Guarda.

“Todo o seu vínculo, todo o seu processo tá naquele território. A história, o seu trabalho… Então, toda a retirada não é simples como pode parecer”, explica a secretária da Secretaria Manicipal da Criança e Assistência Social (Semcas), Andreia Lauande. Segundo ela, quando as famílias são desabrigadas, primeiro é feito o processo de identificação delas e, depois, é transitado o aluguel social – um benefício a estes cidadãos. Enquanto isso, a assistente explica, “redes parceiras e Igrejas têm tido um processo fundamental, pois às vezes elas não aceitam ir aos abrigos institucionais e ficam nestes espaços”.

Enquanto as famílias estão em seus abrigos temporários, os processos de reconstrução e escoamento dos locais atingidos recebem ações imediatas. “Já estamos com mais de 170 homens mobilizados para que a administração pública garanta a mobilidade da cidade”, afirma o secretário Antônio Araújo, da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp).

A previsão de chuvas para o mês de abril em São Luís é de que se acumulem 476 milímetros de água.

Reunião no Palácio La Ravardière. Foto: Giovana Kury/O Imparcial

Além dos secretários citados, estiveram presentes também o prefeito Edivaldo Holanda, o secretário da Secretaria Municipal do Governo (Semgov), Pablo Rebouças; o da Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), Heryco Coqueiro; e a coordenadora da Defesa Civil, Elitânia Barros.

São Luís tomada por alagamentos e deslizamentos

No último domingo (24), diversas regiões ludovicenses sofreram com a força das tempestades. Dentre elas, destaca-se a Rua Militana Ferreira, no Sá Viana, que possui a profundidade correspondente a um prédio de quatro andares. “Por conta do volume de chuva, da força da água e da pressão, houve o rompimento do muro de contenção de concreto que dava estabilidade para esta via”, relata o secretário da Semosp.

No bairro Salina, no Sacavém, o volume de chuva fez a maré transbordar. “Como a topografia é desfavorável ao manejo hidráulico, as famílias foram comprometidas”, explica o secretário. O maior agravamento asfáltico aconteceu na Rua do Sol, no Centro, onde a força da água arrastou um trecho do muro do Grêmio Lítero.

Além destes três bairros, as áreas de São Luís que sofreram com desmoronamentos e deslizamento de encostas foram a Vila Dom Luís, Vila Embratel, Vila Isabel Cafeteira, Recanto do Vinhais, Anjo da Guarda, Vila dos Nobres, Quinta dos Machados, João de Deus, Vila dos Nobres e Coroadinho. Já os alagamentos aconteceram no Anil, na Vila Embratel, Fumace, Gapara, Coroadinho e Janaína.

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