VIOLÊNCIA

9 Relatos traumatizantes de abusos sofridos por mulheres em São Luís

Neste março, Mês da Mulher, mulheres ludovicenses resolveram compartilhar histórias de violências que carregam consigo até hoje

A família

C. O., criança na época

“Eu fui violentada quando criança por mais de uma pessoa da minha família, em momentos distintos. Hoje, não convivo muito com essas pessoas, mas ninguém da família sabe, por medo que eu tenho de falar a verdade. Sigo com minha dor silenciada, além do que todo esse trauma me fez desenvolver uma forte depressão e ansiedade, mas sigo lutando.”

Os amigos

P. A., 17 anos na época

“Há alguns anos, numa festa da UFMA, eu me perdi dos meus amigos e não sabia como fazer pra voltar pra casa. Foi então que eu encontrei o melhor amigo do cara que eu ficava e ele me disse: ‘não vou te deixar ir sozinha pra casa, fica aí que eu te deixo’. Fiquei mais tranquila, afinal, eu já conhecia ele. Os amigos dele estavam juntos e começaram a colocar uma pressão danada pra eu beber, dizendo que mulher não aguentava o pique e etc. Eu tinha 17 anos e estava extremamente perdida em mim. Fui bebendo e perdendo noção. Quando estávamos no caminho percebi, que não tinha dito pra ele onde morava. Não estava entendendo nada. Tenho alguns flashes da noite, bem poucos. Lembro de ter pedido pra ele parar. Quando acordei no dia seguinte, demorei para entender onde estava – e demorei anos pra realmente entender o que tinha acontecido. Adivinha quem saiu como culpada pro amigo dele? Por muito tempo, eu me culpei por tudo. Hoje, entendo que não importa o quanto eu beber, ninguém tem o direito de me tocar. É pela nossa segurança, pra que nosso corpo seja respeitado, pra que nenhuma outra mulher precise passar pelos traumas que ainda me perseguem, que eu grito e luto diariamente.”

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