TECNOLOGIA

30 anos de Web e 50 anos de internet

Em 13 de março de 1989, ou seja 30 anos atrás, o cientista britânico Tim Berners-Lee, pesquisador do Laboratório Europeu de Pesquisas Nucleares CERN instalado na Suíça, criava um novo serviço para a Internet: a Wide World Web, ou simplesmente a WEB.

Foto: Reprodução

Em 13 de março de 1989, ou seja 30 anos atrás, o cientista britânico Tim Berners-Lee, pesquisador do Laboratório Europeu de Pesquisas Nucleares CERN instalado na Suíça, criava um novo serviço para a Internet: a Wide World Web, ou simplesmente a WEB.  Graças a uma nova linguagem chamada HTML, a Internet, que foi divulgada em 1990, começou a permitir acesso a páginas multimídia integrando além do texto, som, imagem e vídeos, além disso essas páginas são integradas entre si graças a referencias formando assim uma espécie de tela de aranha.

O advento da WEB potencializou a Internet e simplesmente revolucionou o mundo.  Eu era um jovem estudante na França, terminando meu mestrado e me preparando para iniciar o doutorado, quando vi o nascimento da WEB e aos poucos a grande transformação da Humanidade.  Logo criei minha primeira página Web, em 1990, usando a HTML.  As páginas web na época eram estáticas até a evolução para a Web 2.0 chamada Web dinâmica.

A WEB está se tornando madura, entretanto, o seu uso ainda é imatura.  Estamos aprendendo com nossos erros e a humanidade, aos pouco, está aprendendo e se acostumando com esse novo meio revolucionário da comunicação.  A instalação do marco civil da Internet por exemplo é muito recente e a regulamentação do uso está se desenhando a cada dia.  Tim Berner-Lee, criador da Web, alertou na sua última palestra nas comemorações do 30º aniversário da Web dada nesta semana sobre os riscos da Web e da Internet em geral ser controlada por plataformas gigantes.  A Web foi criada pra a ser um ambiente livre e diverso.

Afinal, qual será o futuro da Web?   Imagine que sua geladeira, por exemplo, esteja equipada de um sensor que detecta a falta de algum alimento como ovo, leite, ou suco; que esta geladeira esteja conectada à Internet, e que ela mesma toma a decisão de fazer uma compra online para suprir a falta de algum produto.  Assim, você nunca terá a desagradável surpresa de um dia você querer preparar uma omelete e não encontrar ovo na geladeira.

Esse cenário, apesar de parecer uma ficção científica, é hoje uma realidade.  É uma nova geração da Internet que está nascendo onde tudo é conectado e não apenas os computadores, tablets, e celulares.  A Internet não é mais a rede mundial de computadores; a Internet é hoje a rede mundial dos objetos (óculos, tênis, cachorro, bebe, carro, drone, celular, PC, Tablet, enfim, tudo o que se possa imaginar).

Desde sua criação em 1969, a rede mundial de computadores vem impactando o dia-a-dia das pessoas independentemente do nível social, econômico ou intelectual de cada um.  Em poucos anos, a Internet se consolidou como uma ferramenta indispensável para o nosso convívio e é praticamente impossível hoje viver sem ela.

Estamos vivendo a era dos objetos conectados.  Esta nova geração da Internet é chamada a “Internet das coisas” (Internet of Things -IoT), conhecida também como a Internet dos “objetos conectados”, “objetos inteligentes” ou simplesmente a “Internet das coisas”.  A ideia é de poder conectar e interagir com qualquer objeto de nosso mundo real.

Desde 2014, a Internet das coisas vem sendo popularizada quando de fato a partir daquele ano os objetos conectados começarem a invadir o mercado de consumo.

É preciso investir mais na inclusão digital das pessoas e em uma conexão em banda larga.  É preciso também baratear o custo dos objetos conectados.  A tendência é que, de fato, esses objetos sejam cada vez mais acessíveis.  Hoje em dia, o custo de um sensor para tomadas é de cerca de 100 reais e este custo deve cair para menos de um real daqui a 10 anos.

Portanto, na Internet das coisas, os benefícios não são apenas a comodidade, mas também o combate ao desperdício dos recursos naturais e do consumo em geral.  A geladeira inteligente avalia e regula a quantidade de energia/potência necessária para manter tudo refrigerado de acordo com a quantidade dos alimentos que ela contém.  Também, ela pode regular o consumo de energia de acordo com os hábitos da casa: quantas vezes geralmente ela é aberta e em quais períodos, etc.

Cabe, portanto, a nossos inventores, nossos jovens, nossas empresas de tecnologia, nossa academia, etc. investir nesta área promissora desenvolvendo ideias a partir de dispositivos com memória, conexão banda larga, sensores de som e temperatura, etc.  É a magia da tecnologia e da realidade do século XXI ao nosso alcance nos aproximando cada vez mais do futuro!

*SOFIANE LABIDI é Presidente da Academia de Ciências

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