RIO PERICUMÃ

Mais de 100 famílias já deixaram suas casas após rompimento de barragem em Pinheiro

A parte baixa do município do Maranhão já está completamente alagada. Também há denúncias quanto à segurança da Barragem do Rio das Flores

Pinheiro. Foto: Reprodução

Já passa de 100 o número de famílias que tiveram que deixar suas casas devido à inundação causada pelo rompimento da barragem do Rio Pericumã, no município de Pinheiro, Maranhão, na última segunda-feira (11). A informação vem da deputada Thaiza Hortegal (PP-MA), esposa do prefeito da cidade em questão, após entrar em contato com o Ministério da Integração e com a Defesa Civil, em Brasília.

Ainda segundo a deputada, a Secretaria de Desenvolvimento Municipal está encarregada de fazer o alojamento das famílias, tendo que buscar as vítimas com canoas. A chuva ininterrupta há 72 horas na região fez o rio transbordar, juntando a água doce à salgada, e a inundação já toma conta de toda a parte baixa de Pinheiro.

Para consertar a barragem, foi tomada uma medida paliativa pela prefeitura do município. Embora não seja técnica em comportas, uma equipe foi acionada e já recuperou os cabos, que foram comprados fora do estado; mas o alerta é de que o conserto possa não durar muito tempo.

Responsável pela Barragem do Rio Pericumã está o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). O Diretor Geral, Ângelo Guerra, afirma que todas as vistorias na barragem do Rio Pericumã foram feitas, cumprindo a Lei de Segurança de Barragens.

“As vistorias, por lei, são feitas periodicamente. Todas elas foram feitas. Se houve o problema agora, do rompimento de um cabo, não foi por causa de vistoria, não. (…) O rompimento de um cabo pode ocorrer. Você pode olhar um cabo intacto e ele pode romper”, explica. Contextualizando com uma situação cotidiana, o diretor exemplifica: “um carro, por exemplo, ele não dá prego, mesmo com vistorias? O que nós temos que fazer nessa situação? Ir lá e resolver”.

Thaiza expõe a ineficácia do Departamento. Segundo a deputada, o local estava há 36 anos sem recuperação. “Agora, não tem como esperar. Não tem como fazer apenas um paliativo. Ela [a barragem] tem que ser encarada de forma séria”, denuncia.

O DNOCS está atuando com o Estado do Maranhão para a resolução da situação. A previsão é de que, até o dia 15, dois engenheiros do DNOCS estejam na cidade maranhense para descobrir o que possa ter causado o problema, além de definir quais providências deverão ser tomadas.

Barragem das Flores, também no Maranhão

O diretor assegura que, recentemente, houve a recuperação total de Flores – a outra barragem de propriedade da DENOCS no Maranhão -, onde antes haviam sido observados problemas ainda mais graves. “O que tinha de comporta, o que tinha de comportamento biomecânico e na barragem, foi recuperado”, afirma Ângelo.

Entretanto, no dia 23 deste mês, a Câmara Municipal de Pedreiras irá reunir prefeitos e representantes de diversas entidades para alertar sobre uma possível ameaça de rompimento desta mesma estrutura. “Torna-se necessário empunharmos essa bandeira imediatamente, porque a falta de manutenção da barragem é preocupante, ocorrendo o risco de uma verdadeira catástrofe naquela região, caso ela venha a se romper”, relata o presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Erlânio Xavier.

O rompimento da Barragem das Flores poderia causar alagamento nas cidades de Anajatuba, Arari, Bacabal, Bernardo do Mearim, Conceição de Lago-Açu, Dom Pedro, Igarapé Grande, Joselândia, Lago Verde, Lima Campos, Pedreiras, Poção de Pedras, Santo Antonio dos Lopes, São Luis Gonzaga do Maranhão, Trizidela do Vale, Tuntum e Vitória do Mearim.

Entenda o rompimento da Barragem em Pinheiro

Na última segunda-feira (11), o cabo de uma das três comportas da Barragem do Rio de Pericumã se rompeu e alagou os bairros Matriz, Campinho, Floresta e Dondona Soares, em Pinheiro, interior do Maranhão. 

A barragem foi inaugurada em 1982 e já apresentava estrutura danificada. Construída no curso médio do Rio Pericumã, a 40 km da sua foz e a 11 km da cidade, pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento DNOS/Ministério do Interior, possui 275 m de comprimento por 39 m de largura e altura máxima das estruturas que chegam a 29,3m.

Tem três comportas, uma eclusa e dois diques laterais, fornecendo água e pescado para os municípios de Pinheiro, Palmeirândia, Peri-Mirim e Pedro do Rosário. Foi uma dessas comportas que se abriu.

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