Opinião: Fake News, ameaça a quem?
A mentira sempre foi protagonista nas eleições nacionais, estaduais e municipais. Seja nas propostas mirabolantes, por parte dos candidatos, ou seja por parte dos ataques de candidato/candidato.
A entidade mais perseguida nas Eleições 2018, sem dúvidas, é a Fake News. As notícias falsas são alvo dos partidos, dos candidatos, da justiça eleitoral, e principalmente, dos grandes meios de comunicação.
A mentira sempre foi protagonista nas eleições nacionais, estaduais e municipais. Seja nas propostas mirabolantes, por parte dos candidatos, ou seja por parte dos ataques de candidato/candidato. O boca-a-boca, folhetos, programas de rádio, sempre foram difusor para propagar a mentira a favor de candidato A, ou candidato B, C, D. Mas a quem a Fake News, ameaça?
1- Ameaça, principalmente, a imprensa livre, independente e séria. Veja bem. Quem vai ser capaz de dizer que os grandes veículos de comunicação, com atuação em todo o Brasil está praticando a Fake News? Esses próprios veículos, já caíram, em boatos propagados pela Internet. Mas não é esse o cerne da questão.
2- A liberdade de imprensa está ameaçada. Quando uma notícia que desagradar uma pessoa ou grupo político, o prejudicado vai apelar na justiça para retirar a “fake news” do ar.
3- O jornalismo investigativo está ameaçado. A pergunta que fica: no caso da investigação, como instrumento do bom jornalismo, em caso de contrariar o sujeito “atingido”, o profissional da comunicação vai ter que revelar suas fontes para não cair na vala comum da Fake News?
4- Os memes estão ameaçados. A Fake News acontece pela incapacidade, do receptor da mensagem, de checar a informação propagada, de procurar em veículos ou profissionais com credibilidade ou, mais ainda, ter o mínimo de sensatez para ligar o radar e identificar a mentira de perna curta. O próprio ministro Fux, do TSE, disse recentemente que para acabar com o Fake News só muito Rivotril para quem consome esse tipo de conteúdo. Porém, o humor também está em ameaça. O TSE já tinha decidido por “liberar” toda forma de humor, mas se humor for em forma de meme e o atingido, entender a piada como uma Fake News? Haja petição!
5- O senso crítico está ameaçado. Complementando o que foi dito anteriormente, só a educação, o bom debate político, a instrução será capaz de distinguir mentira de verdade. Se a gente jogar a responsabilidade da justiça nos dizer o que é verdade e o que mentira, nós ficaremos sem resposta para muita mentira ou muita verdade será escancarada nos holofotes das Fake News.
6- As eleições estão ameaçadas. O mesmo Fux, disse que uma Fake News pode cancelar uma eleição. Quem tem a régua da gravidade da notícia falsa? Esse instrumento vai ser usado por todas as partes perdedoras. Teremos, em 18, mais uma eleição com insegurança jurídica.
Dou crédito à verdade em um ponto crucial. Antes da Internet, a informação tinha dono. Hoje há vários veículos, portais, blogs, coletivos, canais de YouTube, páginas de Facebook, contas de Twitter, espalhadas por toda rede e em todo o mundo. Sem fronteiras. Já as grandes redes e grupos de comunicação não conseguem mais controlar e pautar o que será debatido. O impeachment da Dilma, começou como uma avalanche pelas redes e depois ganhou os canais de TV e grandes grupos de comunicação. É justamente esse ameaçado que faz campanha contra as “fake” (SIC) news.
Fake News mas pode chamar de censura.
Pedro de Almeida é radialista e opinou para o jornal O Imparcial