CULTURA

Sábado é dia de Feira Criativa no Desterro

Bairro do Desterro sedia a segunda edição da Feirinha Criativa com atividades culturais, gastronomia, artesanato, música, hortaria e jardinagem

Compartilhar, trocar, experimentar, degustar, curtir, aprender… são só alguns dos verbos que podem ser aplicados por quem frequenta uma feira criativa, dessas que são montadas na rua e que reúnem artistas, artesãos, pessoas de todos os tipos. Nos últimos anos, a quantidade de feiras de rua em São Luís tem aumentado bastante. Além do valor mais baixo, o ambiente ao ar livre também é uma ótima pedida para quem quer encontrar os amigos, comer uns bons tira-gostos, garimpar umas peças de brechó, achar umas peças artesanais diferenciadas ou aquele alimento orgânico que você sempre quis.

Neste sábado, 12, acontece a segunda edição da Feirinha Criativa Café Cuxá, das 15h às 21h, no Desterro (Rua da Saúde/Rua da Palma), que oferece artesanato, gastronomia, arte e cultura em um só lugar. Segundo a organização, haverá mais de 30 expositores independentes e da comunidade.

Além do que, haverá oficinas criativas, ações culturais e de preservação patrimonial, afinal de contas, a feira será bem no coração do Centro Histórico, nas seculares ruas do Desterro. “É também uma forma de estimular o turismo e movimentar de forma sustentável o bairro do Desterro, que é um dos mais antigos bairros da capital e faz parte do conjunto arquitetônico tombado pela Unesco como patrimônio histórico da humanidade”, garante a organização.

A Feirinha Criativa tem o intuito de democratizar o acesso à cultura e ao artesanato maranhense, promover a preservação do espaço público, fortalecer a economia local das pequenas artesãs e cozinheiras e, ainda, levar atividades de cultura e lazer pra comunidade.

“A gente tem que trabalhar dando oportunidade para pequenos produtores, artesões, empreendedores e empresários, porque nesses espaços a gente trabalha com comércio justo, não temos atravessador e a gente mesmo cria oportunidades de venda e sustentabilidade para nossos negócios. Assim, proporcionamos forma de geração e incremento de renda para esse formato de novos negócios, já que o mundo capitalista está em crise, esgotado. São novas formas que vamos criando de sobrevivência”, aponta Rebeca Alexandre, presidente da ONG Nave, que se fará presente com o Brechó Nave.

“É interessante que mais ações como essas venham para o bairro. Movimenta as ruas, traz alegria”, diz o senhor Luís Augusto, morador da área há mais de 40 anos.

Outro olhar

Idealizada pela artesã Vanessa Travincas, com apoio do Café Cuxá, a Feirinha acontece ainda sem periodicidade, mas já rende bons frutos. Segundo Vanessa, que nesta edição está como organizadora, na primeira Feirinha eles conseguiram fazer com que as pessoas passassem a ver o Desterro com outros olhos. Além, é claro, de proporcionar uma economia criativa dos expositores. Para se ter uma ideia, na primeira edição os expositores ocuparam somente a Rua da Saúde, agora também estarão na Rua da Palma.

Também foi feito agora uma parceria com as instituições dos arredores, o que eles estão chamando de Trânsito Cultural como proposta de visitas aos espaços do local. Então, o Espaço Cultural da Vale, o Ateliê Marlene Barros, Ateliê 393, a Biblioteca do IFMA (Centro Histórico), a Casa do Bairro, entre outros espaços, estarão abertos à visitação guiadas.

“Por ser uma região que muita gente, não só de fora, mas também de São Luís, acha que é perigosa, tem toda uma questão pejorativa associada à região, especialmente no fim de semana. O turismo acontece na Praia Grande, mas não sobe para o Desterro, provavelmente porque as pessoas têm medo de lá. Então, queremos mudar essa ideia. Na primeira edição teve gente que disse que mudou a concepção do que era o Desterro. Então, o intuito é incluir essa rota”, afirma Vanessa Travincas.

Bairro Secular

O bairro do Desterro, embora seja um dos mais antigos e abrigar edificações seculares e prédios históricos, sofre, segundo os moradores, com serviços de infraestrutura e que possam consolidar a área como roteiro turístico. O local é um dos onze bairros que compõem o Centro Histórico. Foi cenário dos primeiros momentos da ocupação portuguesa em São Luís e é tombado pela Unesco como patrimônio histórico da humanidade.

Através de suas ruas é possível contemplar um dos principais conjuntos arquitetônicos do Brasil dos séculos XVIII e XIX. Um dos principais centros comerciais e também residenciais de São Luís, apesar de abrigar construções memoráveis e guardar um importante legado histórico, como a Igreja do Desterro, uma das mais antigas de São Luís, e o Convento das Mercês, o bairro ainda sofre com o movimento turístico no local, pois a maioria de turistas e ludovicenses acabavam se dirigindo somente à Praia Grande.

Igreja do Desterro (Foto: Reprodução)

Pedaço de História

Basta darmos uma volta pelo bairro para observar que entre becos, ladeiras, prédios abandonados, outros mal conservados, azulejos e fachadas de casarões centenários estão edificações que fortalecem e muito a história do bairro, a exemplo do Convento das Mercês, Igreja do Desterro, Museu do Audiovisual do Maranhão (Mavam), Escola de Música do Bom Menino, Aliança Francesa, além da sede da escola Flor do Samba.

O Largo faz parte do conjunto arquitetônico e paisagístico de São Luís, como descreve o Instituto de Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan-MA), em sua página oficial da internet. “Apesar de localizar-se no extremo oposto da cidadela fundada pelos franceses (cercada por muros), já aparece sinalizado na primeira planta da cidade, datada de 1642, como uma extensão do setor urbano (composto do traçado do Engenheiro Francisco Frias), ligado a este pela Rua da Palma e outros dois arruamentos.

Apesar de não estarem sinalizadas edificações nas poucas ruas que compõem o bairro naquele momento, observa-se a presença de uma rua que desemboca no mar, deixando clara a finalidade portuária na área, e da igreja, que nesse momento tinha como orago Nossa Senhora do Desterro, invocação muito comum entre os portugueses que vinham para as colônias. Após sucessivas reconstruções, a igreja passou a ter como orago São José do Desterro”.

Foto: Karlos Geromy

Serviço
O quê? II Feirinha Criativa Café Cuxá
Quando? 12 (sábado), das 15h às 21h
Onde? Rua da Saúde/Rua da Palma) – Desterro
Quanto? Aberto ao público

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