PÁSCOA CHEGANDO

Por que comer chocolate dá a sensação de prazer?

Com a chegada da Páscoa, o chocolate passa a ser protagonista nas prateleiras de lojas. Mas o consumo do doce está muito menos ligado à data em si e mais relacionado a aspectos emocionais e biológicos

A sensação é quase sempre a mesma. Você chega na loja, compra o chocolate, abre a embalagem e começa a devorar aquele pedaço de doce. Enquanto você come, você sente que todas as delícias e maravilhas do mundo estão reunidas naquele pequeno pedaço de chocolate. O corpo começa a responder ao gosto do doce. E esse prazer? De onde vem?

A estudante de Jornalismo, Victoria Chaves, afirma que, se pudesse, comeria chocolate todos os dias e que só não o faz, porque está cumprindo dieta rigorosa. “Eu sou viciada em chocolate. Se eu pudesse, comeria todo dia e toda hora. Eu me sinto bem quando como chocolate”, conta.

A sensação de bem-estar relatada por Victoria é compartilhada por inúmeras outras pessoas. Por exemplo, o advogado Luís Carlos Almeida revela também que o chocolate lhe causa uma sensação de conforto e tranquilidade.

“Acho que não é só comigo. Comer chocolate causa um prazer muito grande. O corpo fica relaxado, tranquilo. Claro que precisa ter moderação, mas é complicado quando o alimento me causa boas sensações”, disse, bem-humorado.

Foto: Reprodução

Terapêutico

O consumo do chocolate, inclusive, começa a ter viés terapêutico para muitas pessoas. Victoria afirma que, quando está na TPM, o chocolate a ajuda a equilibrar melhor os sentimentos. “Quando estou na TPM, ele me ajuda a ficar tranquila. A colocar os pensamentos no lugar. Eu sinto que fico mais estabilizada emocionalmente e, quando não posso comer, fico um pouco irritada”, revela. Segundo a nutricionista Laís Ferreira, durante a tensão pré-menstrual, algumas mulheres tendem a suprir o estresse do período aumentando o consumo de doces. Assim, elas conseguem uma sensação de bem-estar momentânea e diminuem a irritação.

Mas não é necessário comer doce, o sentimento envolvido durante a TPM é psicológico. Comer doces todos os dias não pode se transformar em um hábito. O doce deve ser ingerido pelo gosto, não pela lembrança boa que ele traz. O ideal é que se coma apenas uma porção similar ao tamanho de uma mão fechada por dia”, aponta.

Relação de identidade

“Há ainda uma relação de identidade com a comida. Os doces estão, normalmente, relacionados a momentos agradáveis, a situações de prazer”, emenda a nutricionista. Segundo Laís, determinadas comidas nos fazem relembrar momentos importantes de nossa vida.

“Além de tudo isso, o chocolate acende nossas emoções e memórias. Lembrar instantes agradáveis de nossa vida também nos causa muito bem-estar, e em muitos momentos o chocolate estava lá. Nos bolos e docinhos de aniversário, naquele lanche da época da escola, a caixa de bombons que se ganha de alguém especial, as tortas que sua avó fazia ou o chocolate quente numa tarde chuvosa”, observa.

Gosto de felicidade

Laís Ferreira relata, ainda, de onde vêm todas essas sensações. Segundo a especialista, o sentimento de prazer está intimamente ligado à produção de hormônios que causam o bem-estar no organismo humano. “O chocolate aumenta a produção de serotonina e endorfina, que são hormônios que nos causam bem-estar. Por isso, é tão prazeroso consumir o chocolate”, explica.

Funciona assim: o açúcar de doces como o chocolate, por exemplo, é metabolizado mais facilmente pelo organismo. Como a serotonina necessita de açúcar para ser produzida, ela entrará no sistema circulatório em maior quantidade. Daí a sensação de prazer quase que imediato quando se ingere qualquer tipo de doce.

“Quando eu tenho algum trabalho para apresentar na faculdade ou vou passar por alguma situação tensa, eu compro logo um chocolate, porque sei que vai ajudar bastante. E eu não consigo comer só de pedacinho. Eu gosto de comer é uma barra inteira, uma caixa inteira”, diz Victoria. “Quando se come doce para suprir alguma necessidade psicológica, e não pelo comer o doce em si, é comum que a pessoa sinta prazer apenas enquanto está comendo. Em seguida, fica a sensação de culpa, de que ela não deveria ter comido o doce”, esclarece Laís Ferreira.

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