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Lojas locais investem no e-commerce para alavancar seus negócios

No Maranhão, o e-commerce é desenvolvido regionalmente por poucas lojas. Modelo de negócio requer segurança, logística de entrega e atualização dos canais

Foto: KGE

Fim de ano chegando, muitos consumidores aproveitam o período para fazer compras seja dos presentes para parentes e amigos ou aquele produto a muito desejado. O período é também uma grande oportunidade para o comércio que disputa a atenção dos clientes entre as lojas físicas e virtuais.
No Brasil, a tendência do comércio eletrônico é recente, porém já se estabeleceu como um setor estável e em contínuo desenvolvimento. O e-commerce faturou R$ 21 bilhões no primeiro semestre de 2017, crescimento nominal de 7,5% ante o mesmo período de 2016, quando foram registrados R$ 19,6 bilhões. O número de pedidos aumentou 3,9%, de 48,5 milhões para 50,3 milhões. Para o segundo semestre de 2017, a perspectiva de impulsionamento nas vendas ficou a cargo de três grandes datas do calendário do varejo – Dia das Crianças, Black Friday e Natal.
No Maranhão, o e-commerce, em nível de varejo com a estrutura exigida pelo mercado cada vez competitivo, é desenvolvido regionalmente por lojas como Magazine Liliani, Universal Informática e Terra Zoo.
No caso da Liliani, fundada em Imperatriz e que possui unidades no Maranhão, Pará, Ceará, Piauí e Tocantins, a experiência com o e-commerce iniciou antes de 2011. No entanto, a empresa, que hoje tem mais de 60 lojas, passou por mudança na gestão e houve pausa no projeto para investimento na estrutura para retomada do e-commerce este ano.

“Em 2017 resolvemos retomar as vendas pela internet. Mudamos a plataforma e deixamos o site mais atualizado e o reinauguramos no dia 4 de outubro. Há quase dois meses voltamos a vender no site, por meio do e-commerce”, relata Rafael Lima, coordenador de serviços e de gestão da loja virtual da Liliani.

Rafael Lima destaca que a expectativa da marca é vender bem mais e evoluir a plataforma e o sistema de distribuição, passando a entregar todo e qualquer produto em todo território nacional. A marca entrega para todo o país produtos via Correios. Os demais produtos são entregues onde existe suas lojas.
“Hoje nós temos uma estrutura preparada para o e-commerce, uma equipe para ofertar produto, atender cliente e efetuar venda. É tudo muito recente, quando iniciamos a venda com o e-commerce lá atrás era bem diferente, o mercado de internet evoluiu muito, os acessos e as compras. Hoje estamos em outro cenário”, conclui Rafael Lima.

Mas, o que é e-commerce?

Para identificação desse tipo de negócio é importante destacar as características do comércio para diferenciá-lo de sites ou redes sociais que apenas divulgam marcas ou produtos. No e-commerce, o negócio ou transação comercial online é realizado por meio da transferência de informações de compra e venda através da internet, de forma segura e com uma estrutura geralmente robusta que envolve soluções de TI, gestão de negócios e marketing.
Então, as milhares de lojas virtuais encontradas em redes sociais utilizadas para divulgar serviços e produtos sem a efetivação da transação de compra e venda pelo mesmo canal não é e-commerce. As redes são apenas canais de relacionamento que ajudam a impulsionar o negócio.
“Existe um equívoco de muita gente que pensa em fazer um e-commerce para entrar no mercado, aí cria perfis no Instagram, Whatsapp, YouTube, uma página na internet. Isso não é e-commerce, na verdade são várias ferramentas que você tem para o e-commerce”, explica João Berto Ferreira, analista técnico no setor de Inovação e Tecnologia do Sebrae no Maranhão.
O especialista esclarece que por trás do e-commerce existe todo um modelo de logística, planejamento estratégico que qualquer outra empresa tem e um plano de negócio bem modelado para se conhecer o investimento, ou seja, uma análise de mercado estruturada. João Berto fala ainda da necessidade de se constituir uma rede de parceiros e de fornecedores.
“O e-commerce exige tudo isso. Qual é a diferença do mercado convencional? No mercado convencional, o cliente vai lá ao espaço e compra. Quando você vai para o e-commerce, não quer dizer que não tenha mais que existir no espaço físico, mas toda logística que existe em um ambiente de negócio você precisa ter no e-commerce com um trabalho a mais, a ferramenta utilizada tem que estar constantemente atualizada, seja o site ou as redes sociais”, avalia.
No e-commerce tem que ter um site para realizar a venda, concluir a transação online com os múltiplos meios de pagamento. Para isso, o empreendedor precisa formalizar um contrato com uma instituição financeira para fazer a transação. É necessário também garantir a segurança do cliente dentro da transação, para que não ocorram casos de roubo de informações do cartão de crédito, porque a responsabilidade passa a ser de quem está vendendo.
“O fato de criar um e-commerce não inviabiliza eu ter o espaço físico. Uma coisa não anula a outra. Temos clientes que lidam com as duas realidades. Temos clientes que gostam de comprar online, mas temos clientes que gostam de ir lá pegar o produto, olhar, cheirar para conferir a qualidade”, destaca João Berto.

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