Com novo presidente estadual, PT discute ter candidato próprio em 2018
Partido dos Trabalhadores quer ser protagonista das eleições 2018 no Maranhão
Não é segredo para ninguém que o Partido dos Trabalhadores quer ser protagonista das eleições 2018 no Maranhão. Prova disso foi a resolução aprovada pela Executiva Estadual quando elegeu Augusto Lobato para a presidência do partido. A resolução determina que o PT pleiteie participação na eleição majoritária, indicando o vice para a chapa do governador Flávio Dino (PCdoB) ou possuindo um candidato ao Senado apoiado pelo Palácio dos Leões. O problema é que o cenário atual não é favorável às ambições petistas.
A proposta é da CNB, uma das correntes internas do PT, que não vê perspectivas positivas para 2018 caso não haja mudanças na matemática política de Dino. O governador já explicitou apoio à pré-candidatura do deputado federal Weverton Rocha (PDT) ao Senado, restando uma vaga em disputa. Além disso, deve presentear o PRB com a vaga de vice, mantendo, inclusive, Carlos Brandão ao seu lado.
E o primeiro nome que surge nesse momento de incertezas dentro do PT é o do ex-deputado estadual Raimundo Monteiro, que seria uma opção para falta de espaço do partido na base aliada de Dino. “Isso depende da aprovação do PT. O Encontro Estadual do PT é onde definirá se haverá candidatura própria ou não. Precisamos ter um palanque para o Lula no Maranhão. De acordo com a tese que o PT aprovou, não vai ter espaço para o PT na chapa majoritária. Então, a CNB avançou e indicou candidatura própria”, explicou Monteiro a O Imparcial.
Procurado pela reportagem, o presidente do PT no Maranhão, Augusto Lobato, disse ser legítima a atitude dessa corrente interna.“É legítimo, mas o que está em jogo e o que a gente quer é ter uma clareza maior no que está por trás disso. O Lula já veio aqui no Maranhão e declarou apoio ao Flávio Dino. Ele já disse qual o rumo para nós. Aprovamos por unanimidade. É legítimo quem quiser apresentar nomes”.
Jogo político
O presidente ainda identificou a existência de um jogo político para conturbar o ambiente interno do partido. “Uma coisa está muito clara: nós não vamos com Sarney e não fazer o jogo do Sarney. Nesse momento, candidatura própria faz parte do jogo do Sarney para tirar o tempo de televisão do Flávio Dino. Aqui no PT não formalizaram nada. Não chegou nada no partido. Sou presidente e repondo politicamente pelo partido. A autonomia é nossa total. O PT do Maranhão não vai fazer jogo do Sarney”, afirmou Augusto Lobato.
Apesar da afirmação de Lobato, na semana passada, os membros do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores aprovaram uma resolução sobre o processo eleitoral de 2018, onde ficou estabelecido que “toda e qualquer definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que ser submetida antecipadamente à Comissão Executiva Nacional”. Assim, a aliança entre PT e PCdoB no Maranhão poderia estar ameaçada, podendo ficar aberta a possibilidade de um novo alinhamento entre o PT e o PMDB.
“Não existe essa resolução. A Executiva Nacional acompanha os estados. Ela não é instância que delibera. Quem delibera é o congresso. Imagine, se eles vão nomear aqui para o PT ir com Roseana [Sarney]. Não existe isso. É uma intervenção e não cabe intervenção no PT do Maranhão”, disse o presidente do PT. “O PT não pode retroagir”, concluiu.