Rota do Tráfico

De onde vem a droga vendida no Maranhão?

Os traficantes entram com as drogas pelo Mato Grosso, transitam por Goiás, Tocantins e chegam à Ilha

Reprodução

A Polícia Civil do Maranhão desenvolve ações constantes no combate ao narcotráfico. No ano fluente, já foram apreendidas mais de oito toneladas de maconha e centenas de quilos de outras drogas como cocaína e seus derivados (crack e merla). Este trabalho é efetivado pela Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico-Senarc, que concentra sua ações nas apreensões das quantidades maiores de drogas, trazidas pelos traficantes de maior potencial no mundo do tráfico. Assim, a Senarc evita que entre na capital as grandes quantidades de drogas.

O delegado Valdenor Viégas, chefe do Departamento de Combate ao Narcotráfico na Capital, disse que este trabalho da Senarc é feito de forma preventiva através dos Serviços de Inteligência dos organismos das Forças de Segurança e com intercâmbio com as polícias de estados vizinhos. “Tudo para evitar o abastecimento dos traficantes da capital”, garante o delegado.

Tendo como principal arma a informação, a polícia maranhense tem conseguido fazer significativas apreensões de drogas, notadamente maconha, que vem de outras cidades do Nordeste, mas também, em maior escala, do exterior, como Bolívia e Paraguai. O delegado Valdenor avalia que a maconha continua sendo a droga mais usada, em face de ter o preço mais acessível e também pelo fato dos usuários acreditarem que causa menor dependência ao viciado, que considera também ser uma droga de menor potencial ofensivo à saúde.

Em suas operações nos bairros periféricos da região metropolitana da São Luís, a Polícia Militar tem dado efetivo combate ao tráfico de drogas, contando com o apoio do seu Servi de Inteligência. Mesmo em menor escala, os militares têm conseguido apreender drogas e prender traficantes que atuam em pequenas “bocas”, mas que causam grandes prejuízos às famílias dos bairros.

A Polícia Civil está também preocupada com a prevenção e, dessa forma, vem promovendo, através da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), palestras nas escolas, para informar aos alunos, geralmente adolescentes, os malefícios das drogas no organismo humano e suas consequências legais, como processos criminais e prisões por sentenças condenatórias. As escolas podem entrar em contato com a Seic, na Rua do Correio, no Bairro de Fátima, para agendar as palestras.

Na Seic, também está funcionando uma escolinha de karatê, que atende às crianças do Bairro de Fátima, como uma ação preventiva para evitar que as crianças enveredem pelas trilhas das drogas. Para isso, os funcionários da Seic abriram mão do espaço destinado ao refeitório, para que ali se instalasse um pequena academia para as aulas. O superintendente Tiago Bardal informou que já firmou parceria com empresas e que logo será construído um salão maior com capacidade para 200 alunos.

A rota do tráfico 

As drogas, para chegar a São Luís, percorrem longos caminhos. Vindo da Bolívia , do Paraguai, da Colômbia ou de outros centros produtores, entram no Brasil pela fronteira com o Mato Grosso e dali passam por Goiás, chegando ao Pará ou Tocantins, atravessando para o Maranhão por Imperatriz e dali para São Luís por via Rodoviária pela BR-222 até Miranda do Norte e pela BR-135, até a capital.

A outra rota se inicia no Mato Grosso, Goiás e Pará, seguindo para o Maranhão pelo município de Maracaçumé, Pinheiro até o porto do Cujupe, em Alcântara, e por via marítima para São Luís. Muitos traficantes preferem as embarcações de menor porte, que não atracam no porto da Ponta da Espera, preferindo os igarapés que levam a comunidades da periferia como Porto da Vovó, no Bacanga; igarapé do C… do Boi, no Tamancão; Arraial, no Quebra-Pote; e outros não alcançados pela fiscalização da polícia.

Todos os trajetos são feitos em veículos rápidos e geralmente durante a madrugada quando a fiscalização nas rodovias é reduzida.

 

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