OPINIÃO

Mercado de trabalho no Brasil: Quem ganha mais?

A Pnad produz informações sobre a inserção da população brasileira no mercado de trabalho, associada a características demográficas e de educação

Foto: Reprodução

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE de 2016, trazem de volta um resultado assustador. De um total de 40,1 milhões de crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos, 1,8 milhão estava no mercado de trabalho. Crianças pretas ou pardas eram 64,1% entre as ocupadas. Já entre as ocupadas de 5 a 13 anos, 71,8% eram pretas ou pardas, e para o grupo de 14 a 17 anos, o percentual de pretas ou pardas foi de 63,2%. O pior vem agora: dentre as pessoas ocupadas de 5 a 13 anos de idade, apenas 26% recebiam remuneração.

A mesma pesquisa, divulgada ontem, dia 29, mostra que, em 2016, o rendimento médio mensal real dos 88,9 milhões de trabalhadores do país, com 14 anos ou mais de idade, resultou em uma massa mensal de rendimento de aproximadamente R$ 191 bilhões – uma média de R$ 2.149. Na relação homem/mulher no trabalho, eles ficaram com a média de R$ 2.380 mensais, enquanto elas, R$ 1.836, o que corresponde a 77,1% da renda do homem. As pessoas brancas tiveram renda mensal de R$ 2.810, enquanto pardas não passaram de R$ 1.524 e as pretas, R$ 1.547.

As pessoas de cor branca tiveram rendimentos 30,8% superiores à média nacional de R$ 2.149, enquanto as pardas e pretas ficaram em 29,1% e 28%, respectivamente, inferiores a essa média. Segundo o IBGE, a população branca corresponde a 46,6% da população ocupada e a população parda, 43,4%. As duas etnias estão dentro do empate técnico no quesito ocupação. Em relação à escolaridade, a participação das pessoas com, no mínimo, o ensino médio completo foi 56,8% dos ocupados. Entre aqueles que não tinham o ensino fundamental completo ou equivalente, a participação foi 27,9% dos ocupados.

A pesquisa revela ainda que, em 2016, 1% dos trabalhadores com os maiores rendimentos recebia mensalmente, em média, R$ 27.085, ou 36,3 vezes mais do que a metade da população com os menores rendimentos, que ganhavam, em média, R$ 747. A concentração de renda começa e termina nesse item. Por exemplo: a massa de renda média mensal domiciliar per capita alcançou R$ 255,1 bilhões em 2016. A parcela dos 10% com os menores rendimentos da população detinha 0,8% do total, enquanto a dos 10% com os maiores ficou com 43,4%.

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