DADOS

Maranhão é o segundo estado mais perigoso para motociclistas

Estudo da Ambev mostra que das 1.626 vítimas fatais de trânsito no estado, 65% estavam de moto; Maranhão só está atrás do Piauí

O Maranhão ocupa o segundo lugar que mais oferece riscos a motociclistas em todo o país, ficando atrás apenas do Piauí. Das 1.626 mortes em decorrência de acidentes de trânsito registradas em 2015, 65% envolveram condutores de moto. O Piauí apresentou resultado pior, com 68%. Motoristas representam 16% dos óbitos e pedestres, 13%. Ônibus e caminhões integram os 6% restantes. O índice de mortes por 100 mil habitantes no estado permanece acima da média nacional, com 23,6. Apesar dos dados alarmantes, o cenário mostra melhora: na comparação anual com 2014, o total de falecimentos nas vias maranhenses caiu 10%.

Apontado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como um dos países com trânsito mais violento do mundo, o Brasil registrou uma baixa histórica no indicador de mortalidade devido a acidentes. O índice de óbitos por 100 mil habitantes recuou a 19,2 em 2015, o melhor resultado desde 2004. Em 2012, o indicador chegou a atingir 23,6. Os dados constam na quarta edição do relatório “Retrato da Segurança Viária”, desenvolvido pela Ambev e pela consultoria Falconi com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito.

“Nós buscamos ser parte da solução do problema. A segurança viária é uma causa que defendemos há anos com campanhas de conscientização e combate à associação entre álcool e direção. O desenvolvimento do Retrato é um passo importante nesse trabalho, oferecendo as informações necessárias para o planejamento de políticas públicas efetivas para a melhora desse cenário”, explica Mariana Pimenta, gerente de relações corporativas da Ambev.

O número absoluto de fatalidades também melhorou: de 2010, ano em que o Brasil aderiu à Década de Segurança no Trânsito da ONU, a 2015, as mortes ocasionadas por acidentes nas ruas e estradas do país apresentaram redução de 16%. No mesmo período, as cinco regiões brasileiras apresentaram diminuição no número de mortes, sendo que, em termos absolutos, as áreas mais populosas representaram a parte mais significativa dessa queda.

“Os dados refletem a importância da segurança no trânsito e devem nortear a conscientização de órgãos públicos e dos motoristas sobre dirigir com segurança. A Falconi entende que este levantamento é o primeiro passo para construirmos um trânsito mais seguro e, consequentemente, uma sociedade melhor”, afirmou Luís Roma, Consultor Líder de Projetos da Falconi.

Perfil de maior risco

Os motociclistas mostraram-se, mais uma vez, os mais vulneráveis à insegurança viária nacional, representando 39% das vítimas fatais, o que significam 12.126 das 39.333 mortes. Chama a atenção o fato de esse número ter quase dobrado em uma década, sendo que em 2004 o índice estava em 23%. Em seguida aparecem os usuários de automóveis (31%), pedestres (23%), bicicletas (4%) e caminhões e ônibus (3%).
Os principais fatores de risco que influenciam diretamente na quantidade e na gravidade de acidentes de trânsito incluem excesso de velocidade; associação de bebida alcoólica e direção; uso de celular ao volante, não uso de capacete; não uso de cinto de segurança e não uso de equipamento de retenção de crianças.

Óbitos por região

A região Sudeste apresentou o maior número de fatalidades, com 13.141 em 2015. O Nordeste vem em seguida, com 12.397 mortes totais. O Sul em terceiro lugar (6.071), o Centro-Oeste em quarto (4.107) e, por último, o Norte (3.627). Entre 2010 e 2015, no entanto, Nordeste e Norte seguiram na contramão das demais e registraram, respectivamente, crescimentos de 2,5% e 3,8% nos números absolutos de mortes no trânsito. No mesmo período, Sul reduziu os casos em 17,5% e Centro-Oeste em 8,5%. Na comparação com 2014, apenas quatro estados apresentaram aumento no número de vítimas: Roraima (+3%), Rio Grande do Norte (+2%), Paraíba (+5%) e Sergipe (+2%).

Dentre as 10 capitais com maior número de óbitos no trânsito, São Paulo é a primeira com um total de 1082, mas a cidade conta com o menor índice por 100 mil habitantes (9,0). Ela é seguida por Fortaleza (620 e 23,9), Rio de Janeiro (610 e 9,4), Recife (527 e 32,6), Brasília (469 e 16,1), Teresina (436 e 51,6), Goiânia (432 e 30,2), Belo Horizonte (428 e 17,1), Salvador (316 e 10,8) e Manaus (311 e 15,1).

Números

Maranhão – 1.626 mortes em decorrência de acidentes de trânsito registradas em 2015;
65% envolveram condutores de moto;
16% envolveram motoristas;
13% representam pedestres.

Regiões:

Sudeste – 13.141
Nordeste – 12.397
Sul – 6.071
Centro-Oeste – 4.107
Norte – 3.627

Evolução, mas nem tanto

Apesar de os dados demonstrarem evolução do quadro nacional, o Brasil ainda vive uma situação alarmante: em 2015, 39.333 pessoas perderam a vida e outras 203.853 ficaram feridas no trânsito. O relatório informa que os acidentes já são a segunda causa de morte não natural no país.

Há que se considerar o impacto econômico que o problema traz: em 2015, gastou-se no Brasil cerca de R$ 19 bilhões de reais com óbitos e feridos no trânsito. Com esse dinheiro seria possível comprar mais de 145 mil ambulâncias, por exemplo, cujo custo médio é estimado em R$ 130 mil, ou ainda construir mais de 60 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), às quais o governo federal estima um custo médio de R$300 mil cada.

O levantamento apresenta um panorama completo sobre a situação viária nacional, com as informações mais atualizadas disponíveis, obtidas por meio do cruzamento de dados da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), da Confederação do Transporte (CNT), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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