Câncer de próstata: saiba tudo sobre o teste que detecta o problema
O PSA (Prostate-Specific Antigens) é solicitado no início das investigações médicas. Outros exames complementam o diagnóstico, como o toque retal
Passa mês e vem outro, mas a prevenção sempre continua, seja qual for a causa, e dessa vez é contra o câncer de próstata. No Maranhão, onde a doença lidera o ranking, seguida do câncer de mama, a previsão é de 1.050 novos casos. Na capital, 210, sendo o tipo de câncer que mais afeta os homens. Sem contar os casos de câncer de pele não melanoma, os tipos mais frequentes em homens serão próstata (28,6%), pulmão (8,1%), intestino (7,8%), estômago (6,0%) e cavidade oral (5,2%). Nas mulheres, os cânceres de mama (28,1%), intestino (8,6%), colo do útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%) figurarão entre os principais.
Muito vem se falando sobre a PSA, a sigla para Prostate-Specific Antigens, ou antígenos específicos da próstata em português. O que são esses tais antígenos? Tratam-se de moléculas produzidas por essa glândula, inclusive quando ela está saudável. O que muda, na verdade, é a quantidade de PSA em circulação quando algum homem apresenta um câncer de próstata, por exemplo. Daí veio a ideia dos especialistas: fazer um exame para medir a concentração dessa partícula no sangue para verificar a presença dessa e de outras doenças.
Para que serve o exame de PSA
Para detectar precocemente casos de câncer de próstata e outras condições, como a hiperplasia prostática benigna e a prostatite. O PSA é solicitado no início das investigações médicas. Outros exames complementam o diagnóstico, como o toque retal.
Aliás, o toque retal – ainda cercado de preconceitos bobos – não seria indicado para o rastreamento inicial do câncer de próstata, mas é frequentemente pedido por ser rápido e barato. Converse com um profissional para avaliar o seu caso especificamente.
Os resultados
O PSA total é considerado normal quando está em até 2,5ng/ml. Se varia entre 2 e 10ng/ml, o médico pode pedir o PSA fracionado para avaliar melhor o quadro.
Mas atenção: a taxa de PSA no corpo aumenta naturalmente com a idade. Fora que alguns casos de câncer sequer apresentam alterações significativas nos níveis da molécula. Em outras palavras, a interpretação do resultado deve ser individualizada.
Como o teste é feito
Uma amostra de sangue é colhida e enviada ao laboratório para análise. No geral, os médicos pedem a medição do PSA total, mas podem também requisitar a quantidade de PSA livre – ou seja, a quantidade que não está ligada à nenhuma proteína, se houver alterações nos resultados.
Recentemente, chegou ao Brasil o Prostate Health Index (PHI), ou Índice de Saúde da Próstata. Ele usa uma terceira fração do PSA para fazer um diagnóstico mais certeiro e reduzir a necessidade de biópsias.
Periodicidade
O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) não recomendam que o exame de PSA seja utilizado para rastreamento populacional do câncer de próstata. Isso porque, às vezes, ele acusa um câncer maligno que, na verdade, não está lá. Ou apenas detecta quadros benignos, que não exigiriam biópsias agressivas na sequência.
Agora, isso não quer dizer que esse teste não funciona. Pelo contrário. O que se preconiza é consultar um médico para que ele determine a necessidade de fazer o exame (e a regularidade) de acordo com particularidades de cada paciente.
Indivíduos com histórico familiar de tumores na próstata, por exemplo, começam a ser monitorados geralmente a partir dos 40 anos. Homens negros via de regra também merecem atenção especial.
O fato é: quando adequado a cada paciente, o teste de PSA pode ajudar muito.
Cuidados e contraindicações
Qualquer intervenção na próstata pode aumentar o nível de PSA em circulação. O próprio toque retal provoca alterações que interferem nos resultados, assim como a biópsia, a realização prévia de colonoscopia e até uma ejaculação recente. Portanto, é crucial seguir as orientações de preparo para o exame e, se for o caso, refazer a avaliação. O ideal é colher o PSA antes de outros testes.