POLÍTICA NO JUDICIÁRIO

TJMA vive uma das eleições mais disputadas da história

A única certeza: será uma eleição será pra lá de apertada. Conheça os desembargadores que podem desequilibrar a disputa

Plenário do TJMA - (foto/ divulgação: Ribamar Pinheiro)

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) vive dias de incerteza. Às vésperas do pleito que vai eleger o próximo presidente (biênio 2018-2019), marcado para quarta-feira, uma nuvem de dúvida ainda paira sobre os corredores do Palácio da Justiça. Quem será o novo presidente? Nelma Sarney ou José Joaquim?

Essa eleição é diferente das demais. Na história recente do Tribunal a tradição sempre foi respeitada na hora de escolher um novo líder. Nos últimos sete pleitos, pelo menos, o colegiado aclamou sucessivamente o desembargador mais antigo em atividade. Esse ano é a vez de Nelma Sarney. Ou… seria.

Presidente do TJMA, Cleones Cunha

Cleones Cunha, o atual presidente, e o desembargador José Joaquim, candidato, uniram-se para mudar o cenário da disputa. Lançaram o desembargador Joaquim, convenceram e consolidaram um grupo de pelo menos 12 colegas e agora lutam para garantir um ou dois votos para desbancar Nelma.

Qualquer contagem no momento pode se caracterizar como mera especulação. Mas é fato que, dos 27 magistrados, 12 estão com Nelma e 12 com Joaquim. Três flutuam. E são intensamente assediados por ambos os lados.

“Essa eleição será decidida por um ou dois votos. No máximo três. Está muito equilibrado”, comenta uma fonte do Tribunal ouvida pela reportagem.

Segundo apurou O Imparcial, Jamil Gedeon, Paulo Velten e Vicente de Paula não definiram votos. Tem conversado intensamente com ambos os lados. Avaliam o cenário, sem dar pistas. Ricardo Duailibe, para alguns desembargadores, também é voto incerto. A conferir.

Desembargador José Joaquim: um candidato forte

Jaime Ferreira de Araújo, embora contabilizado por Joaquim como voto certo, também é dúvida. Ele tem, dizem, motivos de sobra para não ir com nenhuma das correntes. Apostar que ele votará em branco é factível.

É a política…

Mas, afinal, por que a eleição do TJMA em 2017 é diferente das demais? A política explica. E, mais uma vez, a polarização tem em um dos lados o ex-presidente José Sarney, que tem se envolvido pessoalmente na articulação. Sarney esteve em São Luís, conversou com desembargadores e deu força à Nelma.

No atual cenário político maranhense, se de um dos lados está Sarney, no oposto está… o governador Flávio Dino. Atribuem a ele a articulação organizada por Cleones e Joaquim  contra a representante da família Sarney no judiciário. Cleones, próximo a Dino, nega veementemente, bem como Joaquim.

O fato é que em ano pré-eleitoral, a disputa que toma os bastidores dos partidos também invadiu o Judiciário. O objetivo é, sem dúvida, político e (por que não?) eleitoral. Tanto para Dino quanto para Sarney, ter o domínio da Justiça maranhense em véspera de eleição é fundamental. Representa poder. E ter poder, sobretudo no Maranhão, é ter voto.

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