CARREIRA

Nedilson Machado: 30 anos de colunismo social

Colunista de O Imparcial, Nedilson Machado festeja suas três décadas de jornalismo, dedicadas ao colunismo social no Maranhão, entre familiares, amigos e convidados. Celebração será hoje no Hotel Luzeiros, na Ponta do Farol

Nedilson Machado

Quando era adolescente, o colunista Nedilson Machado, que hoje comemora três décadas dedicadas ao colunismo social maranhense, tinha o sonho de ser arquiteto e cineasta. Passados trinta anos dos sonhos da juventude, Nedilson Machado olha o retrovisor da vida e percebe o que o fato de ter seguido outros caminhos contribuiu muito para sua formação profissional e ampliou seus horizontes como ser humano.

Na tentativa de resumir a sua vida em uma frase, o jornalista, de forma sábia, cita um mantra diário: “Torne-se necessário”. E ressalta: “ Torne-se necessário já diz tudo. Se você não ajuda, não contribui. Se você não é importante para alguém, para um grupo ou para a sociedade, você não tem razão de existir. Torne-se necessário. Você tem que ser útil. Não estou me referindo à alta sociedade que é retratada pelas colunas sociais, mas à sociedade como um todo. Quando você é útil, você torna-se mais feliz”, disse o colunista.

Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão em 1982, Nedilson Machado, que fez especializações em Rádio e TV, além de Propaganda e Publicidade pela USP, iniciou a sua trajetória profissional no Jornal O Debate como repórter da editoria de Cidades e depois no jornal O Estado do Maranhão, também como repórter de Cidades, editor de economia, colaborador do caderno Alternativo, e como colunista social. “O colunismo social aconteceu na minha vida meio que por acidente. Eu sonhava em ser arquiteto ou cineasta quando prestei vestibular para o curso de Comunicação Social. Como só havia habilitação para a área de Relações Públicas e Jornalismo, e não tinha cinema, optei por Jornalismo. Cheguei até a fazer um curso para fazer cinema em Super 8 com o professor Euclides Moreira Neto, mas não produzi nenhum filme.

Enveredei pelo jornalismo. Iniciei no colunismo por volta de 1985, incentivado pelo jornalista Benito Neiva. Como ele viajava muito para cobrir os eventos, principalmente na área de turismo, eu fica como interino de sua coluna. Em 1987, comecei a assinar a coluna São Luís à noite, que tratava de diversão, lazer, gastronomia, cultura e eventos. Foi quando eu comecei a frequentar a noite e conhecer as pessoas que faziam parte desta cena local”, lembrou Nedilson Machado.
O jornalista ressaltou que foi neste período que a noite na capital maranhense vivia um grande momento de efervescência cultural e os jovens frequentavam points badalados como a Boate Gênesis, a primeira boate de grande porte e que tinha uma proposta diferente de tudo que havia na época e que era frequentada pelos jovens da cidade. “Foi a partir daí que comecei a conhecer uma turma de jovens que hoje tornaram-se grandes nomes da cidade, entre eles, juízes, desembargadores, secretários de estado e município, parlamentares, empresários, advogados, médicos e profissionais de diversos segmentos que acompanhei o desenvolvimento por meio do meu trabalho como colunista social. Foi uma geração que marcou uma época e que hoje tem uma grande influência no desenvolvimento social da cidade”, disse o colunista.

Nedilson Machado revelou que os seus 30 anos de colunismo social foram marcados por grandes eventos que entraram para a história de São Luís, como, por exemplo, o troféu Os Melhores da Noite, lançado por ele no ano de 1988 e que depois se transformou no prêmio The Best, que homenageava anualmente os melhores profissionais, personalidades, empresários, representantes de instituições e de outros segmentos, em reconhecimento a sua atuação na sociedade. Outros eventos marcantes idealizados por ele e que entraram para o calendário cultural de São Luís foram: a Noite Black Tie, Feijoada Honululu e o Baile Honululu, um dos bailes de carnaval mais tradicionais, além do Forró da Moçada, que acontece sempre no período junino, todos voltados para o público jovem da Ilha. Nedilson Machado chegou a produzir também concursos de beleza e festas marcantes, como Glamour Girl e o Baile da Primavera, que também fizeram parte do colunismo social maranhense.

Influências e referências no jornalismo

Como não previa que iria seguir no jornalismo pelo colunismo social, Nedilson Machado procurou entender melhor o universo em que havia caído sem paraquedas, por meio da leitura de outros colunistas sociais que o influenciaram bastante como Ibrahim Sued, Zózimo e Joyce Pascowitch. “Foi por meio destes jornalistas que assinavam as maiores colunas dos principais jornais do país que procurei ter como referência, pois faziam jornalismo com uma linguagem única dentro da esfera do colunismo social. Até mesmo na forma de escrever meus textos onde comecei a usar termos pouco conhecidos na época como a palavra ‘descolado’, que hoje é bastante comum no meio, mas que chamava muito atenção de quem acompanhava as coberturas que eu fazia das baladas, dos eventos sociais, dos aniversários de 15 anos, casamentos, batizados ou até mesmo de inaugurações de empresas ou estabelecimentos comerciais”, disse Nedilson Machado.

O jornalista acrescentou que, apesar da ideia de glamour com que o colunismo social é interpretado pela maioria das pessoas, Nedilson Machado afirma que sempre fez questão de tratar os assuntos abordados por ele em sua coluna com responsabilidade. “Como eu comecei no colunismo sempre em eventos, na diversão, em uma festa de casamento ou na balada fazia com que eu tivesse mais responsabilidade com aquilo que eu estava noticiando, pois o público que acompanhava o meu trabalho era um público formado por muitos jovens que estavam passando pela fase de formação de caráter e profissional. Eu tinha que fazer isso com muito tato. Ou seja, ao mesmo tempo em que informava os eventos sociais que induziam estes jovens a frequentar, eu me sentia responsável em dar discas de segurança e até mesmo de educação para contribuir com a formação deles”, explicou o jornalista, que tornou-se uma espécie de guru para alguns que sempre o procuravam para que pudesse opinar em determinadas escolhas.

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