Uma bebida com muitas doses da historicidade brasileira
Hoje, 13 de setembro, é comemorado em todo o Brasil o Dia Nacional da Cachaça. A instituição da data faz alusão a uma revolta que revela a luta do brasileiro pela valorização de sua identidade cultural
Hoje, 13 de setembro, é comemorado em todo o Brasil o Dia Nacional da Cachaça. A instituição da data faz alusão a uma revolta que revela a luta do brasileiro pela valorização de sua identidade cultural. Há exatos 365 anos, a bebida que hoje é um traço marcante de nossa cultura precisou ser legalizada após um evento histórico no qual a população exigia o livre consumo da cachaça.
Por ser colônia de Portugal, o Brasil do século XVII obedecia a regras que incluíam a proibição da comercialização da bebida que se popularizou entre os escravos enquanto trabalhavam na produção do açúcar. Em 1960, o governo da capitania instituiu impostos que não agradaram fazendeiros que já consumiam, produziam e comercializavam a aguardente. Inconformado com a situação, o povo se uniu e iniciou uma revolta, que acabou transformando, tempos depois, a cachaça em um símbolo de rebeliões contra Portugal.
Alguns séculos mais tarde, o consumo se popularizou o suficiente para que se entremeasse à cultura de nosso país e, hoje, já não há qualquer dúvida de que a cachaça é uma bebida com muitas doses da historicidade brasileira.
Como surgiu a bebida?
Há diversas versões acerca de como a cachaça surgiu. As principais delas são: I. Em 1532, portugueses teriam trazido da Ilha da Madeira, a cana-de-açúcar e as técnicas de destilação. A partir daí, destilado teria surgido em Pernambuco quando um escravo, que trabalhava no engenho, deixou armazenada a “cagaça” (caldo esverdeado e escuro que se forma durante a fervura do caldo da cana).
O líquido fermentava naturalmente e, devido às mudanças de temperatura, ele evaporava e condensava, formando pequenos pingos de cachaça nos tetos do engenho. Inclusive, a origem do sinônimo “pinga” teria surgido dessa versão popular da origem do destilado. II. Durante o processo de produção da cana-de-açúcar em engenhos brasileiros, escravos teriam consumido a “cagaça” e ficado mais ‘animados ‘ enquanto trabalhavam.
São Luís não nega a identidade nacional
Uma breve caminhada pelo Centro Histórico de São Luís, alguns passos em direção ao mercado das Tulhas e uma olhadinha para cima, são suficientes para encontrar um produto tipicamente ludovicense que enche o comércio informal de cores e encanta turistas que chegam à capital.
O líquido é acrescida a elementos exóticos e faz grande sucesso entre quem costumar passear pelos pontos turísticos da Ilha. Por aqui não é difícil encontrar a bebida que gerou tantas discussões nos séculos passados incorporada a elementos da culinária local.