Agronegócio

Produção de grãos no Maranhão gera boa expectativa para 2018

Segundo a Conab, o Maranhão deverá colher 4,7 milhões de toneladas de grãos em 2017, uma variação de 95,8% em relação à anterior, que foi de 2,4 milhões

Reprodução

O bom desempenho da safra agrícola do Maranhão vem sendo confirmado pelos dados de acompanhamentos realizados pelo IBGE e pela Conab. Diferente da safra 2015/2016, que foi fortemente comprometida pela estiagem, a safra 2016/2017 vem tendo bons resultados na colheita de grãos, com destaque para a soja, produto mais rentável entre as culturas produzidas no estado. Com a expectativa de boas condições climáticas, os resultados também devem ser favoráveis em 2018.

O Maranhão foi apontado como o segundo estado em crescimento no PIB do Brasil em um estudo realizado pelo Santander. A taxa de crescimento de 3,1% em 2017 se deve fundamentalmente à agropecuária, que representa 22% da projeção.

A região do Matopiba, que além do Maranhão compreende o Tocantins, Piauí e Bahia, responde por grande parte da produção brasileira de grãos e fibras. O 12º Levantamento da Safra 2016/2017 de Grãos, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetou para a safra de grãos do Maranhão. Embora diferentes, os números são aproximados. Ainda assim, o levantamento coloca o estado entre os dez maiores produtores agrícolas do Brasil, sendo o segundo da Região Nordeste e do Matopiba.

De acordo com a Conab, a safra 2016/17 do estado terá uma colheita superior a 4,7 milhões de toneladas de grãos. A produção corresponde a uma variação de 95,8% em relação à safra anterior que foi de 2,4 milhões de toneladas.
As primeiras safras colhidas comprovaram o ótimo desempenho do agronegócio no estado. Em 2017, até julho, já foram movimentadas 4,6 milhões de toneladas de soja pelo Porto do Itaqui, oriunda da região do Matopiba, segundo o Relatório de Movimentação de Carga dos terminais.

“A produção deste ano foi relativamente maior do que ano passado. Na safra anterior, principalmente na região de Balsas, tivemos perdas muito altas e lavouras inteiras não chegaram a ser colhidas. Porém, em algumas áreas comuns na região de Anapurus e Brejo, Buriti, a gente teve boa colheita no ano passado”, confirmou o engenheiro agrônomo Sérgio Delmiro que atua na área de agronegócio na região de Chapadinha e é secretário executivo da Aprosoja em Balsas.

É consenso entre os produtores de grãos que o rendimento na atual safra ainda não é suficiente para superar as perdas na safra anterior. “A diferença do ano passado para este ano é notória, tivemos na região de Balsas uma boa colheita. Com certeza ainda vai ser complicado recuperar o que foi perdido da colheita do ano passado. Mas já é um bom caminho para que a gente possa ter essa retomada de crescimento na produção e na produtividade da região de Balsas”, avaliou o engenheiro agrônomo.

Em um contexto geral, a escassa produção do ano passado também elevou o preço da soja, por exemplo, que para quem teve sucesso na produção conseguiu preços melhores. Segundo o secretário executivo da Aprosoja, a escassez na produção ajudou e teve preço chegando a R$ 98 por saca, na região de Anapurus.

Este ano, apesar de a produção ter sido maior, os preços são relativamente mais baixos. Na safra atual, os valores variam entre R$ 62 e R$ 65 por saca. “Há certo equilíbrio de produção e produtividade com o preço na região do Baixo Parnaíba, algo muito parecido com o ano passado. Na região de Balsas, tivemos produções acima de 60 sacas por hectare, isso ajudou a dar um fôlego para a região”, contou Sérgio Delmiro.

Sobretudo, o bom desempenho na safra 2016/2017 de grãos, deixa o produtor da região mais otimista, o que o leva a apostar mais uma vez em crescimento, abrindo mais áreas, colocando mais suporte no negócio, adquirindo novos maquinários, o que tem um bom reflexo na economia.

Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado, Márcio Honaiser, a produtividade comprova a recuperação da agricultura do Maranhão e impulsiona a expansão da cadeira produtiva de grãos. “Depois da frustração de safra ocorrida na safra anterior, por conta da falta de chuvas, este ano tivemos resultados excelentes, com a chamada supersafra, que permite aos produtores se recuperarem e continuarem investindo, gerando riquezas, empregos e oportunidades”, corroborou.

A expectativa geral é que o ano prossiga com condições climáticas favoráveis para a safra 2017/2018. “Queremos que este ano continue a previsão de chuva em boa quantidade, salvo algumas situações de veranicos, que também são previstos e comuns para região, devemos ter um prolongamento. A previsão climática deve manter o nível de produtividade alcançado na última safra”, conclui o engenheiro agrônomo Sérgio Delmiro.

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