Setembro Amarelo

Fragilidade emocional é principal causa de suicídio

No mundo, são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS, em 2014

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Já debatemos várias vezes esse assunto, mas nunca é demais falar outra vez. É complexo sim, mas necessário sempre uma explicação para ao menos tentar entender e esclarecer o suicídio, que espelha fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais e também culturais. Ele tem sido desvendado, nos últimos quatro anos, pela campanha Setembro Amarelo. Neste ano, como de costume, as atividades de prevenção e sensibilização incluem caminhadas, veiculação de materiais da campanha por figuras públicas que abraçam a causa e a decoração e iluminação de prédios públicos, praças e monumentos com luzes e itens amarelos, mas o que iremos comentar hoje é o que pode levar uma pessoa a tirar sua vida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS, em 2014.

De acordo com dados do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAOp/DH), 290 casos de suicídios foram registrados no Maranhão em 2016. Este ano, aconteceram dez casos de suicídio na Grande São Luís. Até a última quarta-feira, dia 14 de setembro, segundo registros da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA), três pessoas cometeram suicídio. Dos casos registrados, as vítimas são homens residentes em bairros de São Luís e com idade entre 44 a 47 anos.

Para a psicóloga e suicidóloga Vivian Zicker, membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS) e uma das coordenadoras do Grupo de Apoio a Enlutados por Suicídio, não são os eventos dolorosos da vida que fazem suicidar, mas sim o efeito incendiário sobre uma condição mental doente e fragilizada, que faz com que o fato tome a dimensão de tragédia.

Em matéria publicada em julho deste ano, a revista Superinteressante utiliza a metáfora de uma “bituca” de cigarro para explicar esta questão, queima até apagar. Em pesquisas feitas também pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% das pessoas que cometem suicídio possuem algum transtorno psicológico, com destaque para a depressão e abuso de álcool e drogas. Desta forma, a OMS conclui que 90% dos suicídios podem ser prevenidos se começarmos a tratar como uma doença como qualquer outra, que precisa de prevenção e intervenção eficaz quando diagnosticada.“Somente 3% não têm diagnóstico desses transtornos. Há um alto índice também de histórico de drogas, álcool e outras substâncias”, diz a psicóloga Fabíola Rottili Brandão.

Da mesma forma, assim como aprendemos que devemos evitar o consumo excessivo de açúcar e sal como prevenção à diabetes e hipertensão, precisamos ensinar às nossas crianças e adolescentes como lidar de forma saudável e construtiva com os desafios diários. Um adolescente, por exemplo, nem sempre apresenta sinais de desinteresse pela vida de forma estereotipada. Muitas vezes, a depressão nessa faixa etária vem com sinais de irritação, rebeldia, isolamento, que geralmente é confundido com características da adolescência e acaba passando despercebida.

No Maranhão há 74 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), onde pessoas com doenças mentais, como depressão, esquizofrenia e transtornos mentais relacionados ao álcool e outras substancias, podem ser acompanhadas.
Você pode acompanhar também tudo sobre a campanha Setembro Amarelo no site (http://www.setembroamarelo.org.br).

 

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