Conheça um pouco mais sobre a Esclerose Múltipla
A grande maioria da população não sabe o que a Esclerose Múltipla, seus sintomas e tratamento, por isso é tão importante alertamos sobre o assunto
O final do mês de agosto foi marcado como um período importante para o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. A data oficial foi o dia 30, mas é importante comentar e discutir a doença a todo momento.
O desconhecimento da população
Infelizmente é uma doença pouco conhecida pela população e atinge mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo mostram os dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla, sendo em sua maioria mulheres, na faixa dos 20 aos 50 anos. Só no Brasil são mais de 40 mil casos da doença, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM).
Para o neurologista do aplicativo Docway Dr. Eric Grossi, a grande dificuldade está justamente no desconhecimento da doença. “A grande maioria da população, inclusive os médicos não neurologistas, não sabe o que é a Esclerose Múltipla, seus sintomas e tratamento, por isso é tão importante alertamos sobre o assunto”, comenta. Os primeiros aspectos que devem ser esclarecidos são: a Esclerose Múltipla não é uma doença mental, não é contagiosa, existem sim, métodos de prevenção e, apesar de não existir cura, com os avanços da medicina hoje, é possível tratar os sintomas e, mais importante, retardar o processo de evolução da doença.
Doença crônica
É uma doença neurológica, crônica e autoimune. As células de defesa do próprio organismo atacam o sistema nervoso central, o que provoca lesões cerebrais e medulares. Com causas desconhecidas, a doença passou a ser foco de estudos no mundo todo, o que tem ajudado de forma significativa na melhoria de vida dos pacientes. Segundo o médico, a grande maioria dos casos de EM acontecem em mulheres jovens e pode ter os mais variados sintomas como: cegueira súbita, visão dupla, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio ou da coordenação motora, fadiga intensa, depressão, dores articulares, além de disfunções intestinais e na bexiga.
Doenças com sintomas semelhantes
Existem algumas doenças que têm sintomas semelhantes aos da Esclerose Múltipla e só um médico especialista será capaz de identificá-los corretamente. Em caso de suspeitas da doença, é importante que a pessoa procure um neurologista para que ele possa investigar, chegar ao diagnóstico correto e começar o tratamento. “Vale ressaltar que existem três formas de esclerose múltipla, sendo a mais comum no Brasil, aquela que evolui de forma paroxística, ou seja, em crises de sintomas agudos (denominados surtos) e períodos longos de calmaria (denominados de remissão, onde há melhora ou ausência de piora). Até pouco tempo, somente as crises eram tratadas, mas já há alguns anos, dispomos de medicamentos, inclusive distribuídos pelo SUS, que ajudam a evitar essas crises, melhorando assim a evolução da doença”, explica.
Tratamentos
Os tratamentos hoje disponíveis reduzem a atividade infamatória, causadora das lesões no sistema nervoso central, contribuindo para uma redução da incapacidade e melhorando a qualidade de vida dessa pessoa. “Estamos avançando quanto ao conhecimento e aos tratamentos da esclerose Múltipla, mas é um longo caminho, por isso, um acompanhamento adequado faz toda a diferença na vida do paciente. Cada caso é um caso diferente, todos devem ser avaliados e tratados individualmente, chegando, assim, ao melhor tratamento possível para cada paciente”, finaliza o neurologista.