Cinema Brasileiro

“Como Nossos Pais” estreia nesta quinta-feira

História dirigida por Lais Bodanzky chega aos cinemas de todo o Brasil como vencedor, com seis kikitos do 45º Festival de cinema de Gramado

Reprodução

Lidar com a rotina de trabalho, sustentar a casa e oferecer uma boa educação para os filhos ou seguir os conselhos da mãe, cuidar da casa, ser a esposa perfeita ao seu marido e salvar seu casamento? Esses são alguns dos dilemas da protagonista Rosa (Maria Ribeiro) no auge dos seus 38 anos de vida. O longa Como Nossos Pais, de Laís Bodanzky, estreia nesta quinta-feira nos cinemas de todo o país já com o titulo de vencedor do 45º Festival de Cinema de Gramado com seis kikitos de ouro na bagagem: melhor filme, direção, atriz para Maria Ribeiro, ator para Paulo Vilhena, atriz coadjuvante para Clarisse Abujamra e montagem para Rodrigo Menecucci.

“Como Nossos Pais” abre as portas de uma família que passa por questões contemporâneas. Naturalmente, conflitos e dramas da intimidade própria do núcleo familiar ganham destaque na trilha. A protagonista é filha de pais divorciados, intelectuais de classe média, e mantém um casamento em ruínas com Dado (Paulo Vilhena), com quem tem duas filhas.

A crise de Rosa se assemelha a de muitas mulheres na atualidade. As cobranças que a personagem faz a si mesma fazem com que ela sufoque seu desejo de se tornar uma grande dramaturga, em um profissão frustrante para dar conta de oferecer qualidade de vida à suas duas filhas, ao marido e à mãe (Clarice Abujamra). A relação com esta última, sempre marcada por altos e baixos, entra em cheque quando Rosa recebe a noticia de que a mãe possui uma doença grave.

A trama concilia temas como patriarcado, anseios da mulher moderna e os laços entre mãe e filha com maestria mostrando que o cinema brasileiro pode ser forte na vertente, surgindo em um momento crucial para o tema. O papel da mulher na sociedade está em transformação. “As gerações novas que estão vindo, antes até de formar família ou de as meninas sentirem na pele o que é essa opressão invisível da mulher, já dizem que não querem isso. Na escola das minhas filhas, meninas de 11 a 15 anos se encontram toda semana para discutir”, explicou Bodanzky em entrevista.

O cinema é um espaço de fala, onde podemos usa-lo como ferramenta de transformação e diálogo de temas que refletem a realidade. E em Como Nossos Pais,  Lais Bodanzky se consagra como uma cineasta que ocupa o audiovisual com discursos que dialogam com a sociedade. Exportando para as telas um perfil das próprias brasileiras. Ao contrário do que se pensa, não enfastia o tema, abre-o ainda mais ao encaixá-lo no contexto das famílias brasileiras.

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