"Fora" ou "fica"

Saiba como deve votar a bancada maranhense sobre investigação de Temer

Hoje será uma data decisiva para o Brasil e para o presidente Michel Temer, mas, afinal, como vai votar a bancada maranhense e o qual a posição de Flávio Dino e José Sarney?

Michel Temer foi acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Governo de Temer não é aprovado pela maioria dos brasileiros.

Hoje será um novo dia D na Câmara dos Deputados. Os 413 parlamentares – caso todos compareçam – vão decidir se autorizam investigar Michel Temer ou o mantêm no cargo, acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Portanto, será uma data decisiva para o Brasil e do peemedebista que o preside. Ele vem quebrando lanças em negociações, assumidas pessoalmente, no varejo e no “atacado”, para “convencer” os deputados.

O custo de tais acertos teria alcançado a astronômica soma de R$ 15 bilhões, entre emendas parlamentares e investimentos liberados em programas de governo, atendendo ao mesmo objetivo: permanecer no cargo. Para isso, os acordos batem à porta dos estados afogados na crise. E o que a população do Maranhão quer saber é quais deputados da nossa bancada estão com Temer, preservando-o no cargo, ou votando pela sua derrubada, assim como a posição do governador Flávio Dino e do grupo Sarney.

Todo esse novo imbróglio está ocorrendo distante apenas 11 meses do afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff pelo Senado Federal (31/8/2016), no processo de impeachment, chamado de golpe parlamentar, comandado pelo próprio Michel Temer, como vice-presidente. Ele contou com decisivos apoios do senador Aécio Neves, presidente do PSDB, e de Eduardo Cunha (PMDB), que presidia a Câmara. Também a derrubada de Dilma teve o apoio das mídias, como a Globo e Veja, na vanguarda do movimento. Sem contar com os empresários da Fiesp e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). E, de longe, os Estados Unidos.

Assim como aconteceu com Dilma Rousseff, em 17 de abril do ano passado, Michel Temer está diante da mesma situação ameaçadora. Naquela votação, o impeachment recebeu 367 votos favoráveis e 137 contrários. Porém, como conhecedor profundo das manhas e artimanhas da Câmara, que já presidiu, Temer resolveu arregaçar as mangas. Teve dia em que a agenda oficial “denunciava” a visita de 22 parlamentares num período de apenas 13 horas, para discutir a ação da PGR.

Posição de Flávio Dino

O governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, legenda historicamente alinhada ao PT desde o primeiro momento de poder, tem posição marcadamente contra o golpe de 2016. Na ocasião da admissão do impeachment por Eduardo Cunha, Flávio Dino jogou forte junto aos deputados maranhenses. Levou até o deputado Waldir Maranhão (PP) a anular a votação na Câmara, uma decisão polêmica, revogada logo em seguida, quando o processo já estava no Senado.

Agora, Dino mudou de estratégia. Sua postura é a favor do afastamento de Temer, mas também de eleições diretas subsequentes. Age com descrição e cautela. Ele ainda não demonstrou, pelo menos publicamente, como se articula na Câmara sobre a votação do pedido de cassação do presidente Michel Temer, proposto por Rodrigo Janot, que, diante da provável derrota nesta votação, já prepara outra ação, com mais cuidado, no mesmo sentido.

Como vota a bancada do Maranhão

O Grupo Sarney, que já foi Lula e Dilma dentro de suas conveniências de sobrevivência política, ficou a favor de Michel Temer no impeachment e agora permanece inarredável. José Sarney, os filhos Roseana e Zequinha Sarney, ministro do Meio Ambiente, estão empenhados em salvar Temer, além dos senadores João Alberto e Edison Lobão. O grupo conta ainda com a simpatia do “socialista” Roberto Rocha que, mesmo sem votar, joga politicamente no flanco onde estiver jogando Flávio Dino. Rocha vive excomungando a ideologia “comunista”, mesmo estando filiado ao PSB.

Votação no impeachment de Dilma

Alberto Filho (PMDB————————-Sim
Aluísio Mendes (PTN———————— Não
André Fufuca (PP—————————-Sim
Cleber Verde (PRB—————————Sim
Eliziane Gama (PPS————————–Sim
Hildo Rocha (PMDB————————–Sim
José Reinaldo (PSB————————–Sim
João Castelo (PSDB————————–Sim
João Marcelo Sousa (PMDB——————Não
Juscelino Filho (DEM————————-Sim
Júnior Marreca (PEN————————-Não
Pedro Fernandes (PTB———————–Não
Rubens Júnior (PCdoB———————–Não
Sarney Filho (PV—————————–Sim
Victor Mendes (PSD————————–Sim
Waldir Maranhão (PP————————Não
Weverton Rocha (PDT————————Não
Zé Carlos (PT——————————–Não

Votos pró e contra

Sarney Filho (que será exonerado só para votar e depois reintegrado ao ministério), Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo (PMDB), Cléber Verde (PRP), Aluísio Mendes (PTN), Pedro Fernandes (PTB), André Fufuca (DEM), Jr. Marreca (PEN). Já o deputado José Reinaldo Tavares, que se considera fora do PSB, mas ainda sem filiação no DEM, também vota em Temer, junto com Juscelino Rezende (DEM). Luana Costa (PSB – substituta de João Castelo) deve votar com Temer. Contra, estarão os alinhados de Flávio Dino: Rubens Jr. (PCdoB), Zé Carlos (PT), Waldir Maranhão (PP), Eliziane Gama (PPS), Deoclídes Macedo (PDT) e Weverton Rocha (PDT).

Entenda o rito e as regras do processo

O processo agora, contra Michel Temer, segue assim: Primeiro, a câmara dos Deputados, com 413 membros, precisa dar autorização para investigar o presidente. No plenário, serão necessários 342 votos a favor para que a matéria chegue ao Supremo Tribunal Federal. É o mesmo número que Temer precisa para matar o processo. Caso seja aprovada a admissão, a responsabilidade vai para o Supremo Tribunal Federal. Uma vez autorizado a investigar o presidente, o STF irá votar em plenário se torna ou não Michel Temer réu. Caso positivo, ele será afastado por 180 dias, assumindo Rodrigo Maia como presidente da República.

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