Preço do gás de cozinha terá reajuste todos os meses
Pela nova política de preços adotada pela Petrobras, valor será revisado mensalmente. Consumidor pode acompanhar a variação pelo site da ANP
Pela nova política de preços adotada pela Petrobras, o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, será revisado todos os meses. Segundo a estatal, a revisão não vai implicar, necessariamente, em aumento sucessivo do valor cobrado pelo produto.
Em junho, os botijões de 13 kg, para uso residencial, tiveram reajuste de 6,7%. Em julho, a revisão feita pela estatal resultou em redução de 4,5%, em média, nos preços do gás de cozinha. Já em agosto, a revisão voltou a apontar elevação, com o reajuste de 6,9% para o gás de uso residencial em botijões de até 13 kg (GLP P-13).
Em razão disso, o consumidor maranhense terá que ficar atento às revisões mensais. Depois da energia elétrica, agora é vez do gás de cozinha que, caso sofra aumentos contínuos, pode terminar bem mais caro até o fim do ano.
A Petrobras defende que, como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor e isso vai depender de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores.
Em São Luís, o botijão de gás de cozinha de 13kg está sendo comercializado, em média, a R$ 55,00. Em postos de gasolina da capital, o produto pode ser encontrado a R$ 45,00. No interior do estado, nas revendas pesquisadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em alguns municípios, o preço do gás de cozinha varia de R$ 55,00 a R$ 72,50.
Na última semana, a pesquisa da ANP apontou uma leve queda nos preços praticados no estado. O preço médio de R$ 54,09, no decorrer do mês, passou a R$ 50,78, na última semana. Já o valor máximo cobrado pelo botijão de gás passou de R$ 75,00 para R$ 70,00.
Fiscalização
O Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon/MA) tem feito a fiscalização do gás de cozinha comercializado no estado. No interior, o órgão tem atuado no combate a venda do produto em estabelecimentos clandestinos, não autorizados pela ANP e também checado denúncia de consumidores quanto a prática de preço abusivo por revendedores.
A Operação Com Todo Gás realizou a apreensão de 166 botijões de gás de cozinha em Itapecuru-Mirim, no mês de julho. Segundo o Procon, a intervenção conseguiu reduzir o valor praticado no município de R$ 75 para R$ 55.
Sindicato aponta defasagem
Para o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Maranhão (Siragama), Lourivan Dias, a variação mensal é uma política do governo e a Petrobras entende que há uma defasagem no GLP em relação ao mercado internacional.
Sobre os preços praticados no Maranhão, na venda do gás de cozinha, o presidente da Siragama entende que a capital está com um preço defasado e é o revendedor de São Luís quem está pagando a conta. “O consumidor final paga em torno de R$ 57 pelo gás de cozinha em São Luís. No interior, o valor varia entre R$ 70 e R$ 80. No interior, os valores não estão abusivos, estão normais. Na capital, os preços estão abaixo e o sindicato está lutando para estabelecer o preço real”, argumenta Dias.
De acordo com o levantamento de preços, realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no mês de agosto, o valor médio R$ 50,78 para o Maranhão é o mais baixo entre os 27 estados. O valor médio mais alto por estados é no Mato Grosso, R$ 85,97, onde o preço do botijão de gás pode chegar a R$ 105,00.
Outro problema apontado pelo Siragama é a concorrência dos postos de combustíveis com as revendas de gás de cozinha, que segundo ele, em vez de baixar o preço da gasolina, baixam o do gás. “Os postos de combustíveis agregaram o gás como mais um item para atrair o consumidor. Vendem a R$ 44,99. É uma concorrência desleal. Eles não entregam e não prestam serviço de assistência técnica em caso do botijão apresentar problema”, avalia.
De acordo com o presidente da Siragama, a atuação dos revendedores clandestinos não chega a afetar o preço do gás de cozinha, pois a maioria dos estabelecimentos compra com os distribuidores oficiais, que trabalham somente com revendas credenciadas pela ANP.
O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustiveis- MA) informou que, assim como para os combustíveis, o mercado é livre para o comércio de gás. A decisão de revender o produto é individual de cada dono de posto, que precisa de autorização específica da ANP para isso. Cada revendedor deve praticar o preço que lhe convier, de acordo com suas planilhas de custo.