Diversidade

Praça Deodoro reúne gente e comércio de todos os tipos

O local é o coração do Centro da cidade e também de onde partem muitas pessoas em direções diversas para diferentes lugares

Praça Deodoro. Foto: Honório Moreira.

Praça Deodoro. Foto: Honório Moreira.

Quem mora na Grande São Luís e não conhece (o que é praticamente impossível), com certeza já ouviu falar na Praça Deodoro, uma das principais e mais conhecidas da capital maranhense. Referência para outros lugares, ponto de encontro, palco de diversas manifestações, é o coração do Centro da cidade e também de onde partem muitas pessoas em direções diversas para diferentes lugares.

Quer agência bancária? Na Praça e no entorno dela você encontra. Quer farmácia, lojas de roupa, de eletrodomésticos, sapataria, loja de consertos diversos, casa lotérica, biblioteca, banca de revista, lanchonetes, restaurantes, centro comerciário, cultural e esportivo, clínicas, salões, escola? Tudo isso e mais se acha por ali.

Outrora lugarejo aprazível de conversas tranquilas, namoricos, descanso, hoje a Praça Deodoro apresenta um grande fluxo de veículos, com diversas linhas de ônibus e grande número de transeuntes.

Antes chamada de Largo do Quartel, por causa da existência do Quartel do 24º BC onde hoje é a Biblioteca Pública Benedito Leite (Praça do Pantheon), seguidamente foi denominada Praça da Independência, de acordo com lei municipal de 15 de agosto de 1868 (informação do portal IBGE). Depois passou a ser conhecida como Praça Deodoro, homenagem da municipalidade ao Marechal Deodoro da Fonseca, homem que se destacou à frente do movimento republicano, dando o golpe de misericórdia no regime monárquico.

Infraestrutura

Se, mesmo com todas essas reclamações dos frequentadores, a praça estivesse em boa situação, esse não seria dos problemas maiores.

“Gosto de vir para o Centro, meu ônibus para bem aqui na Praça Deodoro, mas tenho que vir de sapato baixo, porque, se for um mais altinho, eu caio, por causa da grande quantidade de buraco e de desnível das calçadas”, conta a dona de casa Maria Aparecida Fontes. O calçamento é um problema crônico daquele trecho. Buracos, calçamentos quebrados são muito comuns. “E tem essa confusão de gente, parada lotada, ônibus passando, tem que andar com muito cuidado”, completa Maria. A Praça Deodoro está inclusa nas obras do PAC Cidades Históricas na capital do Maranhão. Um projeto de mais de R$ 30 milhões que começa no logradouro e vai até o Largo do Carmo e que está parado por conta de um processo licitatório, segundo informações do subprefeito do Centro Histórico, Fábio Henrique Carvalho.

Reclamação

Local de grandes manifestações públicas, protestos, passeatas e afins, passou a ser também, a partir de 1990, ocupada pelo comércio ambulante. Desde então, fica difícil transitar pela praça sem topar com um ambulante.
“Ao mesmo tempo em que achamos bom porque movimenta a praça, é ruim porque tem muito ambulante ao redor dificultando até a gente passar”, diz a comerciária Ana Regina Luz.

O tipo de comércio é o mais diverso. Desde alimentos como frutas, pastéis, batatas fritas, salgados, até roupas, acessórios, flores, livros, artesanato, artigos para celulares. “É uma verdadeira confusão de cheiros. Até que não sabemos identificar de tanta mistura, de cheiro de comida misturado com fedor de xixi (risos)”, observa o estudante Alex Costa, apontando que, mesmo com a grade em frente à Biblioteca Pública, as pessoas urinam na esquina.

Por outro lado, comerciários reclamam do grande número de ambulantes, que prejudica a venda nas lojas. “A gente entende que todo mundo precisa, mas poderia ser um pouco mais organizado isso aí”, adverte Maria Alice Souza, vendedora.

Ganhando a vida

A maioria dos ambulantes entrevistados, que trabalham no local, entendem que a falta de disciplinamento pode incomodar, mas observam que é a forma deles ganharem dinheiro. “O que a gente vai fazer se não consegue emprego em um comércio ou algo assim, tem que se virar, e esse foi o jeito que a gente achou”, aponta o ambulante José Sérgio da Costa. A concorrência ali é grande. Ganha quem oferece melhor preço. Só os ambulantes contabilizados pela reportagem somavam mais de 50 apenas no entorno da Praça do Pantheon, incluindo aí os que levam os tabuleiros nos braços ou em carrinhos de feira.

A Praça Deodoro está quase toda tomada por bancas de ambulantes, muitos deles irregulares, principalmente nos trechos próximos à Avenida Silva Maia e ruas da Paz e de Santaninha.

Para completar, a ocupação de moradores de rua e de artesanato transformam a praça, principalmente aos fins de semana, quando o fluxo de pedestres diminui, em um local qualquer. Flagramos, em um domingo, um grupo de vendedores tratando peixe em um dos pedestais que serviriam para abrigar os bustos que foram retirados da praça. Ao término, o lixo ficou por ali mesmo.

“Nem dá para a gente parar aqui, sentar em um desses bancos, mesmo depredados, porque o risco que a gente corre é grande e o fedor é pior”, afirmou o padeiro João Lobato Filho.

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