Dia do Folclore

Manifestações folclóricas são a memória de um povo

O folclore maranhense é rico, com influência portuguesa na língua; do elemento negro nas danças, culinária e música; do índio, no balanço da rede, banho diário, mitos e simplicidade

Foto: Reprodução/ Edgar Rocha

O folclore possui múltiplos significados e faz parte da cultura de um povo. As manifestações culturais tradicionais representam o modo de vida de um povo, seus costumes, música, danças, práticas alimentares, rituais, etc. Hoje, dia 22 de agosto, é o dia de celebrar o dia do folclore.

A data é comemorada desde 1965, quando o então presidente da República, marechal Castello Branco, por meio do decreto 56.747, oficializou o Dia do Folclore, numa justa homenagem à cultura popular brasileira. A palavra folclore tem origem no inglês “folklore” que significa sabedoria popular.

O folclore maranhense

Existe uma grande diversidade cultural no Brasil, resultante da grande miscigenação de raças ocorrida no período colonial. No Estado do Maranhão, esse fato não é diferente, pois tivemos grande influência de diversos povos.

O folclore maranhense é rico, com influência portuguesa nos costumes, na língua e nos hábitos; do elemento negro nas danças, folguedos, culinária, música e repiques dos tambores; do índio, no balanço da rede, banho diário, mitos e simplicidade. Algumas das principais representações da dança presente no folclore maranhense são:

Tambor de Crioula

dança de roda praticada em reverência à São Benedito, na qual se destacam as expressões corporais femininas. As coreiras ou dançadeiras, como são chamadas as mulheres participantes, são conduzidas pelo ritmo intenso dos tambores e pelo influxo das toadas evocadas por tocadores e cantadores, culminando na punga ou umbigada – gesto característico, entendido como saudação e convite. A que recebe, vai ao centro e dança para cada um dos tocadores, em frente do tambor grande, do meião e o pequeno, e repete tudo de novo até procurar uma substituta.

Dança do Coco

Tem sua origem no canto de trabalhadores nos babaçuais do interior do Maranhão. É uma dança de roda cantada, com acompanhamento de pandeiros, ganzás, cuícas e das palmas dos que formam a roda. A coreografia não apresenta complexidade. Como adereços, os componentes da dança carregam pequenos cofos e machadinhas, imitando os instrumentos de trabalho nos babaçuais.

Bum Meu Boi

 

Principal atração das festas juninas do Maranhão, ou festejos de São João (Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal), o auto popular conta a estória de um boi furtado do amo, por Pai Francisco para satisfazer os desejos de sua mulher, Catirina, que estava grávida e desejava comer a língua do boi Mimoso do dono da fazenda. Depois de muita procura, o boi é encontrado morto. Algumas tradições falam que o boi é encontrado doente e é curado por um pajé (Índio curandeiro). Com a cura ou ressureição do boi, Pai Francisco é solto e perdoado e começa a grande festa de comemoração do retorno do boi.

Cacuriá

É também, uma dança de roda animada por instrumentos de percussão. Tem origem na festa do Divino Espírito Santo, quando após a derrubada do mastro, as caixeiras se reúnem para brincar. Os instrumentos são as caixas (pequenos tambores) que acompanham a dança, animada por um cantador ou cantadora, cujos versos de improviso são respondidos por um coro formado pelos brincantes. Nos primeiros anos, a dança era praticada apenas com as caixas, aos poucos, com o reconhecimento e popularidade entre o público, novos instrumentos foram adicionados para o arranjo musical, caso das flautas, clarinetes, violões e banjo. A dança é composta por casais que são embalados por uma dança envolvente, sem ser vulgar, que incorpora alguns elementos do Carimbó.

Bambaê de Caixa

É uma dança de roda com acompanhamento de instrumentos de percussão, tendo ao centro um ou dois pares de brincantes. A dança apresenta coreografia complexa com reviravoltas bruscas que exigem grande agilidade dos componentes da brincadeira. Os integrantes da roda dançam com passos rápidos e variados com os casais dançando, ora frente a frente, ora de costas, num ritmo alegre e contagiante. O bambaê de caixa é muito presente nos municípios da Baixada Ocidental Maranhense, sobretudo São Bento e Cajapió.

Dança do Lelê ou ‘Péla Porco’

É uma dança de salão de origem européia, provavelmente francesa, com traços ibéricos, presente nos municípios de Rosário (no povoado de São Simão) e Axixá desde o século XIX. Embora seja uma dança profana, pode ser apresentada em louvor a um santo. Com o acompanhamento de instrumentos como violão, cavaquinho (ou banjo), pandeiro, castanholas, flauta (ou pífano) e rabeca, os brincantes, em pares, se dispõem em filas de homens e mulheres, liderados por um mandante, pessoa responsável pela coordenação da brincadeira. Os cantos, que podem ser tirados de improviso, seguem-se de acordo com a dança, dividida em quatro partes: o chorado, que marca o início da festa; a dança grande, momento em que homens e mulheres se cortejam; a talavera, coreografia de braços dados; cajueiro, momento de saudação e despedida.

Dança do Caroço

De origem indígena, a dança do Caroço se concentra na região do Delta do Parnaíba, principalmente no município de Tutóia. É executada por brincantes de qualquer sexo ou idade. As toadas improvisadas são tiradas pelos cantadores com o acompanhamento dos brincantes que respondem com o refrão, acompanhados de instrumentos como caixas (tambores), cuíca e cabaça. Com roupas simples e livres, os componentes dançam isolados formando uma roda ou cordão. As mulheres trajam-se com vestidos de corpo baixo, na cor branca, com gola redonda e mangas com quatro folhos pequenos do mesmo tecido da saia, que deve ser estampada, franzida e curta, com três folhos.

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