Trabalho diário

Dois milhões são gastos anualmente para repor postes de energia elétrica

A média de reposição é de 35 por mês em todo o estado; a principal consequência disso é a interrupção de fornecimento de energia para a população

Honório Moreira

É quase que diário. Um acidente automobilístico e um poste danificado ou quebrado. Eles parecem fortes, com estrutura de cimento, mas, diante de uma colisão, são facilmente atingidos e precisam ser trocados, ou consertados. Segundo a Cemar (Companhia Energética do Maranhão), a média de reposição é de 35 por mês em todo o estado, mas de acordo com os dados de 2017 até o dia 14 de agosto, o mês de abril bateu o recorde com 64 abalroamentos e reposição, uma media de 2 por dia.

A principal consequência disso é a interrupção de fornecimento de energia para a população. Segundo Eduardo Abreu, executivo de manutenção da Cemar Regional Norte, o índice de acidentes é alto, embora haja um investimento nas defensas (estruturas que protegem a base dos postes) em algumas avenidas com histórico maior de acidentes.

“Inclusive na Ilha, depois que desativaram os sensores de velocidade, experimentamos um aumento no número de acidentes. Além disso, é o risco de vida que o condutor corre ou mesmo um transeunte quando um poste desses vem ao chão, pois podem ter contato com os cabos energizados. Até que a gente chegue ao local para isolar a área e fazer o reparo, o risco é grande”, aponta o executivo.

Segundo a Cemar, os prejuízos causados chegam em torno de 2 milhões por ano. Em 2016, foram 1.860 postes repostos no Maranhão; na Grande Ilha, foram 350.

A partir da hora do acidente, em média, a companhia leva de 3 a 5 horas para fazer a reposição, dependendo de fatores como horário e da área da cidade em que aconteceu o abalroamento (acidente com quebra de poste). A preferência nesse tipo de serviço, segundo a Cemar, é de fazer com equipe de linha viva (rede energizada) onde não se desliga o sistema, porém, se apresentar algum risco à população, é feito com a rede desligada em prol da segurança dos clientes.

“Qualquer pessoa pode ligar para a Central de Atendimento 116 (ligação gratuita) e informar o acidente. Mas quando o acidente causa interrupção de energia, o nosso Centro de Operações envia uma equipe ao local e essa equipe isola a área e informa a necessidade de acionar a estrutura com caminhões da manutenção”, informa Eduardo.

Ainda ontem foi feita uma reposição de um poste de fibra na Avenida Litorânea, causada por um incêndio (de causa ainda desconhecida) na base da estrutura que derreteu o poste de fibra. Nesse caso não houve interrupção de energia.

Na maioria das vezes, a população acaba nem sabendo que houve o acidente e por isso acontece a interrupção. “Quando é possível, já que nosso sistema é todo interligado, a gente faz uma transferência de carga e faz a troca de poste. Porém, um ou outro morador da redondeza do local do acidente pode ter a energia interrompida.

As avenidas com maior ocorrência de acidente desse tipo são Anjo da Guarda (área da Vale, no sentido Itaqui) e São Luís Rei de França . Na Avenida dos Portugueses, por conta da grande quantidade de postes e pelo tráfego intenso de caminhões, os acidentes envolvem de uma só vez de 3 a 4 postes, segundo a Cemar.

Um poste custa de R$ 5 a 10 mil, dependendo do tipo e da estrutura que estiver nele. A Cemar vinha arcando com as cobranças dos custos, agora uma empresa terceirizada foi contratada para fazer a cobrança dos custos ao causador do acidente.

Com esse dinheiro, segundo a Cemar, poderia ser aumentada a quantidade de equipes para realizar a poda de árvores e realizar melhorias no sistema elétrico, revitalizando áreas com redes mais antigas.

Fatores

Segundo especialistas de trânsito, a maior parte dos acidentes com quebra de poste pode ser ocasionado por perda de controle do veículo, efeitos de bebidas alcoólicas e falta de atenção, como, por exemplo, ficar com celular na mão enquanto dirige. A Companhia Energética do Maranhão faz campanhas regularmente para alertar os condutores.

O motorista deve tomar cuidado ao dirigir em pistas molhadas e ficar com os olhos atentos na estrada, deixando sempre o celular no silencioso, assim evitando multas por infração gravíssima e acidentes.

Além da embriaguez, parte dos acidentes envolve distrações visuais: quando o condutor desvia o olhar da via para ler mensagem ou atender ligação, cognitivas: como quando se está falando ao telefone e deixa de prestar atenção no trânsito, físicas: quando o motorista tira uma das mãos do volante para executar tarefas como digitar números ou mensagens auditivas: a atenção do motorista volta-se para os sons do telefone, provocando perda de percepção auditiva de uma sirene ou buzina.

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