Fluxo caótico, carros em alta velocidade, equipamentos que deveriam organizar o trânsito, mas que se encontram, muitas vezes, sem funcionar. Diante desse cenário, a figura do pedestre fica assim: miúda, esquecida. Mas é para ele, o passante, que o dia 8 de agosto é dedicado. Nesta data é comemorado o Dia Internacional do Pedestre, em alerta aos cuidados que todos – de transeuntes a motoristas – devem ter no trânsito. O cenário é alarmante. Prova disso é que foram pagos, só de janeiro a junho deste ano, mais de 192 mil indenizações pelo DPVAT, resultado, em geral, de uma imprudência cultural, apontam especialistas.

A pedestre e funcionária pública aposentada Érica Susana, ao ser abordada pela reportagem de O Imparcial, encontrava dificuldades para atravessar a Rua da Monção, localizada no bairro Renascença. A via, transversal à Av. Colares Moreira, não conta com sinalização ou faixa de pedestres, apesar de ficar em um ponto de fluxo constante de carros, entre bancos, uma Universidade e um Shopping Center. “Eu não tenho carro, então quando eu venho no banco é uma dificuldade pra atravessar”, reclamou a aposentada. Érica, no entanto, afirma que sempre toma cuidado ao fazer qualquer travessia. “Eu espero. Se o carro que está do meu lado manda eu passar, e o de trás não, eu não passo, só se os dois pararem”, conclui.

Os cuidados no trânsito, no entanto, não são prioridade para alguns pedestres, apontam motoristas. É o que conta o taxista William Bastos Jr, de 48 anos. “Em geral, os pedestres não prestam atenção na via. Pode ter o sinal avisando que está fechado pra ele, mas ele mete o pé na faixa do mesmo jeito. Eles andam fora da calçada, e a gente sabe, a rua é para os carros e a calçada para os pedestres, e eles não utilizam, e atravessam fora da faixa”, alerta o taxista.

O trânsito na Av. Colares Moreira, Renascença, é sempre constante. Motivo a mais para ter mais atenção ao fazer travessias, mesmo que na faixa.

Recomendações

O fato é que os cuidados no trânsito devem partir de todos. É o que alerta a campanha realizada pelo órgão na manhã desta terça-feira (8) em São Luís, na Praça Deodoro. Os cuidados são básicos. No caso dos pedestres, é preciso atravessar as ruas na faixa, olhando para todos os lados. Caso os equipamentos e sinais de trânsito estejam em falta, o cuidado deve ser redobrado. É preciso, ainda priorizar a comunicação visual com os motoristas, e não atravessar a rua por trás de carros, ônibus ou árvores, já que a possibilidade de não ser visto é maior. Outra dica é caminhar sempre na contramão, de frente para o tráfego (sentido contrário aos veículos).

Para os motoristas, as recomendações também devem ser seguidas à risca e com atenção. É importante não induzir o pedestre a atravessar mais rápido – e isto inclui utilizar as buzinas apenas quando necessário. Respeitar o local da faixa de pedestres também é essencial. Além disso, dar a preferência para o pedestre e facilitar a travessia, além de evitar acidentes, é um ato de gentileza.