Quem dá mais?

Aeroporto Marechal Cunha Machado será leiloado

A medida valerá após o leilão individual dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis

A Infraero também adotou medidas que visam a retomada de lucros da empresa, entre elas, o plano de demissão voluntária de funcionários.

Aeroporto Marechal Cunha Machado (Foto: Divulgação/Infraero)

O Governo Federal anunciou uma lista de aeroportos, na qual o Marechal Cunha Machado está incluso, que deverão ser leiloados e ter concessões cedidas à iniciativa privada a partir deste semestre. O processo será realizado em blocos, ou seja, quem “arrematar o filé” – em referência aos aeroportos lucrativos –, terá que ficar também com “o osso”, os deficitários, categoria na qual o Marechal Cunha Machado estaria incluído.

A medida, viável, segundo o ministro dos Transportes Maurício Quintella, valerá após o leilão individual dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis. Entre os aeroportos que serão leiloados na mesma leva do Marechal Cunha Machado, estão os de Curitiba, Recife, Belém, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Maceió e Foz do Iguaçu. O novo modelo dos leilões também trata da transformação da Infraero, empresa estatal, numa holding, empreendimento que detém posse majoritária de outras empresas subsidiárias.

Para o doutor em História Econômica pela USP e professor da UFMA, Luiz Eduardo Simões, o governo está cometendo um erro estratégico ao iniciar o leilão dos aeroportos nas atuais circunstâncias. “É mais ou menos como uma família que resolve vender o apartamento num momento em que está uma baixa no mercado. Vender os aeroportos nesse momento, em leilão, significa não obter a máxima rentabilidade disso”, aponta o economista. “É óbvio que quem vai comprar os aeroportos brasileiros vai ficar com o filé e vai fechar os ossos, que serão sucateados e fechados com o tempo”, completa.

Luiz Eduardo explica, ainda, o processo de privatizações realizado no Brasil desde os anos 1990. “Você percebe um modus operandi em todos esses procedimentos. Normalmente, você vende o ativo público pelo preço mais depreciado possível, com as condições de pagamento mais facilitadas para empresas privadas que depois você descobre que têm relações promíscuas com os gestores, com os políticos, com as figuras públicas envolvidas”, pontua o doutor em História Econômica.

Ainda de acordo com o doutor em História Econômica, os aeroportos que mais “interessam” são os de Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Pampulha (BH), e, no máximo, Dep. Luís Eduardo Magalhães (BA) e do Guararapes (PE). “Não existe interesse econômico de empresas estrangeiras [no Cunha Machado]. Os maranhenses não precisam ficar entusiasmados com o que vai acontecer nessa privatização dos aeroportos, se ela for levada à cabo”, afirma Luiz Eduardo.

Medidas da Infraero

A Infraero também adotou medidas que visam a retomada de lucros da empresa, entre elas, o plano de demissão voluntária de funcionários. Medidas estas que fazem parte de estratégias do Governo para reduzir os gastos com a folha de pagamento, diz o professor Dr. Luiz Eduardo. “Quando a gente vê isso, em comparação com o aumento que o judiciário está recebendo, a gente percebe aonde estão alocadas a prioridade do governo”, conclui.

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