O caos da saúde pública já faz parte das principais manchetes de jornais há tempos. Agora, a realidade ganha contornos de ficção com a série “Sob Pressão”, que estreia na Globo no dia 25 de julho. Baseada no filme homônimo de Andrucha Waddington, a produção pretende mostrar as dificuldades do dia a dia de um hospital público, mas também os dramas pessoais da equipe médica. “O legal é que a gente traz o público para o debate. A ideia não é denunciar, mas fazer um retrato da realidade. E Evandro tem essa pegada de ‘cirurgião MacGyver’. Ele faz milagre. No primeiro episódio, usa uma mangueira de jardim para fazer um dreno porque acabaram os do hospital”, adianta Andrucha, citando o protagonista de Julio Andrade.

Também na linha de frente da história, Marjorie Estiano interpreta Carolina, uma cirurgiã vascular que, diferentemente de Evandro, tem fé e acredita na bondade e solidariedade humana. Mesmo com as diferenças de pensamento, os dois se aproximam e iniciam um romance. O problema é que Evandro ainda não superou a perda da mulher, que morreu durante uma cirurgia de emergência feita por ele e sua equipe.

“Minha personagem não é religiosa, ela é crédula. Ela só acredita que existe algo além da matéria”, explica Marjorie.
Apesar de se tratar de uma série essencialmente dramática, o respiro cômico fica por conta de Amir, anestesista defendido por Orã Figueiredo. O personagem tem duas noivas: Liliana e Violeta, vividas por Renata Gaspar e Letícia Isnard, respectivamente. Quando não está trabalhando no hospital, Amir está tentando se livrar de alguma confusão por causa de sua vida romântica dupla. “Claro que uma não sabe da outra. Ele tem dois celulares. Prometeu casar com as duas e não sabe com qual vai casar, por isso, se atrapalha todo. Assim como a pressão no hospital vai subindo, a pressão na vida dele também vai aumentando, o que aumenta o nível do humor”, diz Orã.

Ainda com nomes no elenco fixo como Bruno Garcia, Stepan Necerssian e Tatsu Carvalho, “Sob Pressão” teve a maioria de suas cenas gravadas em uma parte desativada do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, no Rio de Janeiro. O restante foi gravado em locações externas que ambientam as situações da vida pessoal dos médicos. “Estávamos procurando locações para o longa e, quando chegamos lá, decidimos em 10 minutos. O lugar era incrível para o que precisávamos”, salienta Rafael Targat, diretor de arte da série e do filme.

Os episódios foram inspirados em casos levantados durante uma imersão do autor Jorge Furtado e dos roteiristas Marcio Alemão, Antonio Prata e Lucas Paraizo no sistema público de saúde do Rio de Janeiro. Além disso, os encontros com o médico Marcio Maranhão foram fundamentais, já que ele é autor do livro que inspirou o filme e a série. “Ser médico é um grande privilégio. No Brasil, este privilégio é ainda maior. O médico é um agente transformador da sociedade. Ele tem a capacidade e a responsabilidade de interferir positivamente na vida das pessoas. Educa, previne, cuida, trata, orienta, acolhe. São ações comuns à profissão médica e ao exercício da cidadania”, destaca Maranhão.