São Luís produz 900 toneladas de lixo por dia; conheça o novo destino
Na última segunda-feira (25), o Aterro da Ribeira completou dois anos de fechamento. Para celebrar a ocasião, o prefeito Edivaldo Holanda visitou o local
O Aterro da Ribeira completou, na segunda-feira (25), dois anos de fechamento. A medida foi tomada para adequar a cidade de São Luís à Política de Gestão de Resíduos Sólidos, e também para acabar com problemas históricos ocasionados pelo Aterro da Ribeira, que já funcionava há mais de 15 anos. Hoje, o lixo da capital (900 toneladas por dia) é depositado na Central de Gerenciamento Ambiental Titara, em Rosário, e passa por um moderno sistema de manutenção e tratamento. Nesta quinta-feira (27), o prefeito Edivaldo Holanda Jr. fez uma visita aos dois locais.
A primeira visita foi ao Aterro da Ribeira, que já apresenta um aspecto completamente diferente ao que tinha quando foi fechado. O local passa por um processo de recuperação ambiental. Em entrevista a O Imparcial, o prefeito comemorou a medida, que ele considera como um marco da sua gestão. “É uma alegria hoje vir até aqui e ver como o local está mudado. A total desativação do lixão da Ribeira é, sem dúvida, um marco da nossa gestão. São Luís, hoje, pode orgulhar-se de ser uma das capitais que respeitam a Política de Gestão de Resíduos Sólidos, operando com um sistema moderno”, afirmou Edivaldo.
O caminho do lixo
No Aterro da Ribeira, os presentes puderam ver como funciona o processo inicial de depósito dos resíduos. Por dia, são transportadas 900 toneladas de lixo da capital para a Central de Gerenciamento Ambiental Titara. Em Rosário, o prefeito visitou as principais áreas de recolhimento e tratamento dos resíduos. Em entrevista a O Imparcial, o engenheiro responsável pela Central de Gerenciamento Ambiental, Diego Oliveira, listou as etapas que o lixo percorre até ser devidamente depositado.
“O resíduo, antes de chegar, precisa ser cadastrado no sistema. Todos os clientes, antes de entrar aqui, precisam ter contrato assinado, cadastrado, identificando o resíduo que será trazido, o motorista e o caminhão”, explicou Oliveira. “Quando o motorista vem, ele precisa estar em posse de um documento que apresenta o resíduo que será transportado. Nós, então, fazemos o credenciamento, verificamos se aquele resíduo está contratado. Se estiver, pesamos o resíduo e fazemos a inspeção da carga. Só depois disso o lixo é transportado para o aterro industrial ou aterro sanitário. Em ambos os aterros, a carga é novamente vistoriada e depositada no local. E então fazemos a compactação do resíduo em uma área específica e, logo após, a cobertura”, completou o engenheiro.
Desativação
Segundo a coordenadora do Comitê Gestor de Limpeza Urbana de São Luís, Carolina Estrela, o encerramento das atividades do antigo Aterro da Ribeira representou para a capital mais condições higiênico-sanitárias ambientais e menos riscos de doenças e contaminações à população. Desde 2015, ano em que a Prefeitura de São Luís desativou o aterro, foram enviadas mais de 580 mil toneladas de resíduos produzidos na capital para a Central de Gerenciamento Ambiental – que representa a média de 980 toneladas por dia. A central conta com estrutura adequada de recebimento e tratamento, e em acordo com a legislação vigente.
“Agora, os resíduos são destinados para um local ambientalmente correto, moderno, que atende a todas as exigências legais. Uma nova etapa nas políticas públicas relacionadas ao meio ambiente, buscando meios de desenvolvimento sustentável para o município”, observou Carolina Estrela.
A coordenadora explicou que, a partir da desativação, a antiga área do aterro passou por diversos procedimentos de recuperação a fim de minimizar os impactos deixados ao longo dos anos. Todo o trabalho é realizado pelo Comitê Gestor de Limpeza Urbana de São Luís e consiste na instalação de sistemas de proteção ambiental e um conjunto de intervenções infraestrutura.
Para a recuperação e controle do aterro, a Prefeitura implantou sistemas de drenagem de águas pluviais, drenagem superficial de gases e de líquidos percolados (chorume), manutenção de acessos e serviços para estabilizar taludes (ribanceiras) e cobertura vegetal. Todas as ações atende ao Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.
O plano contempla ainda levantamento de uma série de indicadores de qualidade. Entre estes o monitoramento geotécnico, de qualidade de águas superficiais e subterrâneas, do processo de tratamento do chorume e ainda, controle da presença de animais que possam transmitir doenças, como os aves – urubus. As ações do plano possibilitaram ao município aderir à Política Nacional de Resíduos Sólidos, por cumprimento das normas ambientalmente adequadas para destinação final de resíduos.
Ação culminou com a proteção dos elementos hídricos e dos lençóis freáticos, no êxito dos processos de recuperação da área degradada, na redução do número de acidentes envolvendo aves e aeronaves nas imediações do aterro e na retirada de catadores da área de contaminação. “Significa uma mudança, um marco para a capital e melhoria da qualidade de vida aos moradores das comunidades do entorno”, pontuou Carolina Estrela.