Alerta

Polícia Civil já registrou 148 crimes virtuais este ano em São Luís

Entre as causas para o avanço dos delitos, destacam-se o desenvolvimento tecnológico e o uso crescente das redes sociais

O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário global de cibercrimes. Em 2016, 42,4 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes virtuais.

O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário global de cibercrimes. Em 2016, 42,4 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes virtuais.

O uso da internet já não é mais uma novidade no cotidiano das pessoas. Simultaneamente com o benefício desse serviço, surgiram os crimes virtuais, porém, departamentos na capital maranhense trabalham diariamente contra as práticas desses crimes. Dentre as causas para o avanço de tais delitos, destacam-se o desenvolvimento tecnológico de novos computadores e o uso crescente das redes sociais, que vão tomando novas formas a cada dia. Recentemente, o fotojornalista Honório Moreira foi uma das vítimas dos crimes virtuais.

Nos dias atuais, a internet se tornou indispensável para grande parte da população mundial. Na rede mundial, é possível pesquisar, estudar, namorar e até trabalhar. Mas, infelizmente, alguns criminosos têm utilizado esse avanço para realizar práticas delituosas com o intuito de obter, para si, vantagem em proveito de outros internautas. A intenção do criminoso pode ser de ludibriar uma pessoa para obter uma vantagem financeira ou pessoal, enganar suas vítimas ou mesmo furtar informações particulares com o intuito de utilizá-las em proveito próprio.

Uma dessas vítimas foi o fotojornalista Honório Moreira. Na última terça-feira (11), o fotógrafo realizou a venda de uma máquina fotográfica através da rede de venda OLX. Segundo ele, após o envio da máquina pelo Sedex 12, o seu cliente enviou o comprovante de pagamento da máquina e, só após quase 24 horas, que o fotógrafo percebeu que teria sido mais uma vítima de crimes virtuais.

“Na segunda-feira, fechei negócio com um homem que se identificou como Thomas de Oliveira Lucca. Então, após negócio fechado eu fui enviar a máquina pelo Sedex. No momento, confesso que me senti inseguro e com medo, então, cancelei e esperei ele fazer a transferência que disse que faria naquele momento. Porém, depois, na noite da segunda, ele viu que não enviei a máquina, então, começou aquela desconfiança. Depois de um novo acordo, eu resolvi reenviar o equipamento nas primeiras horas da terça-feira (11). Em menos de cinco minutos, ele mandou o comprovante do que seria o pagamento. Porém, 24 horas se passaram e o dinheiro não caiu na conta e logo ele me bloqueou do WhatsApp. Ligando para a agência do banco, o gerente me informou que esse não é o primeiro caso que acontece, que de fato a conta existe, mas em nome de outro titular. Então, prestei o boletim de ocorrência”, relatou Honório Moreira.

O caso ocorrido com Honório segue em investigação no Departamento de Combate a Crimes Tecnológico, sob o comando do delegado Odilardo Muniz. Segundo o delegado, mais de 148 casos de crimes virtuais já foram registrados em São Luís só este ano. “Boa parte dos crimes que envolvem roubo virtual são cometidos entre a plataforma de vendas OLX e pelo aplicativo WhatsApp”, explicou.

O delegado ainda afirma que, com exceção dos casos de roubo, a grande maioria das vítimas são mulheres e homossexuais. “Fora os roubos virtuais, 90% dos casos são cometidos contra mulheres e homossexuais, normalmente causados por um tipo de vingança por parte dos companheiros. Ou então, por pessoas que tiveram acesso as fotos íntimas da vítima e tentam extorquir algum bem pelo sigilo daquela imagem. O homem normalmente é ameaçado, quando ainda não tem a sua sexualidade exposta e alguma foto ou vídeo íntimo circula nas redes sociais ou sofrem ameaças de que isso seja exposto de alguma forma. Para isso, estamos trabalhando diariamente para combater qualquer prática criminosa nas redes virtuais”, disse.

No Brasil

O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário global de cibercrimes. Em 2016, 42,4 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes virtuais. Em comparação com 2015, houve um aumento de 10% no número de ataques digitais. Segundo dados da Norton, provedora global de soluções de segurança cibernética, o prejuízo total da prática para o país foi de US$ 10,3 bilhões. Em maio de 2012, o Brasil acompanhou um dos casos mais emblemáticos de crime cibernético cometidos no país: o roubo e a divulgação de mais de 30 fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann. Hackers do interior de Minas Gerais e de São Paulo invadiram o e-mail da artista e a chantagearam, por meio de mensagens anônimas, pedindo R$ 10 mil para apagar as imagens. O caso foi parar no Congresso Nacional: a Câmara dos Deputados aprovou e colocou em vigor a Lei nº 12.737, apelidada de Lei Carolina Dieckmann, que tipifica delitos cometidos em meios eletrônicos e na internet.

Os crimes que costumam ser praticados nas redes sociais, segundo delegado Odilardo Muniz:

Calúnia: Inventar histórias falsas sobre alguém;
Insultos: Falar mal ou mesmo insultar uma pessoa;
Difamação: Associar uma pessoa a um acontecimento que possa denigrir a sua imagem;
Divulgação de material confidencial: Revelar segredos de terceiros, bem como materiais íntimos, como fotos e documentos;
Ato obsceno: Disponibilizar algum ato que ofenda os terceiros;
Apologia ao crime: Criar comunidades que ensinem a burlar normas ou mesmo que divulguem atos ilícitos já realizados;
Perfil falso: Criar uma falsa identidade nas redes sociais;
Preconceito ou discriminação: Fazer comentários nas redes sociais, fóruns, chats, e-mails, e outros, de forma negativa sobre religião, etnias, raças, etc;
Pedofilia: Troca de informações e imagens de crianças ou adolescentes.
Extorsão: Conseguir algum bem de uma pessoa em troca da não divulgação de sua imagem.

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