Eleições 2018

“Nenhum candidato afronta Dino”, diz Cleomar Tema

Presidente da Famem destaca o fortalecimento da parceria entre governo e prefeitos após habilitação dos 107 municípios na gestão plena de saúde

Presidente da Famem destaca o fortalecimento da parceria entre governo e prefeitos

A habilitação dos 107 municípios na gestão plena de saúde é considerada uma grande conquista por parte da Federação de Municípios do Maranhão (Famem). O objetivo é dar independência às prefeituras na utilização dos recursos fi nanceiros oriundos do Fundo Nacional de Saúde. Essa vitória municipal representa uma tentativa de aproximação entre prefeitos e o governador Flávio Dino (PCdoB). Em entrevista a O Imparcial, o presidente da Famem e prefeito de Tuntum, Cleomar Tema, destaca o fortalecimento da parceria entre governo e municípios visando às eleições de 2018.

Mesmo que o pleito seja no ano que vem, a atitude do governador mostra o seu empenho em consolidar sua base aliada. Tema garante que cerca de 70% dos prefeitos maranhenses hoje estão juntos com Flávio Dino. Se o número condiz com a realidade ou não, somente no ano que vem para se ter certeza. O certo mesmo é que ter ajudado na habilitação dos municípios na gestão de saúde foi uma atitude que agradou até mesmo quem é oposição ao governador.

Neste cenário, Cleomar Tema projeta o cenário político para as eleições do ano que vem e descarta qualquer possibilidade de ter seu nome como vice de Flávio Dino em 2018. Para o presidente da Famem, o ideal seria que o atual vicegovernador, Carlos Brandão (PSDB), continuasse no cargo já que tem “um papel importante no governo”.

Se, por um lado, ele sugere a permanência de Brandão, por outro, ele “faz campanha” pelo amigo José Reinaldo (PSB). O deputado federal é pré-candidato ao Senado e está na disputa para conseguir o apoio de Flávio Dino. “Eu sempre ficarei com o Zé e mais um”.

Como a gestão de saúde melhora com a habilitação dos 107 municípios?

O efeito não é imediato. O importante da habilitação é o ato. O município fica independente, fica apto a receber recursos do Fundo Nacional de Saúde na área de média e alta complexidade porque, na atenção primária, esses 107 municípios já recebem diretamente fundo a fundo. Todos esses recursos eles saem diretamente do Fundo Nacional ao Fundo Municipal na área da atenção primária. Nas áreas de média e alta complexidade, esses recursos vinham pelo estado. Em regra geral, o estado fi cava com reserva desses recursos. O grande valor é que os municípios também receberão outras fontes de financiamento como as emendas individuais dos deputados federais. A conquista em nível dos recursos é ao longo do tempo, não é hoje está habilitado e amanhã você está em um mar de rosas. Isso é ao longo do tempo. Por isso que é importante o diálogo entre o município e o estado para que todos os projetos possam ser aprovados na comissão.

Após a habilitação dos 107 municípios, quais são as metas da Famem?

Nosso próximo passo agora, após a habilitação dos 107 municípios, são duas metas de trabalho e busca de recursos: a per capita, porque o Maranhão é um dos últimos estados na transferência dos recursos para estados e municípios, e a outra são as emendas de bancada dos deputados federais. Referente a essas emendas de bancada, vamos, em setembro, solicitar aos deputados 50% dessas emendas. E esses recursos indo para custeio da saúde.

Agricultura, educação e infraestrutura foram as áreas escolhidas pela bancada como prioridades para 2018. E como fica a saúde?

Uma vez reunidos 150 prefeitos lá, acho que vamos encontrar uma solução de diálogo. Alguma coisa eles vão ter que destinar aos municípios. Todos eles são parlamentares dos diversos municípios do estado e eles nos representam lá e, como a saúde é prioridade neste momento e sempre foi no estado, eles não poderão deixar a saúde de fora deste rateio. É esse o nosso trabalho: conseguir recursos para o custeio da saúde em nosso estado.

E como o senhor analisa a participação do governo nesta área de saúde nos municípios?

O governador tem ajudado bastante os municípios. Ele está ajudando na área de construção de hospitais, na aquisição de equipamentos. O governador tem sido parceiro.

O atual governo tem sido mais parceiro do que governos anteriores?

Eu não diria que está sendo mais parceiro, mas pelo menos o governador, desde o primeiro ano, está fazendo todos os programas. Em regra geral, todos os governantes que passaram, eles sempre se estabeleceram, na hora de fazer convênios com os municípios, no ano eleitoral ou no ano pré-eleitoral.

Por tudo isso, como está o apoio dos prefeitos ao governador?

O apoio é aquela coisa: se o governador está dando apoio para o seu partido, aos prefeitos do seu partido, apoio aos seus deputados, que fi zeram a composição junto ao governo, é claro que o prefeito vai dar apoio. E o que a gente vê é que a maioria dos prefeitos apoia o governador Flávio Dino. Eu acredito que o governador tem o apoio de 60%, 70% dos prefeitos. Mas toda eleição é uma eleição. Depende da política partidária. A política é dinâmica, mas, até o momento, o governador é o principal candidato. Até o momento, não vejo nenhum candidato que faça afronta ao Flávio Dino.

Seu nome já apareceu como um possível vice na chapa de Flávio Dino. O senhor já pensou nessa possibilidade?

Isso depende da composição partidária. A impressão que eu tenho é que ele deve continuar com seu vice, que tem sido um aliado, tem ajudado o governador, tem representado o governador em nível nacional, quanto internacional. Agora mesmo está na China representando o governo do Maranhão na vinda de uma siderúrgica para Bacabeira. O vice-governador tem um papel importante no governo. Da minha parte, nada de querer ser candidato a vice. Não me passa pela minha cabeça. O importante é que nós estamos aproximando todos os prefeitos do governo para que ele possa atender às reinvindicações dos nossos gestores municipais.

O deputado federal José Reinaldo (PSB) é seu amigo, é pré-candidato ao Senado e está de olho no apoio do governador. O senhor já sugeriu ao Flávio Dino apoiar o deputado em 2018?

Nunca conversei com o governador sobre isso. Ele vai tratar desse assunto só no ano que vem. Num passado que tive, quando tive apoio do então governador Zé Reinaldo, eu já disse que um dos meus candidatos ao Senado é ele. E aquele que for escolhido pelo governador terá o meu segundo voto.

E se o governador escolher outros dois candidatos que seja o José Reinaldo?

Eu sempre ficarei com o Zé e mais um. Acredito que o governador vai apoiar o deputado federal Zé Reinaldo pelo que as próprias pesquisas mostram. Hoje é um homem que, pelo que a gente vê, tem apoio político até de prefeitos contrários ao governador Flávio Dino.

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