INFESTAÇÃO

Insetos na Lagoa são resultado de poluição na região

A invasão de aranhas na região é em decorrência do aumento de insetos na localidade, que tem causado desequilíbrio ambiental na área da Lagoa

Mulher limpa faixada de prédio tomado por aranhas. Foto Honório Moreira/O Imparcial

Mulher limpa faixada de prédio tomado por aranhas. Foto Honório Moreira/O Imparcial

A quantidade de insetos que tem surgido na região da Lagoa da Jansen e Ponta d’Areia, e invadido casas e estabelecimentos comerciais na região, pode ter um motivo. De acordo com laudo da empresa Imunitech Saúde Ambiental, que realizou uma vistoria na região, o excesso dos animais na região são indicadores de que os índices de poluição estão muito acima do ideal.

A vistoria foi realizada a pedido dos próprios moradores, preocupados com uma possível presença de animais peçonhentos, mas eles foram tranquilizados de que os bichos são inofensivos.

Ainda assim, a preocupação com a poluição nessa região tem provocado um sentimento de frustração nos moradores com relação ao cuidado e atenção dado a estas áreas.

Um trecho do laudo atesta que “a Ponta d’Areia está localizada muito próxima a Lagoa da Jansen, e as duas fazem parte do Parque Estadual da Lagoa da Jansen por causa da ecologia da região. Atualmente, a praia da Ponta d’Areia se encontra em quase toda a sua extensão com placas de avisos sobre os índices altíssimos de coliformes fecais, que estão acima do permitido. Esses resultados foram dados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Maranhão (Sema), que realizou pesquisas em todas as praias de São Luís. Outra grande questão quanto aos impactos ambientais é o lançamento de esgoto e dejetos in loco na Lagoa da Jansen, causando transtornos à saúde pública e ao ambiente aquático ao comprometer os teores de oxigênio da água. Assim sendo, reforço que a espécie em questão é um problema ambiental, são indicadores de poluição e é ocasionado por falta de políticas públicas e infraestruturas sanitárias adequadas”.

Para Gisele Marques, que diariamente passa pela área da lagoa e faz caminhadas pelo seu entorno, é impossível não perceber que a poluição é grande, e muitas vezes começa pelo desrespeito de algumas pessoas.

“Eu passo por aqui, e, em certos horários, o fedor é insuportável. A Lagoa da Jansen realmente está em um estado triste de se ver, e também o problema é que tem muita gente que joga lixo aí descaradamente, não está nem aí mesmo, polui uma reserva natural tão bonita como esta”.

Pragas

Mosquitos invadem prédios na região da Lagoa e Ponta d'Areia. Foto: Honório Moreira/O ImparcialMosquitos invadem prédios na região da Lagoa e Ponta d’Areia. Foto: Honório Moreira/O Imparcial

Há pelos menos dois meses foram os mosquitos esverdeados que chegaram em nuvem, invadindo áreas comuns de prédios e apartamentos e deixando um tapete verde todas as manhãs, isso porque o ciclo de vida deles é curto, e, em toda manhã, vários estavam mortos dando um certo trabalho para o pessoal da limpeza.

Os insetos são da família Chironomidae da ordem Díptera, inofensivos eles colonizam todos os ambientes aquáticos como rios, riachos, lagos, poças de água temporárias, estações de tratamento de esgoto entre outras.

Mas, não parou por aí. Junto dos mosquitos vieram as aranhas, do gênero tetragnathidae, e que se alimentam dos mosquitos. O grupo que é encontrado geralmente junto à corpos d’água, mudou o visual dos manguezais na Lagoa, alastrando-se não somente por ali, como também para os condomínios próximos.

E por último, completando o ciclo, sapos e caramujos também estão surgindo aos montes na região.

Minimizando os danos
Em nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que, desde 2015, vem realizando importantes obras de retirada dos pontos de esgoto antes lançados na Lagoa da Jansen, interceptando-os e os enviando para a Estação de Tratamento de Esgoto do Jaracaty (ETE Jaracaty) para receber tratamento adequado.

Além de retirar os pontos de esgoto, a Caema disse que também implantou 1,2 km de linha de recalque; rede coletora em sete ruas do São Francisco; construiu duas novas elevatórias na Avenida Ferreira Goulart; requalificou duas elevatórias; implantou nova linha de esgoto em um trecho da Avenida Colares Moreira; inverteu a direção do bombeamento de esgoto do setor oeste; e realiza ainda, mensalmente, vistoria com a equipe da gerência de Meio Ambiente da companhia.

Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou que estuda e analisa a situação para tomar as providências cabíveis, em conjunto com especialista em aranhas, professor Maurício Mendonça, Defesa Civil e Batalhão de Bombeiros Ambiental. O estudo ainda está em andamento.

A equipe de biólogos está empenhada para chegar a um diagnóstico preciso sobre o caso e tomar as medidas necessárias. A secretaria destacou que uma das famílias de aranhas já identificadas: trata-se da tetragnathidae, grupo que é encontrado geralmente junto a corpos d’água.

As aranhas em questão não oferecem perigo ao homem e demais tipos de aranhas. De um modo geral, são considerados animais benéficos, uma vez que são predadores de insetos, colaborando no controle populacional de mosquitos.

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