Pioneira

Inaugurada nesta terça-feira (4) a Casa de Apoio Ninar

Vinculada ao Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar) do Complexo Hospitalar Dr. Juvêncio Mattos, o espaço foi inaugurado na antiga Casa de Veraneio do Estado

Reprodução

Quando a vigilante aeroportuária Danilma Diniz descobriu, aos cinco meses de gravidez, que seu filho João Pedro apresentava um quadro de microcefalia, foi um choque. A preocupação com o tratamento médico adequado, o medo de não saber lidar com as crises e a necessidade de superar o preconceito se colocaram, de fato, como desafios. As adversidades, entretanto, foram incapazes de diminuir o amor da mãe pelo filho. “Assim que ele nasceu, eu descobri o verdadeiro sentido do amor verdadeiro. É um amor incondicional”, relatou Danilma à reportagem de O Imparcial.

Danilma e João Pedro, hoje com um ano e cinco meses, fazem parte de um grupo de famílias que serão atendidas na Casa de Apoio Ninar, uma extensão do Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar) do Complexo Hospitalar Dr. Juvêncio Mattos. O espaço, inaugurado nesta terça-feira (4) na antiga Casa de Veraneio do Estado, localizada na Península, oferecerá hospedagem e alimentação para famílias de pacientes em tratamento no Ninar, assim como oficinas, cursos e palestras voltados à garantia do bem estar dos pequenos.

Ao todo, são 58 multiprofissionais que devem garantir aproximadamente 1.263 atendimentos por mês. A Casa conta com cozinha, refeitório, sala de atividade em grupo, auditório, seis dormitórios e quadras para atividades lúdicas. O imóvel tem capacidade para abrigar 11 adultos e 9 crianças por vez.

Danilma Diniz e o filho João Pedro; Antônia Carvalho, mãe de Yanna; e Adriana da Silva, mãe de Maria Valenttina.

Integração

Para mães e pais de crianças com problemas de neurodesenvolvimento que residem no interior do estado, a Casa de Apoio Ninar foi um grande ganho. É o caso de Adriana da Silva, mãe de Maria Valenttina (um ano e oito meses), e Antônia Carvalho, mãe de Yana (um ano e sete meses), ambas de Codó. “Saber que ia ter essa Casa foi uma esperança, uma luz no fim do túnel. A gente não tinha onde ficar pra ter uma reabilitação adequada”, contou Adriana. Antônia completou: “A Casa [de Apoio Ninar] foi a melhor coisa que já aconteceu. Foi bom demais”.

A Casa servirá, também, como espaço de capacitação para equipes dos municípios maranhenses. “Quando vier uma família do interior do estado passar uma semana aqui, o nosso objetivo é que os municípios enviem junto os seus profissionais que irão cuidar dessas crianças nos seus municípios”, ressaltou o governador Flávio Dino.

“Espaços públicos para todos, e não para poucos”

O governador Flávio Dino destacou, em coletiva de imprensa que antecedeu a inauguração da Casa de Apoio Ninar, a importância do espaço para as famílias e pacientes com problemas de neurodesenvolvimento. “Nós consideramos esse investimento muito importante por todas essas funções, e, ao mesmo tempo, pela mudança que isso representa, mudança da cultura política, na medida em que essa transformação da antiga Casa de Veraneio do Governo do Estado se coaduna plenamente com nossa visão política, de que espaços públicos devem ser usados para todos, e não para poucos”, ressaltou.

Pioneira, a Casa de Apoio Ninar conta com cinco consultórios para atendimento multiprofissional e com equipe composta por médicos das mais diversas especialidades, fisioterapeutas, terapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, nutricionistas, farmacêuticos, educadores físicos, psicólogos, psicopedagogos e enfermeiros. “A Casa de Apoio Ninar vai servir de referência pro Brasil inteiro enquanto cuidado de crianças com problema de neurodesenvolvimento”, salientou o Secretário de Estado da Saúde do Maranhão, Carlos Lula.

Esperança

Para Danilma, Adriana, Antônia, e tantas outras mães e pais que serão atendidos pela Casa de Apoio Ninar, as expectativas são as melhores. “A equipe médica [da Casa de Apoio Ninar] eu acredito que vai nos ajudar muito a descobrir mais sobre os nossos filhos, e isso vai ser muito bom pra saber como lidar com eles em casa, numa crise. Vai nos trazer mais confiança em lidar com essa situação”, comenta Danilma Diniz.

“Eu não sonho, eu vejo minha filha andando, falando, eu vejo minha filha como uma criança normal que ela é”, finaliza Antônia Carvalho.

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