Samba!

Dupla paulista de samba ‘Prettos’ grava clipe no Maranhão

Responsáveis pela fundação da tradicional Samba na Vela, famosa em São Paulo, a dupla Prettos se renova em seu novo trabalho que tem várias influências musicais

Novo álbum da Prettos mergulha na diversidade cultural do país revelando suas influências musicais. Crédito: Eduardo Contreras

Em entrevista a O Imparcial, a dupla Prettos apontada como a renovação do samba paulista fala sobre a nova fase da carreira e a gravação de um clipe aqui no Maranhão. Formada pelos cantores e compositores Magnu Sousá e Maurilio de Oliveira que integraram o célebre Quinteto em Branco e Preto e fundaram a Comunidade Samba da Vela, a dupla Prettos chega em 2017 com um novo trabalho permeado por influências que vão do samba de roda ao rap, da música latina ao baião, entre outras misturas: Essência da Origem. O primeiro single divulgado neste ano foi Sem Marcas de Dor, canção composta em 1994 e até então nunca lançada ao público. O álbum também reserva outras boas surpresas como Cundum, música que tem a participação especial do rapper Emicida citando trechos de Coração (Samba Anatômico) de Noel Rosa (1931). Esta parceria, que já havia sido anunciada pelos artistas em um teaser, agora recebe um espaço para abrigá-la merecidamente. Neste novo projeto, a dupla ressalta sua história e amor pela pluralidade da música e cultura brasileiras. O resultado desse esforço e paixão é entregue sob uma produção totalmente autoral e rica, nada menos apropriado para contar uma trajetória que colocou os sambistas como expoentes da música no país. Confira a entrevista que a dupla deu a O Imparcial.

Qual a avaliação que vocês fazem da carreira de vocês nessas duas décadas na cena musical brasileira?
Embora falte oportunidade e visibilidade para o samba, ainda assim nós, os Prettos, somos uma importante referência do gênero para a nova geração.

O que não pode faltar no samba feito por vocês?
Verdade, poesia, musicalidade, identidade e uma boa sonorização

Na opinião de vocês, o que difere o samba paulistano do samba carioca? Vocês sentiram algum tipo de preconceito com relação a isso?
A diferença é muito pequena. Tanto é que os grandes sambistas do Rio de Janeiro fazem bastante sucesso em São Paulo. Isso prova que é muito parecido. Sempre sentimos algum tipo de preconceito no samba de várias maneiras. Túmulo do samba, Paulista e Carioca, pagode x samba, torcida de futebol nas escolas de samba, Branco no samba, mulheres no samba e a pior de todas que é MPB x Samba, e vivemos lutando para que isso acabe. O pior dos preconceitos que sofremos foi quando um carioca se recusou de nos deixar tocar no instrumento dele por sermos paulistas.

Vocês conquistaram um espaço dentro do samba ao integrar o Quinteto em Branco e Preto. Como foi esta experiência?
Experiência muito boa. Além de ter o nome dado pela Madrinha Beth Carvalho, fizemos com ela várias viagens internacionais, gravações, turnês pelo Brasil e mundo, gravamos quatro discos, sendo o último vencedor do prêmio da música brasileira. Uma história de muito respeito, realizações e sucesso.

Outra conquista foi a fundação da Comunidade Samba da Vela. Como surgiu a ideia? E como vocês vem este sucesso que se tornou esta iniciativa?
A ideia era cantar os sambas que a gente tinha na gaveta e, como não tínhamos a oportunidade de gravá-los, fundamos este movimento tão importante para o samba do Brasil e que deu supercerto!

O novo trabalho de vocês é permeado por influências que vão do samba de roda ao rap, da música latina ao baião, entre outras misturas. O disco conta ainda com a participação do virtuosíssimo Violonista Alessandro Penezzi. Como se deu esta parceria?
Exatamente. Nossa ideia é trazer à tona nossa identidade musical, contextualizando os diversos estilos do samba com os diversos gêneros de música brasileira, ou seja, música latina. O contato que tivemos com alguns países da América Latina nos inspirou a escrever a canção Sambolatino. Alessandro Penezzi abrilhanta a faixa com uma interpretação única e peculiar.

Vocês acabaram de gravar um clipe no Maranhão, onde o tambor de crioula esta presente. Como surgiu a ideia de inserir a batida de uma manifestação como o tambor de crioula neste trabalho?
A ideia surgiu através da canção Marabaixo que cita várias manifestações culturais brasileiras entre elas, o Marabaixo do Amapá e o Tambor de Criola do Maranhão. O que para nós é uma honra. Além da ilustre presença da Miss Maranhão 2016 Deise D’Danne e as Bailarinas Thalyta Sousa e Isabella Sousa

Vocês estiveram no Maranhão durante o período junino. O que mais chamou a atenção de vocês?
Foram vários os aspectos que nos chamaram atenção no Maranhão: a diversidade cultural que o estado oferece, a organização das festas e arraiás, sem contar a cordialidade das pessoas, o interesse delas por sua música e cultura, a beleza das cidades. Exemplo foi conhecer Barreirinhas com seus lindos lençóis maranhenses, São Luis e sua belíssima arquitetura. Em estado tão belo, não temos dúvida que o período junino contribua para uma beleza ainda mais contundente.

Quando vocês pretendem lançar o clipe aqui no Maranhão? Há intenção de fazer o lançamento do disco no estado?
Sim, planejamos o lançamento nacional nas plataformas Vevo e Youtube para ainda esse semestre, se tudo correr bem. Será um grande prazer lançar o Cd Essencia da Origem para esse público maravilhoso, caso haja uma oportunidade. Estamos ansiosos para fazer shows no Maranhão, e estamos torcendo para que seja muito em breve!

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