‘Casa Loca’ é ponto de encontro e referência no Cohatrac
A casa passou por problemas devido às fortes chuvas; para resolver o problema, os ‘craudiadores’ organizaram uma série de eventos para angariar fundos
Quem mora no Cohatrac ou frequenta o bairro deve conhecer ou, no mínimo, ter ouvido falar sobre a Casa Loca. Centro de cultura e estúdio de gravação, o espaço funciona como um ponto de encontro para quem quer produzir, consumir e debater música e arte, e, com mais de dez anos de atividade e dezenas de artistas e bandas lançadas, já virou ponto de referência do Cohatrac.
“Pra mim a Casa Loca foi uma espécie de salvação. Abriu-me a mente e injetou doses cavalares de cultura. Um lugar de muita coletividade, groove e energia positiva”, comenta Igor Matos, ‘craudiador’, como se denomina, e um dos organizadores de O Cráudio, série de eventos realizados no Odeon Sabor&Arte, que tem como objetivo angariar fundos para a reforma da Casa Loca.
Antes de ‘Loca’, apenas ‘Casa’
Antes de se tornar casa de cultura e estúdio de gravação, a Casa Loca já foi uma “casa normal”, como aponta Fernando Spotti, vocalista da banda Casa Loca. Ele conta que, no espaço, morava o integrante da banda Soulvenir e Casa Loca, Adnon Soares e sua família, que se mudou após o falecimento da matriarca. “Eles foram morar em outro lugar e a casa ficou sem ninguém. Foi quando Adnon começou seu trabalho como produtor musical e precisou de um espaço para montar seu estúdio e tocar seus projetos”, explica.
Recentemente foi detectada a necessidade de realizar uma reforma na casa, que tem sofrido com problemas estruturais devido às fortes chuvas. Os reparos foram orçados em cerca de dez mil reais. Foi com o objetivo de conseguir juntar os fundos necessários para a reforma que os ‘craudiadores’ tiveram a iniciativa de promover a festa O Cráudio.
Mas o que é ‘o Cráudio’?
O nome pode parecer peculiar, mas o personagem é conhecido. “O Cráudio é aquele que chega chegando. Se o ambiente está silencioso, ele traz a zoada. Se tem cinco pessoas, ele traz mais 20. Se estão falando baixo, ele é o que fala mais alto”, explica uma espécie de convocação da festa, que já está em sua quarta edição. ‘O Cráudio’ vem, de acordo com algumas pessoas, do inglês ‘crowd’, que significa muita gente reunida. Os próprios ‘craudiadores’, no entanto, discordam: “o Cráudio é brasileiro, é maranhense, é do Cohatrac”.
Nas primeiras edições do evento feito por e para ‘craudiadores’ – entre eles Danielle Filgueiras, Fernando Spotti, PC Linhares, Cazi Moraes e Igor Matos – passaram pelos palcos do Odeon as bandas Pedeginja, Casa Loca, Afrôs, Raja, Desdemona Etc, Planetário, Danilo Palavra, entre outras bandas e artistas de várias áreas: as exposições fotográficas também ganham destaque no espaço.
Agora, na segunda etapa de O Cráudio e já na 4ª edição do evento, no Odeon Sabor&Arte, localizado no Centro da capital, participam as bandas O Vórtice – banda formada na Casa Loca – e Ornitorrincos dos Sertões Turu, além dos fotógrafos Laila Razzo e Marcelo Cunha.
“Cada edição vem sendo melhor que a outra. O público está comparecendo e apoiando a causa. E é lindo ver que as bandas fazem questão de apoiar e somar com seus shows em cada edição, todo dia uma nova banda pede pra tocar no Cráudio”, destaca Fernando Spotti. Igor Matos complementa: “quando finalizarmos o Cráudio de férias, vamos dar início à limpeza, demolição de uma parte da casa e reformas, possibilitando a galera ‘craudiar’ no seu habitat natural, a Casa Loca”.
Confira mais informações na página do evento.