Busca por sistema de energia solar cresce no Maranhão
A redução média é de 95% na conta de energia. Uma opção que pode gerar mais economia para o bolso do consumidor
O Brasil possui uma das melhores condições no mundo para geração de energia solar. Devido aos níveis de radiação solar, variação na capacidade de produção no setor elétrico, aumento nas tarifas de energia elétrica e a demanda pela diversificação da matriz energética no país, o mercado de energia fotovoltaica teve crescimento recorde nos últimos anos.
Esse mercado tem perspectiva de chegar a 10% de toda capacidade de geração instalada no país até 2030. A previsão nacional do setor neste ano é crescer dez vezes mais que no ano passado. O setor deve movimentar R$ 4,5 bilhões até dezembro.
O Maranhão, de acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o momento, tem 142 unidades consumidoras gerando sua própria energia, sendo 53,5% consumidores residenciais, 43% consumidores comerciais e 3,5% consumidores industriais. No Brasil, já são 12.295 unidades consumidoras produtoras de energia solar. O Maranhão corresponde a 1,15% deste total.
Apesar de o estado representar uma fatia pequena do mercado nacional, nos últimos anos, vem mostrando relevante crescimento. Em 2015, foram conectadas 21 usinas fotovoltaicas no Maranhão. Em 2016, foram 80, um aumento de 280,95%. Até o momento, em 2017, foram conectadas 41.
Considerada uma fonte de energia renovável e sustentável, a energia solar é a energia proveniente da luz e do calor do Sol que é aproveitada e utilizada por meio de diferentes tecnologias, principalmente como o aquecimento solar, energia solar fotovoltaica, energia heliotérmica e arquitetura solar.
Nos últimos dez anos, houve redução no preço dos sistemas de energia solar fotovoltaica. Existe financiamento para aquisição desse sistema.
Empresas que atuam no Maranhão confirmam a tendência de crescimento no setor e esperam desempenho no mercado ainda mais concentrado até o fim do ano. A expectativa é que a partir do segundo semestre, com o aumento médio previsto na tarifa de energia no Estado, haja uma maior demanda por esta solução, aliada à queda nos juros de financiamento.
“O fato é que haverá um crescimento exponencial do setor no estado e o Maranhão, por suas características climáticas e com a energia cara, tem tudo para ser um dos locais mais viáveis para implantação destes projetos”, avalia Cláudio Martins, diretor da Enova que atua no mercado de soluções para geração de energia desde 2013.
A Enova oferece dois tipos de soluções em energia solar para residências: sistemas fotovoltaicos e aquecedores solares. Os aquecedores solares são soluções mais simples e dedicadas apenas ao aquecimento de água. Servem para substituir os chuveiros elétricos, aquecimento de piscina ou de torneira.
Já os sistemas fotovoltaicos são uma solução muito mais completa, que servem para gerar energia elétrica. Através da luz do Sol, os sistemas produzem eletricidade, que serve para atender todo o consumo da residência. A energia que é produzida e não é consumida é emprestada à distribuidora, que dá descontos na conta de luz. No final do mês, o cliente paga somente a diferença entre o que gerou e o que consumiu. Desta forma, contas de energia de R$ 200, R$ 1.000 ou até mesmo de R$ 10.000 podem chegar a R$ 40 ou R$ 100 reais.
Segundo a Enova, a empresa alcança em negócios consolidados uma marca de aproximadamente um painel a cada quatro horas. “Temos projetos no Maranhão, Roraima, Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Já atendemos desde palafitas no meio do mangue até multinacionais, mas o segmento que mais atendemos certamente é o residencial”, assegura Cláudio Martins.
De acordo com as empresas que oferecem essas soluções, a principal vantagem da energia solar para o consumidor residencial é seguramente a rentabilidade do investimento. “A taxa de retorno de quem investe varia de 18% a 22% ao ano. Além disso, é um investimento de baixo risco, por se tratar de uma tecnologia já consolidada há mais de uma década em mercados exigentes como Estados Unidos e Europa”, aponta Marcelo Orrico, diretor da Moove Energia Solar, que atua no mercado desde 2008.
Nos últimos três anos, a Moove já conquistou a marca de mais 1.300 kWp de potência instalada, isso representa cerca de 5.200 painéis instalados. “Temos projetos realizados em 10 estados do Brasil, desde a Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste até a Região Sul e Sudeste. Nossa meta é ser uma empresa de referência nacional no setor de energia solar”, completa Marcelo Orrico.
O volume de negócios das empresas que atuam no estado, além de demonstrar o crescimento do setor a partir do interesse dos consumidores por economia, também é considerado o fator de sustentabilidade. “O Maranhão, tanto capital quanto interior, tem apresentado desenvolvimento no setor. Nos últimos meses, tivemos um crescimento de 150%, isso se dá tanto nos fechamentos de contrato, como nas solicitações de orçamentos, como na busca por informação sobre o produto. O consumidor está mais ciente do investimento e da sustentabilidade que a energia solar fotovoltaica, proporciona” observa Vânia Costa, gerente comercial da Sollar Engenharia Energética.
A Sollar Engenharia, que tem dois anos de constituição, possui cinco instalações concluídas em São Luís, uma em Barreirinhas e sete em andamento.
Investimento
A faixa de investimento depende do consumo do cliente e das condições de instalação, por exemplo: tipo de estrutura (telhado, laje, solo, garagem e etc), quantidade de painéis, número de inversores, distância, sombreamento, etc. A redução média é de 95% na conta de energia.
Uma conta de energia de R$ 200/mês representa um gasto anual de R$ 2.400 com energia elétrica. Em sete anos, considerando a média histórica de reajuste da tarifa de energia no Brasil (9,6% a.a.), esta conta representa um gasto de mais de R$ 22 mil. Em 25 anos, tempo de garantia dos painéis, este gasto passa de R$ 200 mil. Um sistema de energia solar para suprir esta necessidade varia entre R$ 15 mil e R$ 18 mil. Para uma conta de R$ 700/mês, o sistema varia entre R$ 35 mil e R$ 40 mil.
Uma residência com um casal e um filho tem uma média de consumo de energia de 400 kWh, para uma residência desse padrão seria necessário um investimento de R$ 18 mil, a economia anual gerada por esse sistema seria de R$ 2.500, considerando os reajustes anuais de energia, esse sistema se pagaria em 5,5 anos. Avaliando que a vida útil de um sistema desses é de 25 anos e a única manutenção a ser feita é limpeza dos painéis, o cliente teria quase 20 anos de energia limpa e gratuita.
Processo para aquisição do sistema
1 – Localizar uma empresa especializada para realizar o projeto;
2 – De posse da conta de energia, a empresa irá realizar uma avaliação do padrão de consumo da residência e realizar uma estimativa de economia e de investimento;
3 – Visita técnica para avaliação da viabilidade técnica do projeto. Esta etapa é muito importante, para verificar área disponível no local, sombreamento, estrutura de telhado, entre outros pontos;
4 – Após a visita técnica, é realizado o orçamento final e assinatura do contrato;
5 – A empresa especializada dá entrada do projeto na distribuidora de energia local;
6 – A distribuidora avalia e dá um parecer sobre o projeto (15 dias);
7 – Após a aprovação do projeto, a empresa realiza o fornecimento e instalação do sistema (entre 2 e 5 dias em média para residências);
8 – Concluída a instalação, a distribuidora realiza vistoria no local, para aprovação final do sistema;
9 – Com a aprovação da vistoria é realizada a substituição do medidor de energia por um medidor bidirecional, que registrará tanto o consumo, como a injeção de energia do sistema. Da assinatura do contrato até a ativação completa do sistema, em média, são necessários 60 dias. É necessário verificar com a empresa o tempo de garantia de serviços, equipamento e suporte oferecido.