PROBLEMAS

Avenidas de São Luís sofrem por obras mal executadas

O escoamento de água é a principal reclamação de quem passa pelas rodovias. Após algumas chuvas, as poças continuam ainda por dias até secarem pela ação do sol

Buracos causam transtornos na Via Expressa. Foto: Honório Moreira/ O Imparcial

São Luís ao longo dos anos foi ficando com o trânsito mais carregado. Ruas e avenidas foram tendo congestionamentos cada vez maiores, e, para tentar desafogar o trânsito das principais vias, a solução foi a criação de trechos alternativos que ligassem bairros. Desses, os principais são a MA-207 ou Via Expressa, que interliga os bairros Jaracati, Cohafuma, Vinhais e Maranhão Novo, e a Avenida IV Centenário, que interliga pelo menos cinco bairros sendo uma alternativa para o acesso à Beira-Mar e à Ponte Bandeira Tribuzi.
Porém, obras mal acabadas e com sérios problemas estruturais tornam o que seria uma solução em dor de cabeça para quem precisa transitar todos os dias por esse lugares.

Avenida IV Centenário

As comemorações de 400 anos de São Luís prometiam uma avenida monumental que, com recursos do PAC Rio Anil, interligasse o bairro da Camboa à Avenida dos Franceses. Com 3,8 quilômetros de extensão, a avenida, que possui duas pistas divididas em duas faixas de rolamento, deveria ter também áreas de passeio para pedestres e ciclovia.

Mais uma vez, a pressa é inimiga da perfeição, já que, completando 405 anos este ano, São Luis ainda não teve todos os benefícios que avenida poderia proporcionar. Inaugurada em 2014, no

fim da gestão passada, e depois de dois anos do aniversário de 400 anos, a Avenida IV Centenário nunca foi realmente acabada, e os problemas estruturais são vistos a olho nu.

O escoamento de água é a principal reclamação de quem passa por ali, pois, após algumas chuvas, as poças continuam ainda por dias até secarem praticamente pela ação do sol.

O motociclista Ricardo Barreto lamenta a situação que, segundo ele, coloca em risco principalmente quem passa de moto pela avenida. “Um aguaceiro desses, você nem tem como saber se tem um buraco, para quem anda de moto isso aí é uma armadilha”. O acúmulo de água também formou um buraco logo após uma c

urva, que tem servido de armadilha para os motoristas. Para Fernando Pires o prejuízo pode ser grande para os motoristas mais desatentos. “Quem estiver vindo rápido nessa via pode dar de cara com esse buraco e ter sérios prejuízos em seu veículo”, comenta.

Além disso, parece que a engenharia não pensou muito que a área onde a avenida foi construída, predominantemente de mangues, influencia na estrutura da obra. Todas as pontes ao longo da avenida estão sofrendo elevações de proporções absurdas, que fazem os carros e motos quase decolarem se não diminuírem a velocidade há quase zero. Ao que parece, o asfalto nas cabeceiras das pontes está cedendo, o que faz a desnível entre a ponte e a avenida aumentar.

A Via Expressa
A via Expressa, entregue a população em dezembro de 2014, foi proclamadapela gestão anterior como concluída, mas parece que os mais de R$ 120 Milhões investidos na obra não foram sufi

cientes para entregar uma avenida de qualidade que resistisse as intempéries naturais. Logo em março de 2015, as fortes chuvas causaram o rompimento horizontal em uma das pistas próximo ao Vinhais Velho, deixando para a gestão seguinte a dor de cabeça de refazer o que já havia sido feito.

Agora, por conta das chuvas que tem castigado São Luis desde o início do ano, novos problemas aparecem na avenida, evidenciando que o projeto da Via Expressa não foi pensado para atend

er a necessidades ao qual se propõe.

Nas proximidades do Sitio Santa Eulália, uma cratera começou a se abrir próximo a uma galeriade escoamento de água, e a profundidade do buraco, que já destruiu a calçada e está chegando até a pista, assusta quem passa por lá. O comerciante João Antônio Neto diz que já evita transitar pelo mesmo lado em que o buraco se abriu com medo do seu veículo ser engolido. “Eu tento passar pelo lado esquerdo, porque, se abrir um buraco, aí vai engolir os carros tudinho”. Ele lembra que São Luís é uma cidade em que o solo sofre com erosões, e, para ele, a obra não foi pensada para evitar que isso acontecesse. “Olha, é só a gente ver bem, outros lugares como ali no Araçagi é possível ver que acontece erosão. Acho que, quando fizeram isso aqui, não pensaram nisso, a própria água que corre aí embaixo está causando essa erosão, e tenho certeza que isso vai acontecer em outros lugares também”, palpita João.

O local foi sinalizado para alertar os motoristas e impedir a passagem de pedestres pela calçada. Outros pontos, porém, também já apresentam problemas na ViaExpressa. Em uma ponte próximo ao acesso para o Cohafuma, outro buraco já começa a se formar, e, ao que parece, não será muito diferente do primeiro. Nas proximidades do Vinhais Velho, uma calçada foi totalmente destruída, e o pedestre que precisa passar por lá deve se arriscar indo para a pista onde os carros passam em grande velocidade.

Consertando os erros

Tendo que praticamente refazer todo o trabalho novamente, o Governo do Estado terá que planejar as próximas ações para que estas duas avenidas possam finalmente servir de caminhos alternativos para os motoristas ao invés de darem trabalho toda vez que cai uma chuvinha.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) informou em nota que o trecho próximo à galeria de escoamento de água foi devidamente sinalizado para alertar aos motoristas sobre oproblema e que as providências estão sendo tomadas no sentido de garantir a comodidade e a segurança dos usuários da Via Expressa.
Sobre a Avenida Quarto Centenário, a Secretaria de Estado de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) disse que vai atuar na recuperação da via em parceria com o município de São Luís.

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