Alimentação reduz chances de câncer colorretal
A dieta mediterrânea retira da mesa os componentes que podem causar esse mal. E com apenas três escolhas dá pra diminuir o risco em 86%
Já faz algum tempo que a dieta mediterrânea caiu no gosto de nutricionistas e outros profissionais de saúde. E foi graças a resultados expressivos na prevenção de várias doenças que cientistas do Centro Médico Tel-Aviv, em Israel, decidiram investigar a fundo o aclamado cardápio contra o câncer colorretal. O objetivo? Identificar os componentes que mais afastariam esse mal. A conclusão? Priorizar peixes e frutas e abolir refrigerantes e afins são as práticas que mais merecem destaque nesse contexto.
Para o estudo, 808 pessoas entre 40 a 70 anos foram recrutadas. Os voluntários passaram por uma análise que envolveu, por exemplo, uma avaliação de altura e peso, colonoscopias e um questionário sobre a frequência com que abocanhavam determinados alimentos. A adesão à dieta mediterrânea foi julgada com base no consumo isolado de frutas, verduras, sementes, oleaginosas, grãos, peixes e aves. A pouca ingestão de carne vermelha, álcool e bebidas açucaradas artificialmente também foi incluída como critério.
Ao comparar as informações de quem apresentou pólipos colorretais — protuberâncias nessa região do intestino que, às vezes, podem originar um tumor — com as dos que nunca tiveram o problema (alguns deles, integrantes de um grupo de controle), os experts notaram uma clara relação entre o que chega ao prato e a chance de passar longe do câncer colorretal. Isso porque a primeira turma consumia menos de dois itens da dieta mediterrânea (1,9) com regularidade. É bem pouco.
Já entre os demais, a média foi de 4,5 alimentos. Detalhe: o hábito de comer peixes e frutas sempre que possível e tomar pouco ou nenhum refrigerante representou uma proteção 86% maior contra esses tumores, o melhor dos cenários observados.
De modo geral, incluir pelo menos dois ou três elementos da dieta mediterrânea no dia a dia seria suficiente para reduzir o risco em cerca de 50%. Mas, claro, quanto mais itens, melhor.
Os responsáveis pelo trabalho pretendem agora repetir a experiência para saber se pessoas altamente propensas a um câncer colorretal ou que já receberam esse diagnóstico também são beneficiadas ao apostar na dieta mediterrânea. É esperar para ver.