Santo Antônio: de mártir à Santo Casamenteiro
Neste 13 de junho, Dia de Santo Antônio, O Imparcial destaca a história e as tradições ligadas a uma das figuras mais populares do catolicismo
Santo Antônio é uma das figuras católicas que mais arrasta devotos no Brasil. Despretensiosamente conhecido como o Santo Casamenteiro, Fernando Antônio de Bulhões dedicou toda sua vida às obras da Igreja e do monastério franciscano. Atualmente, a tradição dos festejos e promessas ao santo se mantém firme entre religiosos.
O Santo é invocado como aquele que traz o bom conselho e recupera coisas perdidas. Em São Luís, de forma particular, é tido como um dos padroeiros das vocações por emprestar seu nome ao Seminário de Teologia da Arquidiocese da cidade. Em celebração, os devotos realizam a “trezena”, como é chamado o período de 13 dias de festejo à honra de Santo Antônio, para rezar e agradecer os pedidos realizados.
O festejo é realizado anualmente, na Praça de Santo Antônio, no Centro de São Luís. O cenário é inconfundível: depois das missas, as barraquinhas tomam conta do espaço e pães são distribuídos aos fiéis, que fazem predominar no local a cor marrom das roupas – uma menção aos trajes usados por Santo Antônio.
O técnico em enfermagem Antônio Luiz foi batizado com este nome em homenagem ao Santo, e passou a tradição à frente: vai todos os anos com a filha Antonela ao festejo. O devoto, que desde criança realiza a trezena, se orgulha do nome escolhido pela mãe. “Ele foi o Santo que indicou a gente à Jesus, que ajudou muito os pobres distribuindo pão, e é considerado Santo Casamenteiro. Meu nome é Antônio por causa de uma promessa que minha mãe fez, por isso eu mantenho a tradição”, comenta.
De mártir à santo casamenteiro
Fernando Antônio de Bulhões nasceu em 1195, em Coimbra, Portugal. Ainda jovem decidiu ser mártir. Foi quando partiu de sua terra natal para o Marrocos, arriscando sua vida para catequizar os “povos bárbaros” da região. Voltou em pouco tempo por conta de uma doença, e morreu em Pádua, na Itália, aos 36 anos, no décimo terceiro dia de julho de 1231. A data se perpetuou, tempos depois, como o Dia de Santo Antônio.
Conhecido também como Santo Antônio de Pádua, o então jovem franciscano levou uma vida muito simples dentro do Mosteiro de São Francisco de Assis de onde realizou muitos milagres ainda em vida. Também era muito respeitado por pregar em praças e igrejas. Aconteceram tantos milagres após sua morte, que onze meses após ele foi beatificado e canonizado.
As tradições ligadas a Santo Antônio são muitas. Ansiosas por um marido, muitas moças – no tempo em que não havia tanta tecnologia para conectar os casais – costumavam em suas preces colocar a imagem do santo de cabeça para baixo ou dentro da geladeira. A ligação de Santo Antônio com o casamento teria se dado por ele ter realizado um milagre concedido a uma jovem italiana e enfrentado um tirano que havia decretado que só se casariam pessoas que apresentassem o mesmo dote.