Dia do imigrante

Maranhão possui 28 mil estrangeiros

O Maranhão possui, segundo dados da Polícia Federal, 28mil registros ativos de estrangeiros. Hoje, Dia do Imigrante, você vai conhecer um pouco mais sobre quem são eles e o que fazem aqui

Reprodução

Segundo registros da Polícia Federal, atualmente o Maranhão conta com 28 mil registros ativos de estrangeiros. Em busca de melhores condições financeiras e de trabalho, de um novo estilo de vida ou simplesmente tomados pelos encantos do estado, os imigrantes já possuem um peso significativo na construção do Maranhão.

Os portugueses lideram o ranking de imigração no estado, com 3.384 registros ativos. A lista segue com os colombianos, que formam 2.966 registros. Em seguida, italianos e chineses, com 2.699 e 1.514 registros ativos, respectivamente.

O número oficial, no entanto, pode ser ainda maior: a burocracia ainda configura um empecilho para quem busca se firmar em terras brasileiras, apesar da Lei de Migração, de 24 de maio deste ano, que ao contrário do antigo “Estatuto do Estrangeiro”, vindo da Ditadura Militar, dá um tratamento mais humanizado ao imigrante.

É o caso de Saul García, de 27 anos, que deixou as terras peruanas e trilhou um caminho incerto para vir ao Brasil. “Às vezes faltava dinheiro. Vim para seguir a vida e buscar progresso”, revela o ambulante que hoje trabalha na Rua Grande, no centro de São Luís. Depois de três anos de trabalho, entretanto, o futuro do imigrante ainda não está definido: a dificuldade para regularizar a documentação, de acordo com Saul, é a principal barreira para sua firmação no país.

“As pessoas aqui são muito amáveis e encorajam para seguirmos adiante, sinto falta apenas de um pouco mais de facilidade para agilizar os documentos, para poder trabalhar”, contou à reportagem de O Imparcial, com seu espanhol ‘aportuguesado’, manuseando os equipamentos que ele mesmo produz e comercializa.

O centro é dos chineses

É difícil passar pelo centro da capital maranhense, especificamente nos trechos da Rua de Santana, Rua Grande e Rua da Paz, e não se surpreender com a quantidade de comércios comandados por chineses, repletos de produtos expostos, que vão de artigos de beleza a brinquedos, em sua maioria importados. A obstinação ao trabalho revela o aspecto reservado dessa população que cada vez mais cresce – sobre o estilo de vida dos imigrantes chineses, pouco se sabe.

A reserva dos chineses ao não se manifestarem sobre si mesmos, nem sobre a integração da comunidade com a cultura maranhense é curiosa, mas justificável. O preconceito, o receio de expor possíveis irregularidades e as barreiras linguísticas também pesam para a característica moderada do grupo. Questionada sobre o motivo pelo qual os chineses não costumam falar à imprensa, uma vendedora chinesa respondeu curta e timidamente: “Não fala bem português”.

Portas abertas para o estudo

O Maranhão também é rota para quem quer estudar. Exemplo disso é o número de imigrantes de países africanos que tem crescido nos últimos anos por conta de um convênio de graduação da Universidade Federal do Maranhão, o PEC-G, que possibilita a vinda de cidadãos de países em desenvolvimento que mantêm acordos educacionais e culturais com o Brasil.

O angolano Anacleto Domingos comenta que quando chegou não viu muitas diferenças entre o Maranhão e seu país de origem. Entretanto, o estudante de Ciências Econômicas revela uma falta: apesar das semelhanças culturais, o estigma ainda existe. “Notei que muitos alunos não conheciam [o país], generalizavam e tratavam a África como uma só coisa”, relata.

Deolindo Deolino, de Guiné-Bissau e estudante de jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, conta que o processo de adaptação foi fácil, confirmando a proximidade cultural. “É muito proveitoso vir de um país distante geograficamente, mas bem próximo pela cultura e pela língua também”, conta.

O curioso caso dos paquistaneses

Hora ou outra um fato incomum acontece em terras ludovicenses. Em maio deste ano, a vez foi de oito paquistaneses roubarem a cena e chamarem atenção da população. Os imigrantes, mesmo estando apenas de passagem, chegaram a movimentar inclusive a Polícia Federal, que monitorou os passos do grupo por todo o seu trajeto. O caso, no entanto, serve de alerta: o preconceito aos povos distintos, mesmo em tempos de conflitos, ainda precisa ser superado.

Regularização

Legalizar os documentos para firmar-se num país novo é primordial para qualquer imigrante. De acordo com a Polícia Federal, o visto permanente é concedido ao estrangeiro que satisfaça as exigências previstas na seleção de imigrantes, estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração.

As autorizações de trabalho para estrangeiros são concedidas pelo Ministério do Trabalho, através da Coordenação Geral de Imigração (CGIg), que em 2016 chegou a conferir cerca de 28 mil concessões a imigrante.

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