INTERNET

Maranhão ainda ocupa o último lugar em acesso

Dados da última pesquisa do IBGE revelam que somente 33,1% dos lares maranhenses tinham acesso à internet. Projetos como Maranet e Cinturão Digital pretendem mudar essa realidade

Reprodução

Pesquisas relacionadas ao uso de internet no país mostram que o Maranhão tem o desempenho bem abaixo da média nacional. O último levantamento do Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) foi referente a 2015, e os indicadores foram divulgados no fim do ano passado, pelo IBGE.

Nessa pesquisa, o Maranhão apresentou a menor taxa de acesso à internet do Brasil. Somente um terço dos domicílios maranhenses tem acesso à rede, o equivalente a 33,1%, enquanto a média nacional é 57,8%. No estado, 649 mil domicílios se conectam por um ou mais tipos de dispositivos (microcomputador, celular, tablet e outros). 66,9% das residências, segundo os dados, não têm nenhum tipo de acesso à internet. O Distrito Federal lidera o ranking de uso de internet em domicílios com 76,1%, seguido por São Paulo com 70,6%.
As últimas estimativas apontam que o telefone celular tem se consolidado como o principal meio para acessar a internet. Em 2015, o acesso à internet por meio do celular predominou o uso do computador para tal fim em todas as regiões do país.

No total de residências do Maranhão com acesso à internet, 97,9% o fizeram por meio de celular, 43,3% por meio de microcomputador e 12,5% utilizam tablet. Em 2014, os acessos pelo celular no estado foram (86,3%), microcomputador (46,9%) e tablet (14,7%).
No Piauí, Amazonas, Roraima, Acre, Amapá, Sergipe e Maranhão, mais da metade dos domicílios tiveram acesso à internet exclusivamente pelo telefone móvel celular ou tablet. No uso da internet nos últimos 3 meses, entre pessoas com idade acima de 10 anos, de qualquer local, o Maranhão apareceu em último lugar do país (34,3%), seguido pelo Piauí (38,8%).

Dos 39,3 milhões de domicílios com acesso à internet em 2015, a conexão em banda larga já estava presente em 99,6%, enquanto apenas 0,4% era exclusivamente dependente da conexão discada.

Desde 2005, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios vem coletando dados de temas relacionados à internet e ao telefone móvel celular em forma de suplemento. A partir de 2013, a Pnad passou a investigar, de maneira mais ampla, aspectos da TIC, com foco na Internet em banda larga – tecnologias fixas (DSL, cabo de televisão por assinatura, cabo de fibra óptica, satélite e rádio) – quanto móveis (3G e 4G), assim como, passou-se a distinguir os aparelhos eletrônicos utilizados para acessar a internet (microcomputador, telefone móvel celular, tablet e outros).

De 2005 a 2015, o Maranhão apresentou os menores índices de uso de internet no país, tanto no uso domiciliar durante o ano, quanto no acesso de qualquer lugar, nos últimos três meses de cada pesquisa realizada. Em 2005, somente 17,9% do Maranhão possuía acesso à internet em domicílio. Em 2015 esse número passou para 33,1% e grande parte dos acessos foi feito pelo celular.
O percentual de uso da internet nos últimos 3 meses, em 2005, entre pessoas a partir de 10 anos, em algum local (domicílio, local de trabalho, estabelecimento de ensino, centro público de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local), por meio de microcomputador, o Maranhão apareceu em penúltimo lugar do país (7,7%), atrás apenas de Alagoas (7,6%). O melhor resultado foi para o Distrito Federal (41,1%).

Naquele ano, nas Unidades da Federação, os maiores percentuais de usuários da internet que a acessaram no domicílio em que moravam foram os do Distrito Federal (60,0%) e de São Paulo (59,0%), enquanto o menor foi o do Maranhão (17,9%).

No que diz respeito a presença de microcomputadores ao Maranhão, no ano de 2005, 4,06% dos domicílios tinham microcomputador, dos quais apenas metade tinham acesso à internet. Em 2013, 15,96% das residências do estado tinham microcomputador com acesso à internet. Em 2014, esse número se manteve com 15,67%. Já em 2015, essa margem caiu para 13,67%, em razão dos usuários utilizarem mais o serviço em dispositivos móveis como o smartphone.

A renda média é dos fatores que podem explicar o baixo desempenho do estado nas pesquisas. O estudo constatou que em todo país, quanto maior o rendimento, maior a utilização da internet: 92,1% das pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos acessaram a internet contra 32,7% das pessoas sem rendimento ou que ganham até um quarto do salário mínimo.

“O nível de renda explica a dificuldade de acesso à internet, mas que tem crescido por meio dos usos dos smartphones, que muitas vezes é mais barato que o microcomputador, e o acesso à rede também”, aponta João Ricardo Costa Silva, analista de planejamento do IBGE no Maranhão.

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