Cinema

Filme maranhense premiado é destaque no Guarnicê

Filme Balada para os mortos, do cineasta maranhense Lucas Sá, que foi premiado em vários festivais, será exibido amanhã no 40º Festival Guarnicê de Cinema

Reprodução

Vencedor de vários prêmios e festivais como Melhor Edição de Som – 15º Noia – Festival do Audiovisual Universitário, 26ª Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro e 22ª Festival Caminhos Cinema Português, entre outros, Balada para os mortos, filme do cineasta maranhense Lucas Sá,  foi o destaque desta segunda-feira (5) na programação do 40º Festival Guarnicê de Cinema, no Teatro Alcione Nazareth, localizado no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Centro histórico de São Luís.

Balada para os mortos é um filme híbrido que utiliza imagens reais e ficcionais para questionar as diferentes formas de violência urbana. Principalmente da realidade no Brasil, mas sempre buscando dialogar como um fato universal. A produção é a única do estado a concorrer na Competitiva Nacional de Curtas do Festival Guarnicê de Cinema, e primeiro filme da história do cinema do Maranhão a ser exibido na Cinemateca Francesa (La Cinémathèque Française), templo mundial da sétima arte.

O cineasta maranhense acredita que o reconhecimento por meio das premiações em festivais de cinema deve-se à capacidade de explorar o curta-metragem como um espaço único de experimentação, através de um filme que recria uma cena fictícia para refletir sobre a violência urbana. “O filme é um ensaio sobre a morte realizado com uma linguagem corajosa e contundente”, explicou o cineasta, que assina a direção, o roteiro e a montagem do filme, além de fazer parte do elenco ao lado dos atores Nathália Gotardo e Guilherme Dacosta.

O filme pode ser visto como um curta sobre as perturbações e agressões externas que, a partir de medos e ameaças enraizados no inconsciente coletivo, tomam conta do cotidiano das pessoas e se tornam presença ameaçadora – bem como são materializados em imagem. Os primeiros planos do filme, abertos, estáticos e filmados em belas construções de quadro, introduzem sutilmente um elemento de perturbação que nem todos percebem. Esses elementos irão se tornar centrais pelas primeiras cenas, que Sá constrói como um documentário, uma espécie de registro espontâneo que só é possível graças ao uso do suporte em digital. O tema central do filme é a violência e como essa violência é reconhecida por meio de imagens e se propaga circulando onipresente como uma constante ameaça na sociedade. Sangue, carne, pedaços de corpos, facas, ambientes, tudo é associado pelas pessoas como materialização de agressão, como um devir natural da violência dentro do espaço e do corpo social. Balada Para os Mortos usa tudo isso e, dentro de sequências sólidas e inter-relacionadas, manipula, provoca e levanta questões. Considerado instigante e criativo, Balada Para os Mortos mostra a força de um jovem cineasta que não tem medo de arriscar e experimentar.

BIOGRAFIA DO DIRETOR

Lucas Sá nasceu em 1992, no Maranhão. Produziu e dirigiu os filmes: O Membro Decaído (2012), Ruído Branco (2013), No Interior da Minha Mãe (2013), Nua por Dentro do Couro (2015) e Balada para os Mortos (2016). É Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), no Rio Grande do Sul. Seus filmes estiveram nas seleções do Cinélatino – Rencontres de Toulouse, Guanajuato Film Festival , PiFan – Puchon Fantastic Film Festival, Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, Festival de Brasília, Janela de Cinema de Recife, Festival de Curtas de São Paulo, Mostra de Tiradentes entre outros. Atualmente, está em processo de finalização do seu primeiro longa em codireção com Guilherme Dacosta, Canecalon – O Longo Cabelo da Morte.

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