De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2020, a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo e a segunda causa de mortes mundiais por doença, após doenças coronárias. Os dados são muito preocupantes e refletem o alcance desta doença. Quem sofre com esta condição sabe o quanto é doloroso e incapacitante, mas o sofrimento não é exclusivo de quem tem depressão, pois os familiares e as pessoas mais próximas também sofrem por ver um ente querido doente e, muitas vezes, não saber como lidar com o problema.

Agora, é possível dar uma volta por cima, literalmente, sobre esse assunto. Um achado apresentado na 29ª convenção anual da Association for Psychological Science traz um novo sentido à expressão “subindo pelas paredes”. De acordo com pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, escalar é uma ótima maneira de dar a volta por cima da depressão.

Durante o estudo, 100 adultos diagnosticados com a doença foram analisados por dois meses, período em que parte deles deveria se dedicar à escalada por um mínimo de três horas semanais. A maioria dos voluntários era iniciante e a modalidade escolhida atende pelo nome de boulder, em que se opta por rochas menores, dispensando equipamentos de segurança. Esse exercício, aliás, pode ser praticado indoor.

O progresso dos participantes foi avaliado por meio da “Escala de depressão de Beck”, um questionário amplamente usado pelos profissionais para medir a severidade da condição. E, para a alegria dos envolvidos, a escalada resultou em uma melhora de 6,27 pontos, segundo a avaliação. Para ter ideia, uma evolução dessa magnitude faria uma depressão moderada ficar leve. A título de comparação, o pessoal que não tirou os pés do chão obteve uma melhora de apenas 1,4 ponto.

Na opinião dos experts, como o boulder exige muita concentração, sobra pouco ou nenhum espaço na mente para pensamentos ruins. Isso sem mencionar a interação social e a sensação de superação a cada conquista.