Revitalização

Teatro Alcione Nazaré é reaberto ao público

Abertura contou com a presença do governador Flávio Dino e teve ainda o lançamento do projeto Maio Oito Meia do jornalista e escritor Félix Alberto Lima

Reprodução

Mais um espaço reformado e entregue à população. Desta vez, o governador Flávio Dino inaugurou o Teatro Alcione Nazaré, que integra Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, no Centro Histórico de São Luís, que após dois anos de portas fechadas, reabre, agora revitalizado. A noite ainda foi recheada com muita música, literatura, filme-documentário e boas lembranças, com o lançamento do projeto Maio Oito Meia, idealizado pelo jornalista e escritor Félix Alberto Lima e amparado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo do Maranhão, com patrocínio do Grupo Mateus.

“Estamos aqui hoje entregando a primeira parte da reforma do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. É um equipamento muito importante, referência na Praia Grande e referência na cultura do estado, com a recuperação do Teatro Alcione Nazaré. Entre as novidades, temos a atribuição do nome do palco Guilherme Teles, que é um artista muito conhecido, que infelizmente nos deixou, mas nos legou uma obra de muita importância. Quero anunciar também que a segunda parte da obra será feita em seguida”, destacou o governador Flávio Dino, já anunciando a reforma completa do complexo, em parceria com emenda da deputada federal Eliziane Gama.

Executada pela Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), a reforma do Teatro Alcione Nazaré inclui o palco, camarins e outras melhorias como pintura, estrutura do telhado, instalações elétricas. O Centro de Criatividade também foi todo pintado e o anfiteatro passou por reparos. “O Teatro teve sua intervenção feita desde o começo do ano e estamos devolvendo agora para a sociedade devido nossos dois teatros também estarem em reforma pela pelo PAC das Cidades Históricas. Temos o prazer de dar um teatro moderno, com nova estrutura, com novos ar condicionados, e uma pauta permanente para a sociedade até o final do ano garantida. Também continuaremos com as reformas das casas de cultura, com a meta de alcançar 32 até o final de 2018”, pontuou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Diego Galdino.

Para a inauguração esteve presente a família do ator, diretor teatral e bailarino Guilherme Telles, que foi homenageado, dando nome ao novo palco do Teatro Alcione Nazaré. Guilherme Telles faleceu em 2016, aos 35 anos de carreira no teatro e na dança. Como ator participou dos espetáculos ‘Uma linda quase mulher’, ‘Sobrevivência’, ‘A missão’, entre outros. Desenvolveu projetos cênicos na ‘Companhia Os Te-Té-Le-Lés’ e na Pulsar Cia de Dança.

Teatro Alcione Nazaré

Inaugurado em 1988 com o nome Teatro Praia Grande, o teatro foi concebido inicialmente para receber grupos amadores. Atualmente o Teatro Alcione Nazaré é palco de inúmeros espetáculos musicais e de dança, parte integrante do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, espaço de arte e cultura que promove o envolvimento da comunidade com espetáculos e difusão das técnicas do fazer artístico. Dispõe de cinema, teatro, biblioteca e espaços para exposição, e oferece cursos de diversas expressões artísticas nas áreas das artes visuais e artes cênicas.

Maio Oito Meia

A noite foi abrilhantada com o lançamento do projeto Maio Oito Meia, que conta com um livro ilustrado e um filme-documentário com informações sobre fatos e personagens que povoaram o ambiente universitário no Maranhão na segunda metade da década de 1980, e suas variáveis políticas e culturais. O idealizador, o jornalista Felix Alberto, reuniu no Odylo Costa Filho, personagens que conviveram na década de 1980 e compartilham lutas políticas, movimentos estudantis e agitações culturais.

“É um momento de celebração de uma geração que ousou, que foi protagonista de movimentos estudantis, políticos, culturais na década de 80 e que hoje ocupam grandes espaços na vida pública, na política, no cenário jurídico, na cena empresarial. Então, só é motivo de satisfação poder reviver isso num projeto importante que, recebeu amparado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e um recorte pessoal e subjetivo, mas com essa contribuição coletiva”, explicou o jornalista Felix Alberto.

O governador Flávio Dino acompanhou a exibição do filme-documentário e destacou a importância da obra para rememorar a década frutífera, que foi os anos 1980. “Todos nós que aqui estamos nós conhecemos há 30 anos e sabemos o quanto é importante esse momento para essa geração que viveu um período de transição histórica complexo, como nós estamos vivendo agora também, de muito complexidade no mundo. E esses momentos são muito intensos e merecem de fato ser retratados de fato numa obra artística que perenizem as reflexões das nossas vivencias e nos impulsionam para frente, que é o papel de toda obra artística”, contou o governador, que na época era estudante de Direito da Universidade Federal do Maranhão e integrava o movimento estudantil, a um plateia de amigos que compartilharam experiências na mesma geração.

O livro e o filme fazem um recorte histórico pela ótica de personagens daquele período que participaram ativamente do chamado movimento estudantil e de intensas agitações culturais no campus da Universidade Federal do Maranhão. Além do filme e do livro – cujo título é “Maio oito meia, crônica de uma geração em movimento” –, o projeto contempla ainda um LP e um CD com músicas que marcaram a cena universitária nos anos 1980 interpretadas por nomes como Zeca Baleiro, Rita Benneditto, Tribo de Jah, Flávia Bittencourt, Nosly, Carlinhos Veloz e outros.

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