Robson Paz conta as novidades da Rádio Timbira
Com investimentos em equipamentos e estrutura, a “Nova 1290” estreia sua nova programação no dia 2 de maio, com nomes consagrados do rádio maranhense
A mais antiga rádio do Maranhão, a Rádio Timbira, passa agora por reformulação em sua grade de programação, após investimentos técnicos e em profissionais, visando ampliar seu alcance em todo o estado.
A emissora pioneira em radiodifusão no estado foi inaugurada solenemente em 1941, pelo interventor Paulo Ramos. Ela já foi conhecida por PRJ-9 e batizada de Rádio Difusora. Depois, teve um contrato de comodato com os Diários Associados, comandado por Assis Chateaubriand, quando passou a se chamar Rádio Timbira.
Sob o comando do diretor-geral Robson Paz, que concedeu entrevista a O Imparcial, para falar das novidades, a emissora aposta em convergência digital para alcançar novos público. O lançamento da programação acontece na terça-feira, dia 2 de maio, com o slogan de “Nova 1290”, exatamente buscando dar esse diferencial.
De acordo com Robson Paz, a “Nova 1290” continua sendo a Rádio Timbira, mas com ênfase na nova roupagem, mantendo os ouvintes fiéis e buscando a nova geração que desconhece a rádio, inclusive, como sintonizar a 1290 AM.
A “Nova 1290” estreia sua programação no dia 2 de maio, das 5h até a meia-noite, e traz novidades na transmissão como o programa Jornal das Onze, apresentado pelos comunicadores Ronald Pimenta e Maria Spindola, ao vivo, contendo informações de todo o estado, com a participação de repórteres, jornalistas e radialistas de todas as emissoras parceiras, no horário das 11h às 12h, transmitido por mais de 40 emissoras.
A programação da emissora pode ser acompanhada pelo rádio tradicional e pelo o site www.timbira.ma.gov.br. A rádio estará disponível, também, em três aplicativos: TuneIn, Rádiosnet e o da própria rádio, que podem ser baixados no Play Store dos dispositivos móveis.
O IMPARCIAL – Robson, você assume, também, o desafio de dirigir a Rádio Timbira. Qual o objetivo dessa nova empreitada?
Estamos com o desafio de transformar a Rádio Timbira em uma emissora de muita qualidade e audiência. Como subsecretário, já vinha desenvolvendo um trabalho muito próximo à emissora, de apoio junto com o então diretor-geral, Ribamar Prazeres, e agora fui designado para essa missão específica de reestruturar em plenitude a Rádio Timbira, acumulando ainda a Secretaria Adjunta de Comunicação, com a direção-geral da emissora. Junto a Prazeres e toda equipe, pretendemos reestruturá-la, tanto no ponto de vista físico com equipamentos, quanto a reformulação da grade de programação, assim como a construção de uma importante rede de rádios para o nosso estado.
Convergência digital é uma das apostas da emissora, como será esse processo?
Esse é o desafio do momento da comunicação, porque não dá para pensar o rádio só como aquele veículo tradicional, ainda da época do radinho de pilha, que continua existindo, lógico, mas o ponto hoje é fazer essa convergência entre os vários meios. São muitas ferramentas e uma delas, pensamos ser fundamental, são as redes sociais. Nós vamos ter uma inserção muito forte e intensa nas redes sociais com uma instantaneidade, que é uma característica do rádio. Teremos perfis no Instagram, no Facebook e no Twitter com o conteúdo em áudio, vídeo e texto. Enfim, esse cardápio importante de informações para que a gente consiga fazer com que a “Nova 1290” mantenha essa interação com o ouvinte, e possamos assim oferecer cada vez mais conteúdo, mais qualidade e com maior alcance.
Outra estratégia da emissora é geração de conteúdo com transmissão em cadeia…
Primeiro, é importante a gente situar que a Timbira, por mais de 22 anos, foi completamente sucateada. Inclusive foi extinta oficialmente pela ex-governadora Roseana em 1995, e de lá para cá foi um processo lento, mais progressivo de desmonte da rádio que chegou a funcionar até na Ceasa. Então, nós começamos desde janeiro de 2015 essa reestruturação, que passou por um estudo técnico que mostrou a inviabilidade do Parque de Transmissores que estava no Distrito Industrial do Maracanã e foi transferido para o Aterro do Bacanga, com isso, nós conseguimos melhorar muito a qualidade do sinal da rádio. Hoje, nós temos um sinal tanto em alcance, quanto em qualidade de áudio, nas mesmas proporções das outras emissoras, as principais do estado. Além disso, temos parceria com mais de 40 rádios. Nossa meta é chegar a 80 até o fim de maio, isso abrangendo todas as regiões do estado. Com isso, vamos seguramente alcançar todos os municípios.
Quais foram os investimentos pontuais na estrutura da emissora?
Nós temos um transmissor de 10kW que é relativamente novo, pois foi adquirido na gestão do ex-governador Jackson Lago, e ele permanece. O que nós fizemos foi a transferência do parque e a aquisição de nova torre de 62 metros, torre de transmissão, torre de link e todo sistema de radiais novos. Uma subestação nova também foi adquirida. Fizemos um investimento em torno de R$ 150 mil nessa reestruturação do Parque de Transmissão. Agora, nós começamos uma licitação para compra de equipamentos novos, no que há de mais moderno, para o estúdio da rádio. Quando recebemos a rádio, ela funcionava em um prédio locado na Avenida Beira-Mar, em condições precárias, em que os profissionais tinham que conviver com insetos, em um ambiente totalmente inóspito. E então nós tivemos um duplo ganho, quando acabamos com o contrato de locação e tivemos uma economia em torno de uns R$ 12 mil mensais, colocando a rádio em um prédio do estado, que fica ao lado do Palácio dos Leões, na Montanha Russa, um prédio próprio da Secap, onde funcionam, hoje, todas as instalações de estúdio, redação e direção da rádio, fazendo com isso economia e dando um ambiente muito mais digno para nossos profissionais. Essa estrutura será reformulada com a aquisição de equipamentos de ponta para que a gente continue oferecendo ao grande público ouvinte que há de mais moderno e ter a melhor transmissão possível.
Então está havendo um resgate da emissora com esse investimento?
Sim. E agora nós vamos para o passo seguinte, que é mais desafiador e audacioso, por assim dizer, saindo da completa nulidade da rádio para uma rádio que vai estar presente em todas as regiões do rstado, levando informação com muita responsabilidade e honestidade. Vamos começar, na terça-feira, com mais de 40 emissoras parceiras em conteúdo. Como é que vai funcionar? Não é uma rede com a programação 24 horas, mas nós vamos ter essas emissoras tanto encaminhando conteúdo produzido lá nesses municípios, para ser inserido na nossa rádio, quanto conteúdo da nossa rádio vai ser veiculado por essas emissoras. Alguns programas serão transmitidos por essas emissoras, dentro dessa nova grade de programação, então essa parceria de conteúdo vai ser fundamental para que a gente consiga ter uma integração, o Maranhão falando com o Maranhão. Teremos vários municípios passando as informações, dialogando, e todos ao mesmo tempo, tomando conhecimento daquilo que está acontecendo no estado.
Quanto ao conteúdo de rádio AM, tem alguma diferença para atrair, também, esses outros públicos, para chamar essa nova geração?
Nós temos, dentro dessa nova programação, vários programas e comunicadores estreando, valorizando todas as gerações, inclusive aqueles comunicadores consagrados que continuam hoje, ou estão estreando na rádio. Nós temos exemplos como José Raimundo Rodrigues, que é um nome de muita referência no jornalismo do estado, e estreará o programa cultural ‘Coisa Nossa’. Temos, também, o Silvan Alves, que é um comunicador importante da cobertura policial e estará conosco, também estreando na terça-feira. Teremos o Ademar Danilo, que é um comunicador que tem uma grande referência no campo cultural, especialmente no movimento reggae. Estará, também, conosco Ivison Lima, que era da Rádio Capital, e agora fará um programa jornalístico. O ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís, o jornalista Batista Matos, estará, também, nessa nova grade. E teremos ainda um programa que buscaremos fazer essa interação com esse público jovem, esse público das redes, que é o ‘Papo Cabeça’, que vai ter a apresentação de Renato Júnior, mas sempre com convidados, com adolescentes, estudantes. Enfim abrangendo todas as áreas e abordando todos os temas, aqueles do dia a dia e fazendo essa interação permanente por WhatsApp, Facebook e todos os meios possíveis, com esse público, que nós consideramos, lógico, como todos os outros muito importante, mas vamos dizer assim, um tanto quanto afastado do rádio. E esse é o nosso grande desafio, trazer, também, esse público para dentro dessa nova programação.
Parte da programação será mantida ou terá reformulação total?
Pelo menos 50% da programação será mantida. Nós já tínhamos programas de grande audiência e grandes comunicadores, como pela manhã o jornalismo com o Gilberto Lima, o ‘Comando da Manhã, permanece. E à tarde, Mônica Moreira Lima e Edvaldo Oliveira, também, e assim vários outros. A programação esportiva também já é muito presente, na rádio, porque nós temos uma equipe muito forte. Hoje, existe uma parceria com a Rádio Difusora FM, isso também faz com que nós, já nos últimos meses, tenhamos avançado bastante, porque alcançamos um público importante que é o da FM e vamos continuar a intensificar essa parceria, também, para coberturas futuras do Campeonato Brasileiro e outras atividades esportivas como o JEMs, que vai ser uma novidade este ano.
A Rádio Timbira se integrou ao processo de migração de AM para FM?
Sim. Paralelo a esse trabalho de modernização, nós estamos, também, com o processo de migração no Ministério das Comunicações, que é o caminho de todo rádio, a AM migrar para FM. O processo está em andamento, faltando algumas informações a serem acrescentadas e temos a perspectiva de que, a partir de 2018, nós tenhamos já essa novidade, a rádio migrando para FM. Embora mesmo nesse período, conforme determinação do Ministério, a “Nova 1290” poderá transmitir, em período de adaptação por cinco anos, simultaneamente, tanto em FM, quanto em AM, e esse vai ser mais um ganho.