Delação

Políticos maranhenses explicam doações da JBS

Candidatos maranhenses que receberam doações financeiras nas eleições de 2014 alegaram, à reportagem de O Imparcial, desconhecer participação da JBS em suas campanhas eleitorais

Reprodução

As doações feitas pela empresa JBS a partidos e utilizadas nas campanhas eleitorais de 2014 seguem movimentando o cenário político brasileiro. Como a maior empresa de processamento de carne bovina está em evidência após os sucessivos escândalos de corrupção no país, o dinheiro usado nas campanhas de alguns candidatos também começou a ser questionado. A lista de beneficiados conta com a presença de deputados federais maranhenses e candidatos não eleitos dos seguintes partidos: PMDB, PCdoB, PDT e PR. A linha de defesa é uma só: ninguém sabia qual era realmente a origem do dinheiro.

As executivas nacionais de cada partido receberam as doações do comitê de campanha da presidência de Dilma Rousseff e as encaminharam para as contas de campanha dos candidatos de seus respectivos partidos, dentro da legalidade eleitoral. Somente informando a transferência dos valores para fortalecer as estruturas até o dia da eleição.

Preocupados com os rumos de suas campanhas políticas, os candidatos confiaram nos seus partidos e receberam o dinheiro encaminhado pela direção nacional. O deputado federal Deoclides Macedo (PDT) e o suplente Julião Amin (PDT), que receberam R$ 50 mil e R$ 100 mil, respectivamente, disseram ter conhecimento apenas de doações vindas da “Friboi do Tony Ramos”. Para os oito candidatos maranhenses, variaram de R$ 50 mil a R$ 700 mil, chegando ao total de R$ 1,25 milhão.

Os políticos explicaram que, normalmente, os diretórios nacional e estadual distribuem as doações entre os candidatos para fortalecer algumas candidaturas. Tanto Macedo, quanto Amim, alegam não ter se associado à Friboi da JBS, que somente ficou conhecida após as lamentáveis denúncias de corrupção.

Tudo declarado

Estas doações da JBS estão na prestação de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que, para os parlamentares entrevistados pelo jornal O Imparcial, demonstra que tal processo foi “legal e transparente”.
O deputado federal Rubens Junior (PCdoB) utilizou seu perfil no Twitter para defender a legalidade das doações que sua campanha conseguiu nas eleições de 2014. “Recebi uma doação oficial do meu partido, verificada no recibo eleitoral 065650600000MA000050 conforme a legislação vigente à época. Não houve, não há e nem haverá qualquer tipo de contrapartida ou ilegalidade. Não se deve criminalizar a doação lícita de campanha”, escreveu o líder da bancada no Maranhão.

Também por meio das redes sociais, o deputado federal Weverton Rocha (PDT) disse ter recebido doação do partido, mas explicou não ser crime. “A doação eleitoral era ato legal da democracia e minha atuação parlamentar mostra que nunca atendi a interesses em razão disso”, publicou.

Defesa

A suplente de mandato federal Rosângela Curado (PDT) não sabia ter sido beneficiada pela JBS. “Recebi um valor do PDT nacional de forma lícita e declarada na minha prestação de contas. Quem pediu a minha conta foi a nacional do partido, que recebeu de forma legal a doação e doou na minha conta”, revelou Curado.

A candidata não eleita Rose Sales seguiu a mesma linha de argumento. “Nunca me coloquei para ser financiada em campanha ou fora dela, por empresários. As minhas campanhas foram custeadas quase que totalmente por mim, através de empréstimos bancários, legais, direto em minha conta. No meu conhecimento, no que se refere à campanha de 2014 para deputada federal, à época filiada no PCdoB, tive doação financeira vinda diretamente do partido político em razão de ser uma candidatura com uma envergadura diferenciada”, explicou Rose Sales por meio de nota.

O Diretório Nacional do PDT divulgou nota sobre as doações da JBS ao partido. De acordo com o documento, não houve “nenhum tipo de contrapartida ou qualquer combinação”.

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