Tragédia

Dois anos da chacina de Panaquatira

Há dois anos, bandidos invadiram uma casa de praia, assaltaram e mataram quatro pessoas, envolvendo 12 vítimas no total. Até hoje, o líder dos criminosos continua solto

Reprodução

A chacina que aconteceu na Praia de Panaquatira, região metropolitana, no ano de 2015, completou dois anos no último dia 23 deste mês. Cinco pessoas morreram e três ficaram feridas durante um assalto realizado por um grupo de criminosos em uma casa de praia, quando acontecia uma festa entre amigos. O líder do grupo de assaltantes permanece foragido.

Durante esses dois anos, familiares e amigos lutam diariamente com a dor de perder seus entes queridos de forma tão brutal. Em entrevista exclusiva para o jornal O Imparcial, uma das mães das vítimas, que não quis se identificar, falou da luta diária que passa para se conformar com a falta do filho.

“Não é fácil. Prefiro às vezes nem falar no assunto. Se existe algo que me dá forças é Deus, sem Ele eu não poderia. Eu, nos primeiros meses, acordava de madrugada espantada, me ajoelhava na cama e as lágrimas caindo. Não sou a mesma pessoa depois desse acontecido”, lamenta. Quando perguntada se sente ódio dos criminosos, ela respondeu que não sente mais hoje, “mas no começo foi difícil. Sinto pena e espero que a justiça de Deus chegue o quanto antes, pois, até o momento, a justiça dos homens não providenciou nada”, desabafou a mãe.

O universitário Carlos Freitas, de 18 anos, foi convidado um dia antes para comparecer na festa. “Eu estava no Centro da cidade quando Ananda me ligou e me chamou para a festa. Eu aceitei, porém, tive um compromisso inadiável, então tive que desmarcar. Quando recebi a notícia no dia seguinte, eu chorava tanto de tristeza como de alívio, por estar vivo”.
Justiça
O caso, que envolve sete acusados, tramitava na 1ª Vara Criminal com denúncia do Ministério Público Estadual. O processo possui três volumes e mais de 500 páginas. Segundo nota enviada à redação do jornal, da Corregedoria Geral de Justiça, a “ação é complexa”, envolve 12 vítimas no total, com quatro homicídios, quatro lesões corporais graves e quatro lesões corporais leves.

Em 1º de fevereiro de 2017, a magistrada da 2ª Vara Criminal se declarou incompetente para julgar o processo, após a junção de documentos pela Polícia Judiciária e Ministério Público. A ação envolve associação criminosa com o envolvimento de crianças e adolescentes, portanto, é de competência da 1ª Vara Criminal de São José de Ribamar.

“Desde o dia 3 de abril, o processo tramita na 1ª Vara Criminal. A juíza Teresa Mendes, titular da unidade, logo ao receber os autos, determinou que fosse oficiado à Polícia Civil, para que esta junte diversas informações necessárias ao seguimento do processo. São informações importantes para que a magistrada inicie a fase de instrução processual. Portanto, a Justiça aguarda as informações da Polícia para dar seguimento ao processo e a manifestação dos advogados dos acusados, nas defesas preliminares”, conclui a nota da Corregedoria.

Relembre o caso

Na noite do dia 23 de maio de 2015, 12 homens armados invadiram uma festa que acontecia em uma casa de veraneio, na Praia de Ponta Verde, em Panaquatira. O policial militar Max Muller Rodrigues de Carvalho, de 27 anos, reagiu e trocou tiros com os invasores. No local, morreram o PM Max, a estudante universitária Ananda Brasil, de 21 anos, o produtor musical Alexandro Carvalho, o “Cachorrão”, de 36 anos, o suspeito Josinaldo Aires da Costa, o “Nau”, e um segundo suspeito, não identificado. Alison Fonseca, de 28 anos, foi alvejado e sobreviveu.

Fugitivo morto

No último fim de semana, 33 apenados tentaram fugir da Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís 6 (UPSL 6), após a explosão do muro do presidio. Entre eles, estava Geandro Silva Santos, que entrou em confronto com a polícia e morreu no local. Ele foi preso por suspeita de envolvimento com o latrocínio na casa em Panaquatira.

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