Após casos de estupro

UFMA adota medidas de emergências após casos de estupro

Entre elas, a instalação imediata de um posto avançado da Polícia Militar na Cidade Universitária e o reforço de rondas ostensivas

Reprodução

Na manhã desta terça-feira, 4, o Conselho de Segurança da Universidade Federal do Maranhão, em reunião extraordinária com o comando do  1º Batalhão da PM-MA, anunciou medidas enérgicas para dar continuidade à melhoria da segurança na universidade. Entre elas, a instalação imediata de um posto avançado da Polícia Militar na Cidade Universitária e o reforço de rondas ostensivas. O Centro  de Convenções terá uma de suas salas destinada para a instalação da base da PM. Equipes da prefeitura do câmpus também iniciaram a troca de mais de 100 luminárias. A UFMA implantará projetos de conscientização e políticas públicas voltadas para a proteção da mulher nas dependências da universidade.

As ações intensivas, que vinham sendo realizadas desde o ano passado, passam a ser incrementadas como enfrentamento ao crime de violência sexual de que foi vítima uma estudante universitária na noite da segunda-feira, 3, nas dependências da instituição. A universidade está oferecendo todo o auxílio e acompanhamento à estudante e à família. As imagens do sistema de videomonitoramento já estão em poder da PM-MA para a sequência das investigações. O sistema de segurança da universidade, composto por 172 câmeras de ponta, com rotação em 360º e zoom em até 32x. As gravações das câmeras de videomonitoramento funcionam 24 horas por dia e ficam armazenadas por até 30 dias.

O tenente-coronel Edvaldo Mesquita reafirmou que já existe a determinação do comandante-geral da Polícia Militar, José Frederico Pereira, para a instalação imediata de um posto da PM-MA no Câmpus do Bacanga. A reitora Nair Portela reiterou a disponibilidade de uma sala no Centro de Convenções para o funcionamento do posto avançado. A iniciativa faz parte de um plano de segurança para a área do Itaqui-Bacanga, composta por seis postos e efetivo de mais de 200 oficiais para a região.

“É extremamente lamentável a violência contra a mulher e contra pessoas que fazem parte desta universidade. Hoje já realizamos policiamento ostensivo e apoio a grandes eventos, mas esperamos, o mais breve possível, colocar um efetivo exclusivo para o monitoramento da UFMA, com pessoas capacitadas para o diálogo com os alunos”, disse Mesquita.

Mesmo com o Decreto 8.540/2015, que obrigou o corte de 20% dos recursos destinados aos contratos de serviços terceirizados às universidades federais — o que causou uma grande retração na segurança dos centros universitários —, a UFMA adota firmes medidas para a melhoria da segurança no câmpus. “Todos nós somos responsáveis pelo que acontece na universidade. A polícia militar está autorizada a circular pelos prédios da UFMA, e vamos formar, com a participação de nossos pesquisadores, uma agenda de ações de políticas públicas para a mulher e de sensibilização da comunidade acadêmica para a questão. Não vamos ficar de braços cruzados nessa situação”, declarou a reitora Nair Portela.

Também presente, a secretária de Estado da Mulher, Laurinda Pinto, fez um apelo pela proteção das mulheres da Universidade Federal do Maranhão. “Temos que fazer uma plenária para debatermos esse problema. A universidade é o espaço em que temos a oportunidade de desenvolver estratégias para coibir a violência com respaldo científico, pois é aqui que são feitos estudos e pesquisas sobre políticas públicas voltadas para a mulher”, frisou.

O coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Eduardo Correia, reforçou esse posicionamento e destacou que os próprios alunos já se mobilizam, com manifestações no câmpus e a marcação de uma assembleia extraordinária ainda esta semana. Além disso, realizarão uma oficina de autodefesa para mulheres da comunidade acadêmica e outras ações agendadas. “Vamos propor a realização de uma audiência pública com vários órgãos e o corpo estudantil para que possamos montar um plano de segurança para a universidade. Nós queremos difundir o uso de tecnologias e criar uma rede de comunicação voltada para a segurança dos discentes, como já ocorre em outras universidades”, afirmou.

A diretora do Centro de Ciências Sociais, Lindalva Maciel, relatou que já havia adotado algumas medidas no prédio para reforçar a segurança no local. “Mais de cinco mil pessoas circulam pelo CCSo todos os dias, por isso havia pedido aos seguranças que circulassem nos corredores e fechassem os portões laterais. Esperamos também que, entre essas ações propostas aqui, também seja orientado a coordenadores e professores que aconselhem e zelem pelos estudantes”, opinou.

A representante da Associação dos Professores da UFMA – Seção Sindical da Andes (Apruma), e membro do Conselho de Segurança, Marize Marçalina, resumiu o inconformismo de todos os presentes com o atual cenário de violência presente em várias instituições federais de ensino superior do país: “Todos nós estamos imbuídos do mesmo sentimento. Temos consciência de que o problema não vem só de fora para dentro, e que todo o mundo tem que entrar nessa luta. Nós todos somos responsáveis pela segurança de nossos alunos e alunas, professores e professoras, técnicos e técnicas”, enfatizou.

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